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·7 April 2025
Tática, técnica e raça: analista mostra como Flamengo superou o Vitória

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·7 April 2025
Vencer o Vitória fora de casa não foi nada fácil. Para conquistar os três pontos no Barradão, no último domingo (6), foi preciso mais do que tática, mas também técnica, e é claro, raça.
Essa é a opinião do analista tático Raphael Rabello, do canal Falando de Tática. Como analista, ele fala não só dos esquemas de jogo em si, mas também, de todo o contexto, para chegar a essa opinião final.
Ele inicia falando sobre o modelo que o Vitória entrou em campo, dificultando a vida do Flamengo, que teria as ações com a bola.
"O cenário que o Flamengo encontrou foi de dez jogadores do Vitória atrás da linha da bola. 4-5-1, com Janderson mais adiantado, e os dois pontas ao lado dos três volantes, formando essa linha de cinco. É muito difícil furar defesas postadas dessa forma. Mas o Flamengo conseguiu criar algumas chances", inicia.
Por parte do Flamengo, ele destaca a opção por fixar Alex Sandro atrás. Isso aconteceu para resguardar o time de possíveis contra-ataques, já que era o que o Vitória esperava ter.
"O Flamengo tinha 3-2-2-3. Optou por manter o Alex Sandro próximo dos dois zagueiros, mesmo com o adversário tendo só um jogador mais a frente. Poderia ter espetado mais o Alex Sandro. Mas a ideia era cuidar das transições defensivas, não ser surpreendido com os contra-ataques", comenta.
O analista também concorda com uma análise feita pelo técnico Filipe Luís, mas destaca dinâmicas que o Flamengo deveria ter utilizado mais.
"Filipe até mencionou uma circulação lenta da bola. Pode ser mais rápido, sim. Faltou um pouco de diagonal longa. É o tipo de jogada que ajuda muito a furar defesas retrancadas. Usa essa diagonal, e a última linha está olhando para a bola, virado para a baliza, sem cuidar das costas. Poderia ter usado mais. Também poderia jogar mais de primeira", analisa.
Mas a principal crítica é que o "Flamengo continua perdendo grandes chances, desperdiçando oportunidades claras".
Para chegar ao triunfo, o Flamengo aproveitou o momento ruim do Vitória. A equipe chegou ao certame sem um padrão definido, e isso perdurou no jogo contra o Mengão, sofrendo pela própria desorganização.
"O pós-perda funcionou bem ontem (...) Com o adversário sendo obrigado a forçar a bola longa, tinha a possibilidade de pegar o adversário mais desorganizado. Quando eles tentam sair, sem estar estruturado, geram espaço nas costas", alerta.
Foi assim que o Rubro-Negro conseguiu certa pressão contra os baianos, mas para o analista, era preciso arriscar mais chutes.
"Flamengo se aproveitou de uma saída ruim do Vitória. O Carpini colocou o Léo Pereira, baixou o Matheuzinho para jogar como terceiro volante. Pelo lado do Flamengo, Bruno Henrique e Plata já tinham entrado, com Gerson recuando ao lado do Pulgar. O Flamengo retoma a posse com Pulgar, finalizando com Gerson. Faltou finalizar um pouco mais também, para machucar mais o adversário, podendo aproveitar um escanteio", opina.
O principal erro do Vitória foi tentar sair de trás. Foi assim que o Flamengo chegou ao gol da vitória, após uma tentativa do time da casa de agredir o Mengão.
"Sete jogadores do Vitória no campo do Flamengo. Subiu as linhas, quis pressionar, e contra o Flamengo, isso é fatal. Teve a chance com Bruno Henrique, e depois, com calma, sabedoria, maturidade, inteligência, soube continuar com a posse de bola, aproveitando os espaços, e o Michael atrai o Claudinho, Luiz Araújo atrai o Baralhas, que já está cansado, e o Luiz faz esse movimento de facão às costas do Claudinho. Não vem a cobertura do Lucas Halter. BH lê rápido que o Luiz está em vantagem e ataca o espaço. Ele mata e conquista a vitória", destaca.
Por fim, Raphael elogia a maturidade do elenco para conseguir vencer fora de casa.
"Vitória de um time maduro, que não se desesperou. Sofreu empate fora de casa, teve paciência, lucidez e maturidade para ir atrás do segundo gol. Dá para melhor o repertório em entrada em último terço. Mas foi uma boa partida, dado o contexto de tantas viagens", finaliza. Veja a análise completa abaixo.