Rodrigo Nestor, sempre criticado pela torcida do São Paulo, agora virou ‘craque de Cotia’ ao ser vendido | OneFootball

O torcedor do São Paulo precisa do menor dos motivos para criticar a péssima gestão atual do clube liderada por Julio Casares. O ano está terrível, vai acabar sem título e talvez, sem vaga na Libertadores. As vendas de suas joias de Cotia foram péssimas, e a diretoria vem rebolando para tentar diminuir a obscena dívida de quase R$ 1 bilhão.

Em meio a crise que já não é de hoje, o Tricolor acertou muitas saídas no elenco na última temporada, algumas por empréstimo, como o caso do meia revelado na casa, Rodrigo Nestor, autor do heroico gol nas finais da Copa do Brasil que terminou com título inédito.

Nestor foi emprestado ao Bahia no início do ano a um custo de 1,5 milhão de euros (R$ 9,4 milhões), além dos salários integrais. O jogador de 25 anos, segundo a imprensa de Salvador (BA), já abriu conversas para acertar um contrato em definitivo com eles. Por lá, virou peça chave no esquema do técnico Rogério Ceni, marcando sete gols e seis assistências em 44 jogos.

A cláusula para o Bahia comprar a revelação de Cotia é de 4,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 28,1 milhões). Mas o Grupo City, dono da SAF deles, já antecipou aos dirigentes tricolores que tem um plano e usar uma pendência em aberta dos paulistas para diminuir o montante, referente a compra do zagueiro Ferraresi.

Agora cabe aos dois clubes a negociação, mas o certo é que Nestor renderá no total cerca de R$ 37,5 milhões aos cofres são-paulinos. Por um jogador que nunca se firmou de vez entre os titulares e vinha de uma grave lesão que o afastou por muito tempo dos gramados em seu melhor momento, após a conquista da Copa do Brasil.

Claro que Rodrigo Nestor marcou definitivamente seu nome na história do São Paulo e ninguém NUNCA vai apagar isso. O título de 2023 tem sua marca com o golaço no Morumbi. Mas me recordo também das frequentes críticas da torcida tricolor quanto a prata da casa.

“Nestor não corre, está sempre na preguiça”, “Nestor não é meia, nem volante, nem ponta” e “Não aguento mais o Nestor” eram frases comuns de vermos nas redes sociais após alguma atuação não muito boa do jogador.

Mas, claro, a gente só valoriza o que tem quando perde. A grama do vizinho é sempre mais fresca. Hoje a torcida tricolor tenta transformar Nestor em algo que nunca foi, um craque a render milhões e milhões de euros. A realidade foi a compra pelo Bahia, por quase o mesmo valor que a revelação Matheus Alves foi vendido aos russos neste ano.

A pergunta é bem simples: hoje, Nestor seria titular absoluto do São Paulo? Não. Brigaria talvez por uma vaga no meio de campo, sendo titular por algumas vezes, mas teria como grande concorrente um dos melhores do time no ano, Marcos Antônio.

E algumas críticas também dizem que o clube ‘trocou Nestor por Ferraresi’, o que seria um absurdo. Que absurdo é esse? Um zagueiro de seleção, que bateu alguns recordes defensivos pelo São Paulo neste ano, jovem para ser vendido e ainda com um potencial bom para um futuro lucro.

O São Paulo ‘gastou’ um Nestor para ter Ferraresi, o que me parece bem justo, e ainda pode lucrar muito mais em um possível venda do venezuelano nos próximos anos.

Como diz um amigo torcedor são-paulino, ‘a torcida precisa parar de achar que todo atleta formado em Cotia é craque’. Nestor está longe disso, pode, claro, ser um jogador bastante importante na rotação do elenco, como vem sendo com Ceni no time baiano.

Mas saiba, torcida tricolor, atacar a diretoria nos milhares de outros pontos falhos que ela vem acumulando no passar dos anos, e a venda de Rodrigo Nestor ao Bahia, não é um deles.