Sócios do FC Porto enviam carta aberta a André Villas-Boas: “Esta não é a alma do nosso Porto” | OneFootball

Um grupo de associados do FC Porto expressou uma preocupação séria e uma posição clara sobre a avaliação do trabalho da Direção do clube, um ano após as eleições. Em uma carta aberta dirigida aos associados, os signatários, incluindo Luís Barradas, Heleno Roseira e João Proença, que foram candidatos a várias posições na Direção na lista de Nuno Lobo, realizam uma análise crítica da época desportiva, considerando-a um fracasso total, não apenas pelos resultados, mas também pela perda de identidade, ambição e coesão.

Com a frase «Pelo nosso Porto, de alma cheia e cabeça erguida», o grupo critica a gestão da atual Direção, a falta de firmeza na equipa e a ausência de uma estratégia clara, tanto a nível desportivo quanto financeiro. Eles também levantam questões sobre a falta de transparência na divulgação dos resultados da auditoria forense e a ausência de respostas a práticas prejudiciais identificadas. A escolha dos treinadores, Vítor Bruno e Martín Anselmi, é considerada uma decisão errada pelos signatários da carta. Este movimento se considera um defensor do FC Porto, respeitando todos que contribuíram para a sua história, mas ciente de que um clube é muito mais do que as pessoas que o dirigem a cada momento.

«Pelo nosso Porto, de alma cheia e cabeça erguida»Portistas,Um ano após a decisão da nossa massa associativa de mudar de rumo, o que se esperava era uma renovação que refletisse a nossa história gloriosa. Contudo, um ano depois, ao olharmos para o campo, para as bancadas e para os rostos dos adeptos, sentimos um vazio. Esta não é a transformação que ambicionávamos. Esta não é a essência do nosso Porto.A época desportiva foi, de forma clara, um fracasso. Falhámos em todos os aspectos: no campeonato, na Europa, nas taças. Mais do que os resultados, falhámos na identidade, na garra, na ambição e na UNIÃO.O nosso clube não se limita ao legado do passado, nem se resume à atual liderança.O nosso clube, que frequentemente desafiou o impossível, encontra-se hoje desorientado, sem uma liderança firme, sem motivação na equipa e no campo, e sem uma direção clara nas decisões. A gestão foi errática. A comunicação, desastrosa. O espírito, ausente.Na área financeira, as consequências da reestruturação do passivo ainda não foram suficientemente esclarecidas.Ao contrário da política de transparência, o relatório da auditoria forense não foi publicado na totalidade, e não se conhece qualquer resposta do nosso Clube em relação às práticas prejudiciais identificadas.Uma boa liderança deve acolher os melhores e não se limitar a agir apenas em situações críticas, deixando o futuro em aberto à adivinhação de todos.É vital equilibrar a gestão financeira e desportiva, algo que não está a ser alcançado.Ser Porto é resistir, lutar e vencer. Mas, acima de tudo, é não desistir. É por isso que não nos calamos. Amamos este clube de uma forma que não se expressa em palavras.Não aceitamos desculpas. Não aceitamos comparações com épocas passadas. O Porto não é um clube de “menos mal”. O Porto é um clube de tudo ou nada. E queremos tudo. Novamente.O clube não pertence a direções ou a figuras. Pertence aos sócios. Aqueles que choram, gritam, vibram, sofrem e vivem este emblema todos os dias. E são esses sócios que hoje levantam a voz e afirmam: este não é o caminho.Queremos um clube com alma, raça e ambição. Um Porto que nos faça sonhar novamente. Um Porto que se reconheça em campo, nas decisões e nas vitórias.É com este espírito que afirmamos nossa disposição para, em conjunto, construir soluções que nos levem à vitória.

Subscritores:– Luís Barradas- sócio nº 6186.– Heleno Roseira- sócio nº 10063.– João Proença – sócio nº 14460.– Paulo Vasconcelos – sócio nº 1730.– Tânia Barroso – sócia nº 146755.– Filipe Neto – sócio nº 150325.– Fernando Emílio – sócio nº 832.– António Quintas – sócio nº 57131