O que fazia Farioli quando Mourinho estava em Itália? «Era um guarda-redes pequeno, mas carismático» | OneFootball

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·3 Oktober 2025

O que fazia Farioli quando Mourinho estava em Itália? «Era um guarda-redes pequeno, mas carismático»

Gambar artikel:O que fazia Farioli quando Mourinho estava em Itália? «Era um guarda-redes pequeno, mas carismático»

Futebolisticamente falando, este domingo é em grande em Portugal. Teremos um Sporting x SC Braga e um FC Porto x Benfica, dois dos maiores jogos que o nosso futebol tem para oferecer, no plano teórico. Focando no segundo, o eterno Clássico, colocará frente a frente dois técnicos muito distintos, com carreiras muito diferentes, mas que, curiosamente, já se «cruzaram» - explicaremos as aspas - no passado.

De um lado, José Mourinho, considerado um dos melhores de sempre e com um histórico que fala por si. Do outro, Francesco Farioli, um jovem treinador que tem subido a pulso e ganho pontos no futebol europeu nos últimos anos.


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Farioli, para os mais distraídos, é italiano. Mourinho, para quem não se lembra, já teve duas passagens por Itália. A última foi recente, quando comandou a Roma entre 2021 e 2024, chegando a ganhar uma Conference League. A primeira, no entanto, foi a mais marcante: entre 2008 e 2010, assumiu o comando do Inter de Milão e conquistou Itália (bicampeão), a Europa (venceu a Champions em 2009/10) e o Mundo (Mundial de Clubes de 2010).

Isto levou-nos a questionar: o que era feito de Farioli durante essa passagem do Special One por Milão? Encontrámos a resposta na nossa base de dados - pois claro -, mas também em Massimiliano Magliulo, o último treinador que o agora treinador portista teve como jogador.

«Era um guarda-redes pequeno, mas já era um líder em miúdo»

Com apenas 36 anos, Farioli conta com uma vasta carreira de treinador, já iniciada já em 2009, curiosamente a última de Mourinho à frente do Inter. Na altura, o técnico transalpino iniciou a sua nova carreira como treinador de guarda-redes do modesto Margine Coperta, das divisões inferiores italianas, o mesmo clube onde tinha terminado a sua carreira de jogador, em 2008, com apenas 19 anos.

Pelo meio, nesse ano entre carreiras, publicou uma tese sobre a estética do jogo e o papel dos guarda-redes, na qual defende que o futebol é um reflexo da vida e cita os mais reputados treinadores e pensadores para explicar que o foco de um líder tem de estar no melhor para a equipa. Em 2009, passou da teoria à prática.

Foi nesse fim de carreira de jogador, durante dois anos, que foi treinado por Massimiliano Magliulo, nos juniores do ASD Freccia Azzurra e no seu primeiro (e último) ano de sénior, no Margine Coperta.

«Ele era o meu guarda-redes. Não era muito alto, mas era muito forte. O Francesco já era um líder quando era miúdo! Grande trabalhador, muito inteligente, era sempre o primeiro a incentivar todos nos treinos, mesmo que estivesse menos tempo com a equipa porque treinava com os guarda-redes. Muito carismático e queria sempre ganhar!», descreve-nos o treinador italiano de 53 anos.

Obviamente que nem todos estão destinados a serem jogadores profissionais, mas o caso de Farioli levanta logo questões, visto que desistiu desse sonho apenas um ano depois de ser sénior. Magliulo refere que tal aconteceu porque «a sua altura o penalizava muito» e se dedicou aos estudos e «à sua grande paixão, que é o futebol».

«Acho que era o seu destino ser treinador porque era alguém que via o jogo e era muito apaixonado por tudo o que era tática. O seu sonho sempre foi treinar. Começou por fazer análises em vídeo de De Zerbi, quando o analista de jogos ainda não existia, e foi descoberto por acaso pelo próprio De Zerbi. Entrou para a sua equipa, primeiro como colaborador e depois como treinador de guarda-redes, mas ele queria ser treinador», explica-nos Massimiliano.

«A empatia e carisma ajudaram-no, além de muito estudo e uma grande força de vontade que o levou a estudar ainda mais línguas. O sucesso é fruto da sua paixão, do seu estudo contínuo e da sua grande empatia», acrescenta.

Fruto desse passado comum, Francesco e Massimiliano são ainda próximos e mantiveram o contacto desde então. Chegam, de resto, a trocar ideias e o antigo treinador de Farioli até acha que este «herdou» algo da filosofia de jogo que tentava implementar. Apesar disso, crê que o antigo pupilo «se inspirou em muitos treinadores», com destaque para a influência de De Zerbi, embora tal não o tenha «condicionado».

Magliuno recorda, com um sorriso claro a acompanhar a voz, uma história curiosa do passado em comum com Farioli, que não ficou esquecida pelo treinador azul e branco.

«Estávamos numa meia final da Pisa Word Cup e estava 1-1. Aos 90 minutos, num canto a nosso favor, mandei-o subir. Ele era pequeno, não tive de insistir e ele subiu. Cobrámos o canto, ele cabeceou e acertou na trave. Na recarga, o meu defesa central marcou e fomos para a final. Mais tarde, em 2017, ele treinava os guarda-redes do Benevento e no jogo com o Milan, com o resultado em 1-2, aos 90+5 minutos, ele mandou, por iniciativa própria, o seu guarda-redes, (Brignoli) subir e ele marcou o golo do 2-2! À noite, ligou-me e disse: 'Viu, Mister, lembrei-me de quando me mandou subir!'»

Os dois treinadores italianos não mais falaram desde que Farioli assumiu o comando do FC Porto, segundo nos confessa Massimiliano, «talvez por o FC Porto ocupar demasiado tempo», mas o nosso entrevistado deixa rasgados elogios ao antigo pupilo.

«Assisti a alguns jogos e acredito que o seu futebol está sempre em evolução e, atualmente, ele está ainda mais atento à fase defensiva.»

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