Jogada10
·24 Juli 2025
Pedrinho diz que pode deixar o Vasco se for desejo da torcida

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·24 Juli 2025
O presidente do Vasco, Pedrinho, em coletiva que durou 2 horas e dez minutos, nesta quinta-feira (24/7), admitiu que sairia do clube caso este fosse o desejo da torcida. Ao responder pergunta sobre uma possível renúncia ao cargo, o mandatário cruz-maltino revelou que aceitaria uma saída, desde que tenha a certeza que os torcedores não estão mais ao seu lado.
“Você fala em renunciar? Sair antes do tempo de mandato? Quantos presidentes antes de mim, que fizeram um trabalho excepcional ou que foram ruins, tiveram de renunciar ao cargo? Você tem 100% de certeza de que a torcida vai pensar… Se eu tiver 100% de certeza de que a torcida acha que eu sou o maior problema do Vasco, eu saio. Saio agora. Se a torcida, de verdade, falar que eu sou o problema… A gente está aqui quebrando a cabeça todo o dia para achar diversas soluções. Tem a RJ (recuperação judicial), pagando a dívida, melhorando o CT, tentando ser competitivo no campo… Os resultados não estão vindo. Se a solução for clara, se o problema sou eu… Vou embora agora. Se é tão convicto isso, zero problema”, admitiu.
Embargado e com olhos marejados, Pedrinho seguiu, admitindo tristeza ao ouvir xingamentos em São Januário. Na última terça (22/7), afinal, parte da torcida presente durante a eliminação do Vasco na Sul-Americana para o Del Valle (EQU) entoou cânticos xingando o presidente.
“Mal para o Vasco, eu não quero fazer. Escutar a torcida me mandar tomar naquele lugar, me machuca. Sou Vasco. É como se fosse familiar. Não sou coração de pedra, sou sensível. Isso não tira a minha capacidade de trabalhar. Se tiver 100% de certeza, eu saio. Mas acho que isso não tem como mensurar”, revelou.
Se desvaloriza muito o que é feito. Parece que a gente se reúne ali no barzinho, tomando cerveja, começa a falar de futebol e traz um jogador X. Não é assim, gente. E pode ter certeza que muitos outros clubes eles erram e acertam. De repente passa de uma forma sutil os erros porque eles contratam em volume maior e têm muitos acertos. Os erros passam batidos pela questão financeira. Para a gente a renovação do Léo Jardim tem o custo de uma contratação. A renovação do Rayan também tem custo de contratação. A renovação do Coutinho tem um custo de contratação. Antes de entrarmos para a questão da recuperação judicial, as transferências que não foram pagas pela 777 têm custo de contratação. Para você ter ideia, a 777 gastou R$ 300 milhões em contratações e não pagou 200. E essa conta é nossa.
Perfil, modelo de gestão. Eu não vou fazer as contratações que o Corinthians fez e não honrar os compromissos. Não queria falar de outro clube, mas como você citou. Eu não consigo contratar e não pagar. Não consigo. O torcedor não pode esperar isso de mim, desculpa te decepcionar. Eu não vou fazer isso. Eu não estou fazendo isso comigo, estou fazendo com a instituição. E se agente está nesse processo de recuperação, é porque essas práticas foram usadas. Me desculpe. O que eu posso falar para o torcedor é que vou trabalhar muito, como eu trabalho. Eu me meto em todos os detalhes, sempre com muito respeito a todos os setores, tentando dar minha opinião, praticamente não durmo, vivo e vivencio tudo que diz respeito ao Vasco.
Eu não vou dar data de nada porque são muitas variáveis. Eu não vou prever quando o Vasco vai ser campeão. A gente pode ter um parâmetro, com ou sem investidor, um prazo de quitação das dívidas onde vamos ter um nível de receita melhor para contratar jogadores melhores. Quando eu digo que são variáveis difíceis de serem controladas, o Mirassol é um grande time, faz um trabalho excepcional, é muito estruturado, tem um ótimo treinador, mas se você pegar os 11 jogadores do Mirassol e botar no Vasco, e com todo respeito a todos eles, que jogam muito, a torcida não vai gostar.
A gente contratou uma das maiores empresas, que é a G5, para colocar em prática a operação de compra e venda, e a gente está muito empenhado nisso. Se a gente trouxer o investidor, a gente encurta o prazo para pagar as dívidas, que acho que isso deveria ter sido o ponto principal no contrato anterior com o antigo sócio, pagar as dívidas. Imagina o investidor chegar aqui e colocar R$ 1 bilhão em contratação e não pagar o R$ 1,4 bilhão de dívidas que o Vasco tem. É o ataque à dívida. Não vai ser mais nesse valor porque, por meio da RJ, vai ter um deságio muito grande. A gente praticamente cai pela metade a dívida num espaçamento grande para pagar. Com esse espaçamento, você gera fluxo de caixa porque o que sai é muito menor e consegue dar vida para contratar. Eu não vou dar prazo. Claro que eu quero vender, mas não adianta. Quantas vezes eu não vim aqui e disse que quero vender?
Tem gente que já me conhece há bastante tempo. Alguém acha de verdade que eu mandaria agredir alguém? Para ser muito claro com o que vai acontecer com o Krav, nós empatamos com o Del Valle, eu estava vendo o jogo com o Admar (Lopes), o Léo Matos e o Biro. Faltando cinco minutos eu pedi para o Léo Matos e Admar descerem que eu ficaria ali sozinho. Eu não sei precisar, mas fiquei trancado por 1h30 no camarote. Ali eu fico sofrendo por tudo que aconteceu no jogo, na ida, pelo que aconteceu dos gritos, estava ali na minha reflexão. Depois disso eu desço, nem passei no vestiário porque deduzi que os jogadores já tinham ido embora. Eu cumprimento algumas pessoas de passagem, entro no meu carro e vou para casa. Durmo lá pelas 5h da manhã e acordo com a notícia desse episódio.
Não sabia do episódio, quem era esse menino. Me contaram o que esse menino tinha feito, depois assisti ao vídeo. Para deixar claro, eu nunca mandei e nunca vou mandar agredir ninguém por qualquer tipo de críticas que façam a mim. Nunca foi o meu perfil e nunca vai ser. Ele afirma isso no vídeo dele e vai ter que provar isso. Outra coisa grave que ele fez, que eu soube ontem, que ele nas redes sociais pediu linchamento, passou meu endereço. Por coincidência, aconteceu um episódio no meu condomínio muito suspeito. Eu quero deixar claro para ele que a emoção das pessoas não dá direito a nada, a agressão, a incentivo a violência e muito menos a divulgar meu endereço. Então a partir de hoje, qualquer coisa que aconteça comigo ou com minha família, ele é suspeito. As pessoas não têm direito, por causa do futebol, de achar que podem fazer tudo. Não podem. Aceito críticas, aceito xingamento. Eu sou ameaçado de morte o tempo inteiro, mas ele passou dos limites quando ele publica o meu endereço.
Carlos Amodeo: Nós fizemos um pedido à juíza da recuperação judicial para anteciparmos as parcelas que temos direito a receber de vendas de atletas tanto do Rio Ave quanto da MLS, relativo ao Clayton e ao Orellano, respectivamente. Essa operação é importante dizer que sempre que falamos de recuperação judicial, falamos da necessidade de captar recursos externos através de instituições financeiras. Essa operação que estamos olhando junto ao Rio Ave e à MLS é que minimiza a necessidade de captação de recursos externos com uma taxa muito alta de mercado.