AVANTE MEU TRICOLOR
·5 Oktober 2025
São Paulo faz primeiro tempo de almanaque. Mas decepciona, toma virada em clássico para o Palmeiras e vê crise voltar no Morumbi

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·5 Oktober 2025
Crise, derrotas, eliminações, cobranças, contestações, queixas, ofensas… Todas essas palavras fizeram parte do dicionário do São Paulo nas últimas semanas, após uma sequência de derrotas consecutivas, jejum de gols e a queda nas quartas de final da Copa Libertadores para a LDU em pleno Morumbi. E por um breve período a impressão era de que elas haviam se despedido de vez. Mas era só uma ilusão.
Hernán Crespo nunca perdeu o otimismo em seu grupo. E sempre deixou claro que o trabalho era intenso para reverter o cenário. Os primeiros indícios vieram no meio de semana, após o triunfo sobre o Fortaleza fora de casa com um jogador a menos a maior parte do tempo. Mas para a exigente torcida tricolor era preciso mais, muito mais.
Pois bem, quis o destino que o próximo adversário são-paulino fosse justamente o rival Palmeiras. E nada melhor (ou pior) que um clássico para a equipe mostrar o seu valor, chutar de vez a crise e, principalmente, refazer as pazes com as arquibancadas. Não foi o que aconteceu
Na tarde deste domingo (5), no Morumbi, o objetivo tricolor estava sendo cumprido com maestria após um primeiro tempo de domínio absoluto que dava a impressão de uma partida inesquecível, com uma verdadeira aula tática de Crespo sobre o badalado Abel Ferreira e uma vantagem de dois gols no placar.
E o que poderia ser um dia de sobra para o São Paulo, se tornou um pesadelo. A equipe perdeu qualidade na etapa final, o rival cresceu de produção com as alterações (sinal do seu elenco extremamente qualificado). E tomou a virada por 3 a 2 em pleno Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro.
Resultado que impede a paz absoluta no clube na pausa do calendário para a Data Fifa. E mantém um incômodo jejum de não conseguir bater o arqui-inimigo: já são nove jogos sem vitória por qualquer competição e desde 2017 pelo Brasileirão em sua casa.
O duelo desta tarde começou com uma impressão até certo ruim para o Tricolor, que viu o rival subir suas linhas de marcação na tentativa de abafar sua saída de jogo. Por cerca de dez minutos, a equipe de Crespo parecia meio encaixotada, tentando construir da defesa com chutões ante um meio-campo congestionado, sem espaço para trabalhar.
Mas durou pouco. Logo o São Paulo percebeu que o abafa palmeirense lhe deixava com espaço no campo de ataque para tentar construir. E foi isso que passou a ser tentado. O que Crespo talvez não esperasse era a colaboração da defesa rival, que deu uma mãozinha cometendo algumas lambanças. Foi fatal.
Aos 14, Murilo tentou sair jogando de sua defesa e tentou a ligação direta, mas Sabino desarmou Flaco López, Marcos Antônio recuperou a bola e de primeira lançou Luciano, que dominou, driblou Weverton e ficou livre, leve e solto para empurrar às redes e abrir o placar.
O receio fazia com que os são-paulinos não conseguissem comemorar direito o resultado, cismados e desconfiados com seu time. Mas a tarde era mesmo tricolor. O São Paulo seguia dominando, vencendo duelos, liderando os desarmes e continuando a jogar nos espaços defensivos do Palmeiras em seu campo de jogo.
Aos 34, a fatura praticamente foi liquidada. De novo em uma ligação direta de defesa, Enzo Díaz dividiu com Vitor Roque, levou a melhor, passou por Felipe Anderson como quis pela esquerda e cruzou na segunda trave para Tapia, com muito oportunismo, desviar de prima para fazer o segundo.
Na volta do intervalo, com as alterações de ambos os lados, o São Paulo perdeu um pouco a intensidade e o controle das ações em certos setores do campo. Isso permitiu ao rival melhorar sua construção ofensiva. Apareceu algo que não existia no período inicial: a transição em velocidade deles. E o pior aconteceu: aos 24, Vitor Roque marcou após tabela ofensiva. E quatro minutos depois o empate, com Maurício vencendo duelo no meio-campo e já lançando de primeira Flaco López para bater cruzado e empatar.
O baque pelo empate sofrido pesou e a partir de então o São Paulo é que foi presa fácil do rival. Não conseguindo articular seu ataque e sofrendo nas transições de jogo em velocidade verdes. Vez ou outra ainda se conseguia ir à frente, mas quase sempre as chances eram sem muito perigo.
E, claro, pela rivalidade entre os lados, ainda teve tempo para um princípio de briga generalizada campal aos 32, após Enzo Díaz e Vitor Roque se estranharem.
A impressão já era de total fim de feira quando a tristeza virou tragédia. Aos 43, Aníbal Moreno recebeu lançamento e cruzou na medida para Sosa, que saiu de trás da defesa são-paulina, testou e sacramentou a virada, devolvendo ao Morumbi o clima de insatisfação e raiva da torcida com o rendimento recente da equipe.
O revés com gosto mais que amargo impede o Tricolor de sonhar em terminar a rodada na zona de classificação à Libertadores. Pelo contrário, acaba superado pelo Fluminense, com os mesmos 38 pontos, mas com vantagem nos critérios de desempate.
Com a parada na Data Fifa, o São Paulo só volta a campo agora em 16 de outubro (quinta-feira), para enfrentar o Grêmio, fora de casa, às 19h (de Brasília), também pelo Brasileirão.