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·9 September 2025

Organizada do Flamengo se inspira em torcedor para criação de núcleo autista

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Em meio ao mar de bandeiras que tremulam no Maracanã a cada jogo do Flamengo, uma em particular conta uma nova história de paixão e inclusão. Com um fundo branco, ela exibe um punho cerrado emergindo de um quebra-cabeça de peças coloridas, acompanhado dos dizeres "Raça Autistas".

A flâmula é o símbolo de um novo núcleo criado dentro da Raça Rubro-Negra, torcida organizada do clube, dedicado a acolher torcedores com Transtorno do Espectro Autista (TEA).


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A força motriz por trás dessa iniciativa é Pedro "Pepê" Prota, um jovem de 16 anos, que apresenta o espectro e é presença assídua nas arquibancadas ao lado do pai, Klinger Prota. A jornada de Pepê até o coração da torcida, no Setor Norte, foi gradual e planejada para garantir seu conforto.

"O Pepê acompanha o Flamengo desde bem novinho. Aos poucos, passamos a levá-lo ao estádio. Tínhamos preocupações quanto a barulho, aglomerações. Então, começamos a frequentar o Maracanã Mais, depois na Oeste, Leste. Até que, em 2019, migramos para a Norte", disse Klinger em entrevista ao "UOL".

Foi nesse setor, o mais vibrante do estádio, que a ideia começou a tomar forma. "Nós criamos a FlaAutistas e íamos aos jogos com a camisa. Passamos a frequentar a coluna 50 e chamamos a atenção da diretoria da torcida", completou.

O que era um movimento familiar logo encontrou eco dentro da própria organizada. Kiti Abreu, responsável pela área de inclusão social da Raça Rubro-Negra, conta que a história de Pedro e Klinger ressoou imediatamente com outros membros que também são pais de crianças com o espectro autistas.

"O projeto foi criado pensando em todos os autistas que têm essa paixão pelo Flamengo, que frequentam os jogos e que fazem questão de estarem na arquibancada. O Pepê se tornou uma referência e peça fundamental", explica Kiti.

"Temos na torcida pais e mães atípicos e que, agora, conseguem ter essa representação. É um sentimento ímpar e queremos abranger outras causas. Estamos abrindo portas", acrescentou.

Para Pedro, hoje um embaixador da causa com mais de cinco mil seguidores em sua página no Instagram, ver a bandeira tremulando no estádio é a realização de um sonho.

"Era algo que eu sentia no coração. Agradeço à Raça Rubro-Negra, pelo carinho comigo e com todos da comunidade autista. Essa bandeira não é só minha. Ela é de todos nós. Representa inclusão, respeito e amor", celebrou o jovem em uma de suas publicações.

Maracanã se adapta com sala sensorial

O movimento por mais inclusão no futebol não se restringe à iniciativa dos torcedores. A própria gestão do Maracanã, compartilhada por Flamengo e Fluminense, está finalizando a construção de duas salas sensoriais para atender pessoas com TEA durante as partidas.

A medida cumpre a Lei Municipal nº 7.973/2023, que exige a criação de áreas reservadas em espaços esportivos com capacidade superior a cinco mil pessoas. As salas ficarão localizadas no quinto pavimento do Setor Oeste e, segundo o cronograma das obras, a inauguração está prevista para o fim deste mês.

A iniciativa do Maracanã se soma a uma tendência crescente no futebol brasileiro, onde clubes e estádios têm implementado ações para tornar a experiência dos jogos mais acessível e acolhedora para o público com Transtorno do Espectro Autista.

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