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·24 Juli 2025

Nada mais Wesley do que se despedir no jogo mais Wesley possível

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Em seus mais de 4 anos e 130 jogos no Flamengo, Wesley Vinícius França Lima viveu os mais incríveis altos e os mais terríveis baixos. Foi problema, foi solução, foi reserva sem confiança, foi convocado pra seleção. O lateral-direito saboreou intensamente tudo que existe de mais superlativo na experiência rubro-negra, foi do céu ao inferno mais vezes do que um ascensorista vai da cobertura ao subsolo e possivelmente fez, nesta quarta-feira, sua última partida com a camisa rubro-negra.

E nada mais justo, numa possível despedida deste atleta que despertou na torcida rubro-negra proporções quase iguais de amor e ódio, do que viver 90 minutos que praticamente resumiram, de maneira simbólica, a sua trajetória com a camisa rubro-negra.


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Isso porque Wesley, durante boa parte do jogo, teve uma participação que variou entre o fraco e medíocre, com breves momentos de “talvez a gente não deva reclamar, vai que ele tem algum problema”. Atuando pelo lado direito com Varela do lado esquerdo, era complicado dizer quem estava do lado certo e quem estava do lado errado, já que ambos pareciam não só improvisados na posição de campo como até mesmo na posição biológica, com forte desconfiança de que Wesley não tinha origem terrestre e Varela eram 3 capivaras dopadas dentro de um sobretudo.

Mas não eram os únicos, claro. O Flamengo começou a partida confuso e até dominou as ações durante o primeiro tempo, mas não só não foi capaz de criar oportunidades como, aos sete segundos da segunda etapa, sofreu um gol do Bragantino numa jogada que pareceu bem menos ensaiada pelo ataque adversário do que pela nossa defesa. Mais um mole bisonho, mais uma partida abaixo da crítica, mais pontos perdidos de maneira absurda surgindo no horizonte.

Porém Filipe Luís mexeu no time, promovendo as entradas de Vina e Wallace Yan nos lugares de Varela e Luiz Araújo e aí o Flamengo acordou. Mais pressão ofensiva, mais criação de jogadas, uma falta que Arrascaeta cobrou na cabeça de Léo Pereira e pronto, a equipe rubro-negra estava de volta na partida. Nada estava decidido, o jogo se mostrava confuso, a bola quicava no gramado do estádio Cícero de Souza Marques como se tudo fosse feito de gelatina Royal sem nenhum Bocão por perto.

Mas aí, mais uma vez, a narrativa se manifestou e o futebol nos mostrou porque ele é feito de gols, defesas, dribles, mas também de histórias. Vina, que havia entrado no lugar de Varela e lembrado ao torcedor como é a sensação de ter um lateral jogando na lateral onde ele sabe jogar, fez lindo lance e rolou para Wallace Yan, que deixou de ladinho para que um homem possuído viesse pela ponta direita e virasse a partida, quebrando um tabu que já durava quase 30 anos diante da equipe do interior de São Paulo.

E esse homem, é claro, era Wesley. Um cidadão que havia errado absolutamente tudo que tentou, desde bote atrasado até cruzamento no joelho do adversário, passando por tabela com amigo imaginário e se bobear se confundiu no pai nosso na roda de oração antes do jogo. Mas que fez o segundo gol, decidiu o jogo, e saiu como herói da partida.

Porque isso, em essência foi a trajetória de Wesley no Flamengo: um garoto que pode não ter sido unanimidade, pode não ter sido sempre o melhor lateral-direito possível, mas que nunca se omitiu, nunca desistiu, e segurou a onda da posição quando o Flamengo mais precisava, conquistando títulos e fazendo história. Se for mesmo para a Roma, que tenha toda a sorte do mundo e siga evoluindo, porque, apesar dos altos e baixos, qualidade o nosso lateral sempre teve.

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