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·19 Januari 2025

Um <i>Gverreiro</i> luta até ao fim

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Pareciam dois jogos totalmente distintos. Depois da 1ª parte, ninguém merecia pontuar. Depois da 2ª, ambas mereciam algo mais do que um ponto e foi o SC Braga quem foi mais feliz numa ponta final imprópria para cardíacos, chegando à vitória, por 0-1, nos descontos.

O arranque da 2ª volta da Liga Betclic passava pela Amadora, com o Estrela a receber o SC Braga. Do lado tricolor, o técnico José Faria promovia uma pequena revolução no onze inicial, com cinco mexidas, chamando à titularidade Paulo Moreira, Rodrigo Pinho, Alan Ruíz, Leonel Bucca e Manuel Keliano. Do outro lado, por sua vez, Carlos Carvalhal voltava a apostar no 4x4x2 e também mudava cinco peças, chamando ao onze inicial Matheus, Mbi, Vítor Carvalho, Gorby e Bruma.


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Nulidade criativa

O arranque de jogo foi auspicioso, depois do Estrela da Amadora ter esboçado uma pressão alta e intensa nos primeiros cinco minutos, criando algumas dificuldades na construção ao SC Braga. Contudo, rapidamente vimos os da casa a «abandonar» essa opção e baixar um pouco as suas linhas, dando a iniciativa quase total aos bracarenses - Estrela mais focado nas transições, principalmente pela esquerda, por Nilton Varela.

Perante essa descida de linhas, o SC Braga abraçou essa iniciativa de ter bola e foi-se conseguindo  montar, em ataque organizado, no meio campo adversário. No entanto, os Gverreiros estavam excessivamente estáticos. O capitão Ricardo Horta foi obrigado várias vezes a baixar para o pé dos médios para conseguir ter bola e tentar acelerar um pouco a circulação, mas a equipa sentiu a sua ausência entre linhas, nas costas dos médios adversários, e foi ficando previsível e bastante dependente de acelerações esporádicas de Roger Fernandes e Bruma nas alas - laterais pouco ativos no ataque.

Bem organizado defensivamente - apenas consentiu perigo numa das poucas vezes que Ricardo Horta surgiu no tal espaço atrás dos médios -, o Estrela estava relativamente confortável na partida. Ofensivamente, os tricolor eram mais simplistas e limitados, com processos simples. Ainda conseguiram potenciar Nilton Varela na ala esquerda um par de vezes, mas a opção recaiu quase sempre pelo cruzamento e faltava sempre gente para dar seguimento - face às tais linhas recuadas - e foram quase inofensivos com bola, tal como o seu adversário, na verdade.

Emoção até ao fim

Depois de uma 1ª parte paupérrima, Carlos Carvalhal queria claramente mais da equipa e colocou, ao intervalo Gabri Martínez e João Moutinho, para os lugares de Yuri Ribeiro e Vítor Carvalho. Apesar de ter libertado um pouco o meio campo do Estrela - que passou a ter um pouco de mais espaço com bola - a opção também trouxe maior dinamismo e imprevisibilidade nas alas bracarenses, onde Gabri rapidamente se mostrou bem mais ativo que o seu antecessor - criou duas grandes chances para Ricardo Horta logo nos primeiros minutos.

Com mais espaço e velocidade, de parte a parte, as melhorias eram notórias - até pelo baixo nível da 1ª parte -, mas os golos continuavam a escassear e Carvalhal foi em busca de mais, refrescando o ataque com a entrada de El Ouazzani - Fran Navarro com jogo pobre, salvo um movimento de rutura, encontrado por Roger na direita da área, mas em fora de jogo. Contudo, apesar da maior velocidade de processos a partir de trás e nas alas - destaque para Gabri e Bruma -, a verdade é que essa referência ofensiva continuou a faltar e o Estrela ia-se defendendo bem.

Com tudo em aberto para a ponta final, a Reboleira galvanizou-se, o que eletrizou os últimos minutos, até porque o encontro estava cada vez mais partido. As melhores ocasiões do jogo surgiram, de resto, nesta fase. O SC Braga quase marcou, num auto golo, com a bola a esbarrar no poste e no minuto seguinte foi a vez de Diogo Travassos, isolado na cara de Matheus, permitir a defesa. Contudo, nada susteve tanto a respiração dos adeptos como o duplo corte em cima da linha do jovem Tiago Gabriel, aos 90', após Ricardo Horta se isolar na esquerda da área.

Salvou a sua equipa, mas, para infelicidade dos da casa, foi apenas momentâneo. O SC Braga foi com tudo para a ponta final e acabou por ser feliz quando, aos 90+5, El Ouazzani - até então desaparecido do jogo - respondeu ao canto na esquerda e cabeceou para o tão esperado golo inaugural. A Reboleira foi-se claramente abaixo, mas por ainda menos tempo. Quando já poucos acreditavam, o regressado capitão Miguel Lopes respondeu ao livre batido na esquerda e encostou para o que seria o golo do empate. A explosão foi enorme, mas...o VAR viu que este estava em fora de jogo.

Os três pontos não fugiram ao SC Braga, que continua fortíssimo fora de portas, apesar de uns descontos impróprios para cardíacos.

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