Portal dos Dragões
·29 Juni 2025
Martín Anselmi perdeu o grupo de trabalho do FC Porto

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·29 Juni 2025
O momento exige reflexão, mas a saída de Martín Anselmi do FC Porto parece ser inevitável, com razões que vão além dos resultados insatisfatórios em campo. A confiança dentro do balneário tem-se deteriorado, e, apesar de ser difícil generalizar, muitos comentavam, nos bastidores, sobre um desgaste irreversível entre o treinador e o grupo de trabalho, mesmo que a relação nunca tenha sido de confronto direto e tenha mantido um tom cordial.
A autoridade do técnico argentino começou a ser questionada devido a incidentes de indisciplina que não foram sancionados. Jogadores a chegarem atrasados a treinos e a sessões de vídeo, sem que houvesse repercussões, e, além disso, esses mesmos atletas a serem escalados como titulares nos jogos seguintes. Esta abordagem contrasta com a exigência necessária na luta pelos títulos.
A qualidade dos treinos também gerou desconforto em alguns membros do plantel. A falta de intensidade e a realização de exercícios sem balizas, que revelavam uma falta de cultura de futebol europeu, foram razões de frustração para muitos jogadores, que começaram a questionar a eficácia do trabalho diário. A preparação para os jogos, segundo fontes próximas ao grupo, era considerada pouco rigorosa, com uma análise insuficiente dos adversários e sem planos para neutralizar os pontos fortes dos rivais.
Em termos emocionais, Anselmi não conseguiu transmitir o ADN competitivo exigido num clube como o FC Porto. Após as derrotas, o seu discurso conformista – “não são os resultados que nos definem” – contrastava com o espírito exigente dos adeptos, que estão habituados a uma equipa que responde aos insucessos com determinação e ambição.
Do ponto de vista táctico, o treinador não conseguiu implementar as suas ideias, com os jogadores a revelarem dificuldades em interpretar e aplicar os conceitos que foram apresentados. A teoria e a prática não se alinhavam, especialmente quando a disposição era alterada sem preparação prévia.
A falta de autoridade ficou evidente em episódios como a festa de aniversário de Otávio, que culminou numa saída nocturna que exigiu a intervenção disciplinar da SAD. Anselmi, assim como o seu antecessor Vítor Bruno, não conseguiu impor a disciplina necessária, o que gerou um aumento do desconforto.
Com André Villas-Boas a planear uma revolução profunda, que deverá incluir também o diretor desportivo Andoni Zubizarreta e vários jogadores, a saída de Anselmi é considerada inevitável. O treinador perdeu o controlo sobre o grupo e, no FC Porto, isso é um ponto sem retorno.
Como já foi mencionado, não houve um confronto direto entre o grupo de trabalho e a equipa técnica. Contudo, a reunião para analisar a derrota com o Inter Miami foi mais intensa do que o habitual, com o treinador a demonstrar indignação em relação à análise de alguns jogadores após a partida, nas entrevistas rápidas. Anselmi assumiu as suas responsabilidades, mas não conseguiu que os jogadores fizessem o mesmo.
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