Zerozero
·14 Oktober 2025
«Na Roménia, o presidente dava 800 euros a quem ganhasse o futevolei no fim do treino»

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·14 Oktober 2025
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer também a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
Já afastado dos relvados, Diogo Andrade conta com um vasto currículo internacional. O antigo extremo teve passagens por Inglaterra, França, Bulgária e Roménia, sendo que, deste último, guarda algumas histórias caricatas.
«Para começar, à partida íamos para o UTA Arad com contrato assinado, mas afinal não foi bem assim. Estivemos lá duas ou três semanas a treinar todos os dias- fazíamos bidiários e nunca corri tanto como lá. Entretanto começámos a ter jogos amigáveis e assinámos contrato», começou por conta, especificando a situação:
«O nosso contrato era muito bom, foi dos melhores contratos que assinei na minha carreira. Quando assinámos, tínhamos tudo do melhor, éramos os maiores e aparecíamos na televisão. Tive um prémio de assinatura de não sei quanto, tinha prémios de jogo de não sei que mais... Lembro-me também que apanhámos a pausa de inverno e fomos fazer um estágio para Antalya, na Turquia. O hotel era de cinco estrelas, o relvado em que treinávamos era 'top', todas os dias à noite colocavam-te uma nota de 200 euros na cama para ajudar na despesas que tivesses lá - a questão é que, nos 15 dias em que estivemos lá, só descansámos e treinámos, portanto não tínhamos onde gastar o dinheiro.»
O antigo internacional jovem por Portugal destacou ainda o presidente que encontrou neste emblema romeno. «Por fim, com o presidente era uma máfia... Nesse estágio, houve um dia em que estávamos a fazer um futevolei descontraído após o treino. Ele chegou e disse "Quem ganhar este futevolei ganha já 800 euros"; depois andávamos nós a matar-nos por ele. O clube era um brinquedo para ele e era uma máfia incrível. Se recebi um salário na conta foi muito, o resto era tudo em dinheiro», rematou.