Regresso de Bernardo? Entre o desejo e o populismo | OneFootball

Antes de mais, espero que em janeiro Bernardo Silva possa ser reforço do Benfica. Seria um regresso de sonho, e que ajudaria imenso a equipa. Que fique claro: desejo isso tanto quanto qualquer outro benfiquista, para não virem logo dizer que é crítica gratuita.

O problema não é o Bernardo. O problema é o uso político do seu nome. João Noronha Lopes anunciou que tinha um contrato para trazer o jogador do City. Mas Bernardo Silva é profissional do futebol e benfiquista, não é património de uma candidatura. Ser usado como bandeira eleitoral é um exagero que só lhe deveria dizer respeito.

Ontem, assim que Noronha confirmou essa promessa, as redes dos voluntários e bots mudaram de repente. Esqueceram-se da aposta na formação, do plano para Veloso, Prestianni ou Rego. Esqueceram-se da conversa sobre retenção de talento e da crítica de que jogadores contratados tapam espaço aos da formação. Tudo isso foi varrido por um único nome: Bernardo Silva.

E é aqui que está a incoerência. Em 2020, o mesmo Noronha Lopes dizia: “Não vale tudo para ganhar eleições. Eu não prometo treinadores, jogadores ou diretores desportivos. Já passou o tempo em que se fazia isso e se ganhavam eleições assim.”

Hoje, faz precisamente o contrário. Promete Bernardo Silva e ainda acrescenta que haverá mais. E aos que já cá estão? Vai fazer aquilo que tanto critica: vender, vender e vender.

Quem passa em menos de um mês de 15 mil espectadores no Twitter para pouco mais de mil no Benfica Independente, percebe-se bem porque recorre agora ao populismo. Não é liderança, é desespero.