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·27 Juni 2025
Sporting recebeu milhões do BESA sem explicação ao BES

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Quatro transferências bancárias com destino ao Sporting, feitas através do Banco Espírito Santo Angola (BESA), estão entre as operações cuja origem o próprio BESA se recusou a justificar perante o BES. A revelação foi feita esta sexta-feira, em tribunal, por Vera Pita, responsável da Deloitte, durante o julgamento do caso BESA, no Tribunal Central Criminal de Lisboa.
A testemunha, que coordenou parte da auditoria realizada por ordem do Banco de Portugal, explicou que «foi uma questão transversal» ao longo da análise: «Na maioria dos casos em que o BES pedia esclarecimentos ao BESA, ou não havia resposta, ou esta era inconclusiva».
Questionada pelo Ministério Público sobre quatro transferências para contas da Sporting SAD, feitas através de uma conta do BESA sediada no BES Lisboa, Vera Pita afirmou que não houve qualquer justificação fornecida, apesar do pedido ter sido feito no âmbito da lei de prevenção do branqueamento de capitais.
A consultora sublinhou que o pedido de esclarecimento «não implica que a operação seja irregular», mas que envolvia fatores de risco — nomeadamente os montantes envolvidos e o facto de ter como destino uma entidade desportiva.
Segundo o Ministério Público, o então presidente do BESA, Álvaro Sobrinho, ordenou entre 2011 e 2012 transferências no valor de cerca de 15 milhões de euros para o Sporting, recorrendo a fundos disponibilizados pelo BES para reforçar a liquidez da filial angolana.
O processo envolve ainda Ricardo Salgado e outros ex-responsáveis do BES e BESA, acusados de burla qualificada, branqueamento de capitais e abuso de confiança.
O BESA foi liquidado em outubro de 2014, poucos meses depois do colapso do BES.
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