Portal dos Dragões
·23 April 2025
Testemunha diz que ouviu Vítor Catão dizer “que ia matar Villas-Boas e as pessoas que o apoiavam”

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Um sócio do FC Porto denunciou esta terça-feira Fernando Madureira por o ter ofendido durante a assembleia geral de novembro de 2023 por não ter aplaudido Pinto da Costa, referindo um “clima de medo”, durante o julgamento da Operação Pretoriano.
Após problemas técnicos no Tribunal de São João Novo, no Porto, que atrasaram o início da nona sessão do julgamento na parte da manhã, as audições foram retomadas na parte da tarde, com o objetivo de ouvir os testemunhos que foram adiados de 25 de março.
“Não aplaudimos [o discurso do Pinto da Costa], e Fernando Madureira dirigiu-se ao meu grupo, afirmando que estávamos a dividir o clube”, testemunhou José Miguel, sócio do clube há 25 anos, que acrescentou ter ouvido ofensas dirigidas por Madureira, considerando-o um incitador dos incidentes.
Ele também mencionou a proibição de uso de telemóveis para filmagens no Dragão Arena por várias pessoas, que assumiu serem da claque Super Dragões, incluindo Sandra Madureira, esposa de Fernando e também arguida no caso.
Ao chegar ao pavilhão, o grupo com que se encontrava, que incluía “vários amigos de André Villas-Boas“, rapidamente mudou de bancada e sentiu a necessidade de se deslocar para um novo lugar, devido a episódios de violência física que se iniciaram.
Por outro lado, Afonso Calheiros, outro sócio que estava na assembleia geral, durante um longo depoimento que se dirigia a alguns dos arguidos, relatou ter ouvido Vítor Catão dizer que “ia matar Villas-Boas e as pessoas que o apoiavam”.
“Houve uma primeira agressão pelo Aleixo filho a um senhor que aparentava ter 60 anos”, testemunhou.
Entretanto, a defesa de Vítor Catão pediu a emissão de uma certidão por falsas declarações contra o testemunho, uma vez que o depoente afirmou ter visto o arguido a “dirigir-se à comunicação social”, o que, segundo o depoente, teria ocorrido por volta das 20:00, enquanto o sócio só teria chegado às 21:00, um pedido que foi aceito pela presidente do coletivo de juízes.
Vários prestadores de serviços do FC Porto que trabalharam na credenciação de acesso à AG relataram, de forma semelhante a depoimentos anteriores, tentativas de irregularidades na obtenção de acesso. “Vários sócios tentaram entrar com cartões que não eram deles, ou de filhos menores. Eram pessoas que não podiam entrar. Em vez de se retirarem, quando negávamos a entrada, insistiam e acumulavam-se”, afirmou Liliana Costa, que observou Sandra Madureira a contestar a necessidade de apresentar os cartões de cidadão e de sócio.
O julgamento já acumulou dezenas de depoimentos de testemunhas em atraso, o que está a causar um complexo reagendamento de diligências. A próxima sessão está agendada para a próxima segunda-feira, com audições que foram adiadas de 1 de abril.
Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, incluindo o antigo líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, começaram a responder, a 17 de março, por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob uma forte presença policial nas imediações.
Os crimes em questão incluem 19 de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no contexto de um espetáculo desportivo, um de incitação pública a um crime, um de arremesso de objetos ou produtos líquidos e três de atentado à liberdade de informação, relacionados com a AG do FC Porto em novembro de 2023.
Dentre os arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais severa, enquanto os outros foram libertados em diferentes fases.
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