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·7 Mei 2025

Tuma Jr. avalia prazo para votação de impeachment de Augusto, e Conselho se opõe à reabertura de contas

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Os bastidores políticos do Corinthians estão a todo vapor. Na manhã desta quarta-feira, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, concedeu entrevista coletiva no Parque São Jorge. Diversos temas foram abordados na conversa, como a reprovação das contas do presidente Augusto Melo, os processos de impeachment que estão em andamento.

O caso mais avançado de impeachment diz respeito a uma comissão assumida pelo Corinthians a um intermediário que ainda não teve participação comprovada na formalização do contrato do Timão com a VaideBet. A votação de tal processo foi adiada por duas vezes e iria acontecer no último dia 20 de janeiro, mas foi suspensa devido ao horário.


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De acordo com Romeu Tuma Júnior, a nova data para a votação ainda não foi marcada em função de duas razões: falta de segurança interna e a conclusão do inquérito policial no caso VaideBet. Agora, segundo o presidente, tudo convergiu para que o processo siga, já que a Polícia Civil deve concluir a investigação ainda neste mês de maio.

“Nós tivemos um grande problema de insegurança interna. Não havia segurança para marcar a reunião, os conselheiros tinham medo. Temos um inquérito policial apurando essa violência contra os conselheiros. Não havia clima de segurança interna. Houve gente que entrou sem poder entrar. Nesse ínterim, surgiram alguns outros fatos. Vários conselheiros me pediram para esperar o inquérito acabar, outros me pediam para esperar o presidente depor na polícia. O estatuto não convive com a polícia ou a Justiça. Ele prevê infração estatutária. O Conselho não investiga crime. O tempo do Corinthians é um, o da Justiça é outra. Vários conselheiros queriam saber, para formar sua opinião, o que ia dar na polícia. Várias questões, e a questão da insegurança. Chegou num momento que esses interesses se convergiram, porque o inquérito está em fase final. Tivemos uma reunião recente, teve um policiamento discreto, as contas foram votadas sem problemas. A questão da segurança interna melhorou, o presidente já depôs. Neste momento de hoje, tudo se convergiu. Quando acabar o inquérito, eu marco a reunião. Agora, se o inquérito demorar, vamos marcar também. Agora, volto a repetir, não tem nada a ver uma coisa com outra”, explicou o presidente do CD.

“O primeiro, do ano passado, é o que está mais próximo. Porque assim que terminar o inquérito, eu marco a reunião. A minha expectativa é votar no fim do mês, no começo do próximo mês. Oportunamente vocês irão saber. O que falta na votação? A manifestação da comissão de ética, o presidente se defender em plenário, e aí vota”, complementou.

A destituição de Augusto precisa ser aprovada não só pelo Conselho Deliberativo, mas também pela Assembleia Geral, com participação dos associados do clube. Se aprovado o impeachment por ambas as partes, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube. Caso o processo, entretanto, não passe no Conselho Deliberativo ou na Assembleia Geral, o caso será encerrado e o mandatário continuará normalmente no cargo.

No início desta semana, outros dois pedidos de impeachment foram protolocados contra Augusto Melo. Na segunda-feira, Paulo Pedro, advogado e membro do Conselho de Orientação (Cori), fez uma soliticação. Já na terça-feira, a Comissão de Justiça pediu o afastamento imediato do presidente com base na Lei Geral do Esporte.

O requerimento protocolado pela Comissão de Justiça chama a atenção para os pareceres do Conselho Fiscal e do Conselho de Orientação do clube e aponta os descumprimentos estatutários e, principalmente, as infrações a artigos da Lei Geral do Esporte e do Profut.

“Eu recebi esse pedido. Eu estou estudando o que fazer. Não tenho respostas, porque tenho que analisar com muita cautela. Preciso, como sempre, agir como presidente do Conselho do Corinthians, precisamos dar segurança jurídica para aqueles que têm contratos com o Corinthians. (…). Tem algumas implicações. No caso de gestão temerária, a lei prevê que qualquer contrato assinado, pode ser anulado depois. Mexe com muitos interesses da instituição. Temos um conflito legal, porque o estatuto fala uma coisa, a Lei Geral do Esporte fala outra, a Lei do Profut fala outra. Temos que estudar com muita parcimônia e não cometer injustiças. Já li rapidamente a petição da Comissão de Justiça, mas o Tuma tem que pensar no Corinthians. Vou analisar com muita calma para fazer o melhor para o Corinthians”, destacou.

Presidente da Comissão de Justiça do Corinthians, o ex-diretor jurídico Leonardo Pantaleão também esteve presente na coletiva de imprensa desta quarta-feira, e justificou o pedido do afastamento de Augusto.

“O pedido não foi feito por mim, mas sim assinado por mim. É um pedido colegiado. Isso demandou um estudo bastante aprofundado para que não agíssemos com precipitação. Estou sendo colocado como diretor jurídico do CNPJ, e não do CPF. É essa mesma posição que eu mantenho até hoje. Olho o Corinthians CNPJ. Se houver o conflito entre o CNPJ e um CPF, seja de quem for, vou tender para o Corinthians. Conhecemos as condições legais, isso foi debatido. Fomos verificar se houve embasamento para isso. Nosso estatuto não tem como prever tudo que pode acontecer. Foi essa pesquisa que foi feita, analisando diversas leis que existem sobre esse assunto, como a Lei Geral do Esporte. Efetuando uma interpretação sistemática, entendemos que havia um embasamento legal para esse pedido. Tudo isso, analisado como um todo, fez com que a Comissão de Justiça entrasse com o pedido”, afirmou.

Romeu Tuma Júnior ainda respondeu se há algum arrependimento, por parte dele, por ter apoiado a candidatura de Augusto Melo na eleição do ano passado.

“Não me arrependo de nada. Fizemos um apoio programático ao Augusto. E outra coisa, foi eleita toda uma diretoria. Não vou fazer juízo de valor. Não me arrependo porque apoiei uma proposta”, enfatizou o dirigente.

Conselho comenta reabertura das contas de 2023 e balanço de 2024

Em reunião com os jornalistas na última segunda-feira, o presidente Augusto Melo bateu na tecla sobre uma possível necessidade de reabertura das contas de 2023, último ano da gestão Duílio Monteiro Alves. A diretoria entende que um valor de R$ 191 milhões, contabilizado no balanço financeiro de 2024, foi herdado do ano passado e interferiu no déficit do exercício de R$ 181,7 milhões.

Segundo Paulo Pedro, membro do Cori, a reabertura de contas não havia sido sequer mencionada em 2024 e surgiu em abril deste ano. O dirigente citou o exemplo da arrecadação dos valores de ingressos de jogos, sobre o qual foi feito um PPI – uma espécie de “confissão de dívida”, nas palavras do profissional.

“Na reunião de 14 de abril, o Pedro Silveira, que era o diretor financeiro, foi falar dessas contingências, que são possíveis perdas financeiras que o Corinthians pode ter. E essas contingências não necessariamente são da gestão Duílio. No dia da reunião do Cori, o Pedro Silveira levou algumas dessas questões e mencionou a possibilidade de reabertura de contas. E o Cori perguntou com base no quê. (…). Eu pedi os documentos para que o Cori analisasse. Ele se comprometeu a enviar essas supostas contingências, mas não foram enviadas. Outro detalhe: essas contingências não necessariamente necessitam de reabertura do ano anterior. Você pode colocar no balanço de 2024 e com ressalvas. E essas supostas contingências não afetam o resultado das contas. A gestão em 2024 teve um prejuízo operacional de R$ 181,7 milhões. Está no balanço do clube. Não sou eu que estou dizendo. Para vocês terem uma ideia, é como se o Corinthians gerasse um prejuízo diário de quase meio milhão. Se abrir as contas de 2023, muda o que nesse resultado? Absolutamente nada. Isso aqui é prejuízo operacional”, detalhou.

Tuma também confirmou que Augusto Melo até pode pedir a reabertura de contas, mas deixou claro que o processo é “complicado” e depende de muitos fatores, como o contato com a auditoria responsável pelo balanço de 2023 e a avaliação do pedido pelos órgãos do Corinthians. Vale lembrar que o mandatário já fez tal solicitação recentemente, mas teve o pedido negado.

No balanço financeiro de 2024, o Corinthians ainda registrou um aumento total do passivo de R$ 829 milhões. O valor, claro, chamou a atenção dos torcedores, que ficaram preocupados com a sobrevivência do clube.

“Nós não criamos fatos e muito menos narrativas. Descrevemos os fatos. Está escrito o seguinte: aumento do passivo total do clube em 829 milhões. Salvo engano, R$ 1 bilhão e meio em 2023 que passou a 2,4 em 2024. Pronto. É conta de mais e menos. O ativo também aumentou. O problema é que o passivo aumentou em mais de 300 milhões em relação ao ativo. Nossas obrigações aumentaram em mais de 300 milhões. Isso nos preocupou muito, porque isso sempre foi um discurso da diretoria de contenção de gastos, e não é isso que está refletido nos números”, declarou Pedro Soares, secretário do Cori também presente na reunião.

Augusto Melo teve as contas reprovadas pelo Conselho Deliberativo do Corinthians, que seguiu as sugestões do Conselho Fiscal e também do Conselho de Orientação. Nos três casos, as decisões colegiadas aconteceram por ampla maioria dos votos. Ao todo, a dívida atual do Timão é de R$ 2,46 bilhões.

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