
Central do Timão
·25 Juni 2025
Membro do departamento jurídico do Corinthians detalha papel do clube na conscientização contra a pirataria

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·25 Juni 2025
Nos últimos dias, o advogado-consultor do Corinthians, Ricardo Bianchini, concedeu uma entrevista exclusiva à Central do Timão e, dentre várias pautas discutidas, comentou sobre o papel do clube na conscientização dos torcedores a não compararem produtos que não sejam licenciados pelo clube a fim de evitar a pirataria. O profissional faz parte do departamento jurídico do Alvinegro desde 2021, no início da gestão do ex-presidente Duílio Monteiro Alves.
Ele também foi questionado se acha que o clube deve melhorar a comunicação nesse aspecto com os torcedores: “Toda vez que no clube alguém é destinatário de alguma insatisfação, que basta um apenas. Serve-lhe, é apto a que a gente leve ao clube a ideia. Não precisa haver um coro ou disto de uma série de pessoas pra que a gente possa levar isso à ideia do clube. Basta apenas uma reclamação, basta apenas uma insurgência pra que a gente recepcione-a com responsabilidade e leve ao clube. Eu, ao receber sua percepção nesse sentido, me impõe sentar pro marketing e levar essa ideia. Por que não se proclama mais isso, apesar de isso estar sendo feito regularmente? Vamos levar isso com mais força, vamos fazer uma divulgação maior.”
Foto: Reprodução/Central do Timão
“Eu verifico e tenho constatado sempre. Há um esforço do clube em anunciar aquilo que ele desenvolve, sempre. Eu não vejo isso somente com a questão do material esportivo, mas questão do racismo, questão da homofobia. Anuncia, tenta conscientizar, tem feito um trabalho efetivo nisso. Às vezes pode ser que não se dê essa impressão, mas o trabalho que o clube tem feito no sentido de divulgar as questões que envolvem os produtos, a acessibilidade dos produtos, é intenso. Acredito que o marketing esteja desenvolvendo um trabalho muito importante lá. Eu vejo, isso passa aí pelas mídias, mas a gente não tem nenhuma reclamação nesse sentido”, iniciou.
Em seguida, o advogado detalhou a forma como é identificada as diferenças entre um produto licenciado do clube e um que se aproxime dele. Segundo Ricardo, as camisas fabricadas na Tailândia são as mais semelhantes e que podem gerar “confusão” com as que são licenciadas pelo Corinthians.
“Quando eu me refiro à proximidade, porque a gente não consegue verificar uma diferença tão grande em relação, eu me refiro às camisas tailandesas, as camisas que são produzidas na Tailândia. Elas lá, pela produção, pela forma de tecnologia que eles imprimem nessa produção, conseguem dar a similaridade. Eles pegam lá uma camisa e fazem uma cópia fidedigna daquilo, como fazem com relógios, como fazem com óculos, como fazem com bolsas. Eu não digo que conseguem chegar à qualidade do patrocínio, que nunca se consegue. Ninguém vai chegar ao padrão Nike, mas existem similaridades e muito próximas.”
“As produções aqui feitas no Brasil são feitas em galpões, em produções muito simplórias e que não conseguem efetivamente alcançar os concursos. Tecido, você vê que é um tecido muito simples, são camisas de setenta reais, de sessenta reais e não se pode exigir com um preço desse, uma qualidade similar. Agora, as tailandesas, eles têm conseguido fazer uma aproximação e por isso a gente tem combatido aí em portos em centros de distribuição e inclusive em lojas que vendem esse esse material e notadamente na internet”, continuou.
Por fim, o profissional comentou sobre as dificuldades na identificação de produtos falsos relacionados ao Corinthians. Segundo o advogado-consultor, há uma maior facilidade de detectar as irregularidades através do meio físico do que no digital.
“Eu até entendo que no físico, ela seja até mais fácil de eu identificar do que no ambiente digital. No ambiente digital, eu consigo identificar com mais quantidade, porque a inteligência artificial vai me dar 4 mil sites suspeitos que certamente no ambiente físico, para eu conseguir uma escala dessa, eu vou precisar de mais tempo. Por que eu digo que é mais fácil? (âmbito físico). Para que a gente ajuíze uma medida judicial, para que a gente ajuíze uma medida, ou a gente se valha da atuação policial, eu levo um investigador nosso, investigador privado da nossa equipe, para que ele vá até aquela loja. E como é que ele identifica que aquilo é pirata? Primeiro pela qualidade que a gente consegue perceber.”
Ele acrescentou: “O preço é um indicativo importante, porque eu já vejo uma camisa colocada à disposição ali numa loja física, eu, pelo preço, consigo identificar. A gente promove a aquisição desse produto. Eu pego uma nota fiscal do produto e eu levo isso pra minha equipe. Esse meu investigador leva isso pra nossa equipe. E a nossa equipe olha assim, bom, nota fiscal tal, CNPJ tal, camisa tal. A gente ajuíza medida, anexa no processo judicial. Esta, uma foto dessa camisa e a nota fiscal e o juiz ao olhar aquilo, vê uma camisa custando oitenta reais sem dar uma liminar. A gente chega até a loja e cumpre a medida, leva a loja inteira, o estoque inteiro e leva embora. E no mais vai também ao encontro de quem forneceu esse produto.”
“O ambiente físico é muito mais fácil de você identificar, porque ao contrário do ambiente virtual, que eu tenho que passar pelo crivo, deixa eu ver se é falso ou se não é, às vezes eu pego o produto usado, por exemplo. Hoje o meu sistema, ele puxa muito aquela do enjoei. E aquelas camisas custam. Ele vai vender aquilo às vezes pelo preço de uma camisa de cento e poucos reais. Então esse tipo de produto a gente rechaça, ele não vai passar pelo crivo, não vou notificar o indivíduo com uma camisa usada, que pode ser oficial ou não, aí a gente nessa questão eu não tenho como avaliar porque eu não tenho a apreensão física do material para olhar, né? Coisa que no físico eu consigo perceber rapidamente“, finalizou.
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