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·28 Oktober 2025

Presidente do Conselho do Corinthians explica como funcionaria uma possível SAF no clube

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  1. Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

Na tarde desta segunda-feira, 27 de outubro, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, concedeu entrevista coletiva à imprensa no Parque São São Jorge e discorreu sobre as principais novidades do anteprojeto da Reforma do Estatuto do clube. Um dos aspectos abordados foi como funcionaria o processo para transformar a instituição em Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

O documento em questão ressalta que, independentemente do modelo societário, o Corinthians seguirá tendo o controle majoritário – 51% – das atividades do clube, como consta no sétimo parágrafo do artigo 2. Diferentemente do que foi divulgado previamente, Tuma explicou que uma eventual aprovação de investidores não depende de um aval do Conselho de Orientação (CORI), que possui papel de recomendar”, sem interferir no pleito do Conselho Deliberativo.


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Foto: Central do Timão

O presidente do Conselho também esclareceu que, para uma possível aprovação de SAF, dois terços dos presentes na votação da Assembleia Geral precisam ratificar a decisão do Conselho, conforme consta no artigo 45 parágrafo segundo.

“§ 2º A transformação do Clube, bem como a cisão do departamento de futebol para constituição de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), somente poderão ser aprovadas por deliberação da Assembleia Geral, especialmente convocada para esse fim, mediante o voto favorável de, no mínimo, 2/3 (dois terços) dos associados com direito a voto, após manifestação prévia e favorável do CORI e do CD, observando-se o mesmo quórum qualificado anteriormente referido, e precedidas de auditoria independente e processo formal de “due diligence” técnica e multidisciplinar destinado à verificação detalhada da situação econômica, financeira, contábil, jurídica, trabalhista, tributária, contratual, ambiental e patrimonial do Clube e da operação proposta, cujos relatórios e pareceres deverão ser integralmente publicados no Portal da Transparência.”

“Com relação ao parecer do Cori, ele não é vinculante. Caso houvesse algum erro, o anteprojeto já foi atualizado. O parecer do CORI é apenas indicativo, e as decisões do conselho exigem o voto de dois terços dos presentes na reunião. Quanto aos associados, salvo engano, as deliberações da assembleia geral também dependem de dois terços dos votantes presentes. Isso é natural, pois, sendo uma associação, quem define seus rumos são os próprios associados. Toda associação pertence aos seus sócios, que têm o direito de decidir seus destinos. Caso haja intenção de se associar a uma empresa ou realizar algum tipo de parceria, o novo estatuto já prevê como isso deve ocorrer. Em qualquer hipótese, a decisão precisa ser aprovada em assembleia geral, com o voto favorável de dois terços dos presentes.”

“Existe ainda a previsão de uma emenda de plenário, que pode ser utilizada para ajustes ou propostas de última hora, desde que haja consenso ou maioria favorável. Podem ser correções pontuais, inclusive de português, já que o texto ainda é um anteprojeto e passará por revisão. Caso surja alguma contribuição realmente relevante, ela poderá ser incorporada por meio dessa emenda, conforme previsto no regimento eleitoral”, iniciou Romeu Tuma.

Em seguida, o presidente do Conselho do Corinthians relembrou que, em outros momentos, já houveram debates sobre reformas estatutárias em anos anteriores, mas que não houveram avanço devido à pandemia de COVID-19.

“Infelizmente, muitas pessoas não acompanham como as coisas funcionam na prática. Quando falamos em reforma estatutária, já houve tentativas anteriores. Em 2017, o presidente do Conselho criou uma comissão para receber propostas de conselheiros e sócios. Chegamos quase a votar, mas a pandemia acabou atrapalhando o processo, e as contas de algumas gestões foram votadas somente depois do término dos mandatos.”

“Na gestão seguinte, outra comissão foi criada, e várias propostas foram apresentadas, resultando em um relatório final. Houve até uma compilação das melhores ideias, mas, com a aproximação das eleições, a votação acabou não acontecendo. Pensando nisso, o regimento regulatório da atual reforma prevê que a comissão possa aproveitar propostas anteriores, mesmo de conselheiros ou sócios que não estão mais ativos, garantindo maior participação e diversidade de ideias”, continuou.

A lei federal SAF – nº 14.193/2021 foi sancionada pelo governo brasileiro em agosto de 2021. Tuma ainda destacou que acompanha a pauta há alguns anos e mencionou uma regra tributária sobre esse modelo de gestão – alíquota unificada de 5% sobre as receitas – a partir de janeiro de 2027.

“Existem diversos modelos de SAF, e acompanho o tema desde a discussão da legislação no Congresso. Um modelo interessante é a SAF vinculada à própria associação, que poderia ser adotado pelo Corinthians. A partir de 2027, a legislação exigirá que associações paguem impostos na faixa de R$ 80 a 100 milhões, o que será desafiador. A aprovação desta reforma pode oferecer caminhos para lidar com isso, mas, se não for suficiente, precisamos buscar alternativas.”

O documento do anteprojeto ainda ressalta, no artigo 2, que qualquer participação do Corinthians em sociedades empresárias necessitará de uma aprovação prévia do Conselho Deliberativo e da Assembleia Geral dos Associados.

Tuma destacou tal trecho na entrevista: “A decisão sobre qualquer modelo de SAF, respeitando a legislação, será da Assembleia Geral da associação, formada pelos sócios. É importante deixar claro que esta coletiva não tem relação com inviabilizar qualquer projeto futuro. Os projetos de SAF devem ser apresentados publicamente e auditáveis, e qualquer decisão será tomada dentro da associação, de forma transparente e regulada pelo estatuto.”

Por fim, Romeu Tuma Júnior foi questionado sobre as conversas com os integrantes do Grupo SAFIEL, que visa promover uma profissionalização administrativa do clube, com profissionais de mercado participando da gestão do clube e que oferece uma participação mais ativa da torcida nas decisões da instituição.

“Eu não assisti às entrevistas que eles deram, nem participei de apresentações. O que eu conheço vem da conversa que tivemos pessoalmente, que durou cerca de duas horas e foi muito boa. Falei sobre pontos que eles desconheciam: o funcionamento do Conselho, o que entendo sobre SAF, os modelos que conheço e como isso se relaciona com o Estatuto. Foi uma conversa tranquila. Como presidente do Conselho, recebo todos que querem dialogar comigo, é parte do meu papel. Não assisti às falas deles, mas sei que aconteceram. E é importante lembrar: o Estatuto pode, sim, ser alterado no futuro — há regras previstas para isso. Tudo segue dentro da normalidade.”

Tuma, porém, ressaltou que uma eventual aprovação de Sociedade Anônima no Corinthians está vinculada a uma aprovação sobre a reforma estatutária do clube. Em novembro, a reforma deve ser votada no Conselho Deliberativo. Se avançar, o pleito na Assembleia Geral acontecerá em dezembro. Romeu ressaltou que cumprirá os ritos necessários se caso o processo avançar internamente.

“Eu teria que encaminhar à comissão (da reforma), para que ela avaliasse incluir isso na proposta e o conselho decidisse. Oficialmente, nada chegou. Conversei com ele, recebi como recebo qualquer pessoa, com respeito. Alguns colegas de vocês pediram para que eu o atendesse, e assim fiz. Tenho total respeito por eles e por qualquer um que queira defender o Corinthians. Aqui, todos estão do mesmo lado, em prol do clube. Mas é preciso apresentar uma proposta clara e demonstrar disposição para uma auditoria.”

“Quando se fala em fusão ou cisão, é necessário passar por auditorias independentes. Alguém já auditou o valor real do Corinthians? Ainda não. É fundamental saber quanto o clube vale — considerando créditos, débitos, tudo — para termos transparência e evitar problemas futuros. De qualquer forma, não tenho nada contra eles. Só não chegou nenhuma proposta formal, e agora o foco precisa ser a votação do novo estatuto. Precisamos aprová-lo com urgência para tirar o Corinthians da situação atual. Se isso não acontecer, o clube não vai conseguir sobreviver. Todas as soluções estão ali. Pode haver discordâncias, mas está tudo no estatuto.”

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