Pedro Brinca analisa início de temporada do Benfica e deixa aviso: "Difícil pedir..." | OneFootball

O Benfica já realizou dois jogos oficias esta temporada. No primeiro encontro, venceu o Sporting por 1-0 e conquistou a Supertaça. No segundo, derrotou o Nice, em França, e colocou-se em boa posição para garantir passagem aos play-offs de acesso à Liga dos Campeões. Pedro Brinca debitou sobre o arranque de época dos encarnados com algum entusiasmo.

"Dois jogos, duas vitórias. Olhando para os resultados, era difícil pedir melhor arranque da temporada. Em particular porque a primeira vitória valeu um troféu e a segunda pôs-nos praticamente no playoff de acesso à Champions. Mas foram jogos bem diferentes. O jogo da Supertaça teve em emoção o que lhe faltou em qualidade de jogo... Ainda assim o Sporting conseguiu dominar na generalidade das estatísticas. Mais remates, mais remates enquadrados, mais ações na área adversária, mais eficácia de passe e mais posse de bola. O Benfica “ganhou” em ter conseguido mais cantos e numa estatística que mostra algo daquilo que pode ser o sinal de um “novo” Benfica, mais agressivo e pressionante", disse, ao jornal Record.

"As exibições de Barrenechea e Ríos foram bastante positivas e trazem ao Benfica a intensidade física, mentalidade competitiva e capacidade de combate que faltavam há demasiado tempo. Dedic também mostrou grande capacidade ofensiva e Dahl continua a ter a consistência habitual. O Benfica, com uma preparação mais atrasada fruto também de um final de temporada atípico com o Mundial de clubes, conseguiu mesmo assim arrecadar a Supertaça", sublinhou.

Pedro Brinca partiu para a análise da primeira mão da terceira pré-eliminatória: "O jogo com o Nice foi bem diferente. O Benfica foi de longe a equipa mais dominante, dominando todas as estatísticas de jogo, incluindo de produção ofensiva. O resultado ajusta-se à exibição e põe-nos com um pé e três quartos no playoff de acesso à Champions League".

"Parte da diferença exibicional estará na diferença de valor do adversário. Mas acredito que boa parte da explicação estará também na subida de forma da equipa. Ivanovic teve uma excelente estreia e, para já, os reforços parecem mostrar que vêm para acrescentar valor", disse o cronista, com algum entusiasmo.

O cronista analisou ainda a questão de faltar um jogador com toque refinado: "Dito isto, gostava de pegar nas palavras de Bruno Lage, que quando lhe apontaram o óbvio – a falta de um criativo nas soluções do plantel – perguntou o que era isso de um criativo. Não sei o que estava na cabeça do jornalista que fez a pergunta, mas sei o que está na minha quando olho para as soluções à disposição de Bruno Lage para esta época".

"Há um perfil que está em falta. O do jogador que quando falha o coletivo, consegue ser o desbloqueador, com alguma consistência. O que num lance de criatividade, cria desequilíbrios ofensivos e gera oportunidades. Aquilo que Neres, Di María, Aktürkoglu faziam e fazem. Em jogos em que o Benfica não consiga desequilibrar ofensivamente pelo coletivo, farão muita falta. E, a julgar pela época passada, não serão assim tão poucos os jogos em que um coletivo menos inspirado precise de uma dose de génio individual para chegar à vitória", concluiu.