Zerozero
·11 Mei 2025
Um balão de oxigénio!

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·11 Mei 2025
Era preciso fazer o que ainda não havia sido feito, e o Farense fê-lo. Ao 29º jogo no D. Afonso Henriques, o Farense venceu pela primeira vez o Vitória SC (1-2) e ganhou fôlego na corrida pela manutenção.
Marco Matias inaugurou o marcador em Guimarães bem cedo, Gustavo Silva respondeu a abrir a segunda parte e, na compensação, Povéda gelou o castelo.
Emoção não faltou, anti-jogo também não e o Farense parte vivo para a última jornada, apesar de ainda estar em lugar de descida direta.
Em Guimarães jogava-se a Europa e a despromoção. Em caso de vitória dos Conquistadores, a Europa estava garantida em Guimarães na época 2025/26 e o Farense jogaria no segundo escalão na próxima temporada. A garantia para uns, a procura do último balão de oxigénio para outros.
Perante um ambiente de grande altura no D. Afonso Henriques, os escolhidos por Luís Freire começaram a fazer jus ao apoio dos adeptos. Logo a abrir, uma tripla oportunidade para os da casa: Nuno Santos atirou ao poste, Kaique negou a recarga e Falcão cortou nova emenda de Relvas.
Ora, se em três ocasiões os vitorianos não conseguiram fazer golo, os leões de Faro só precisaram de uma. Com um passe de génio, Rui Costa fez lembrar o seu homónimo - hoje presidente do Benfica - e transformou um dois contra dois ainda em meio-campo defensivo no primeiro golo do jogo. O avançado isolou Marco Matias, este ganhou na velocidade a Borevkovic e bateu Bruno Varela. Que início de jogo!
Depois do golo dos algarvios, pouco se jogou. O Farense colocou os onze jogadores atrás da linha da bola e aproveitou todas os momentos em que o jogo parou para fazer algo que é muito comum em Portugal, mas não deveria ser: o típico queimar de tempo. Caíram Kaique, Pastor - com golpe de teatro aquando de um lançamento -, Neto, Marco Matias e PV, o guardião aproveitou todas as pausas para deixar correr o cronómetro. David Rafael Silva foi permissivo com este tipo de jogo e, no final do primeiro tempo, acrescentou apenas cinco minutos.
O Vitória SC pouco ou nada conseguiu criar e o jogo adversário irritou os jogadores e adeptos vitorianos e, a bem da verdade, praticamente todos os presentes na sala de imprensa do D. Afonso Henriques. De futebol, pouco teve.
Luís Freire mexeu ao intervalo para tentar mudar o rumo dos acontecimentos. Vando Félix e Bruno Gaspar entraram, Maga e Beni saíram, transladando Nuno Santos para o corredor central.
A estratégia quase anti-futebolesca de Tozé Marreco resultou no primeiro tempo porém, a abrir o segundo tempo, sofreu um duro revés. João Mendes cobrou um livre à direita e Gustavo Silva - melhor marcador dos Conquistadores - cabeceou para o empate. Depois de quase uma hora a jogar única e exclusivamente para não sofrer, o Farense precisava de marcar.
O golo desorientou os forasteiros, o Vitória aproveitou para fazer mossa e foram quatro as grandes oportunidades em menos de um fósforo. João Mendes, Chucho Ramírez, Handel e Nélson Oliveira estiveram muito perto do golo, este último apenas negado por uma defesa soberba de Kaique.
A dez minutos do fim, um momento decisivo para a história do jogo e do próprio campeonato. David Silva marcou penálti para o Farense - algo forçado - e Rony Lopes - na temporada passada foi herói pelo SC Braga neste estádio -, na cobrança, esbarrou a manutenção dos algarvios no poste direito da baliza de Varela. Incrível!
O golo galvanizou o D. Afonso Henriques e os últimos minutos foram de tensão extrema no castelo: só a vitória interessava às duas equipas. O jogo partiu e, depois do Vitória SC carregar, o Farense chegou mesmo ao golo. Bola para a confusão e Povéda, depois de uma boa receção, gelou o D. Afonso Henriques e deu vida aos leões de Faro!