Vieira expõe fraude e silêncio da Media Livre | OneFootball

O grupo Media Livre, pela mão de Carlos Rodrigues, já escolheu o seu candidato: João Noronha Lopes. E isso ficou evidente com a famosa sondagem martelada pelos seus voluntários.

Não sou eu que o digo. Há relatos aos pontapés: desde gente que garante ter votado duas ou três vezes, a outros que receberam mensagens para ir votar em massa no Noronha, até ao comunicado do próprio ex-presidente Luís Filipe Vieira.

Comunicado: “Não comentamos sondagens. Não comentamos a sondagem de hoje, assim como não comentámos a de ontem. “Sondagem/Eleições no Benfica: Luís Filipe Vieira apenas a 6 pontos percentuais de Rui Costa. Noronha Lopes não chega aos 10 por cento – Polígrafo” https://poligrafo.sapo.pt/…/sondagem-eleicoes-no…. Mas não podemos ficar indiferentes às centenas de relatos oculares, em vídeo e em fotos, que recebemos sobre o que se passou na recolha de informação pela Intercampus na última sexta-feira, no Estádio da Luz, nomeadamente: 1. Adeptos que não são Sócios a responder aos inquéritos como Sócios; 2. Adeptos ou Sócios a responder mais do que uma vez ao mesmo inquérito; 3. Adeptos ou Sócios próximos de algumas candidaturas a responder de forma organizada e massiva; 4. Coação sobre Adeptos e Sócios que respondiam aos inquéritos e não estavam alinhados com essas candidaturas. Os inquéritos junto aos estádios falham consecutivamente, como aconteceu em 2020 com a primeira sondagem da Intercampus para a eleição do Presidente do Sport Lisboa e Benfica, na qual a Luís Filipe Vieira foram atribuídos quase menos 30 pontos percentuais do que se veio a verificar na verdadeira contagem dos votos. A mesma Intercampus que, ao contrário do que foi hoje veiculado, colocou em 2018 João Benedito à frente de Frederico Varandas na sua sondagem, tendo afinal este último chegado à presidência do Sporting Clube de Portugal. Além dos problemas relatados, que distorcem totalmente a sondagem, os inquéritos à porta do estádio falham, consecutivamente, porque: a) Sobrevalorizam as pessoas que vivem na região de proximidade do estádio; b) Podem ser condicionados por candidatos que se organizam para responder; c) A predisposição dos Adeptos ou Sócios muda consoante o resultado do jogo, podendo gerar resultados opostos no espaço de duas horas. Perante tudo isto, não podemos calar a revolta de dezenas de milhares de Sócios que se sentem defraudados por este mau serviço ao Benfica. Viva o Benfica!”

E o que fizeram os canais da Media Livre? Fingiram que não viram nada. Ignoraram toda a polémica em torno da sondagem… porque foram eles que a encomendaram. Se isto tivesse acontecido com o grupo concorrente, já sabíamos: aberturas de noticiários, horas de debate e capas atrás de capas. Mas como são eles, silêncio absoluto. Nem o comunicado de Vieira passaram.

Agora, a sondagem em si vale zero. O preocupante é outra coisa: é o que esta candidatura está disposta a fazer para tentar vencer. Um candidato que fala em transparência, mas que se envolve em sondagens manipuladas. Um candidato que recusa o voto eletrónico, mas que ao mesmo tempo quer mexer na base de dados dos sócios para criar rankings digitais de acesso a bilhetes. Rankings que, tal como os bots e as sondagens, podem ser martelados a gosto.

É por isto que tantos benfiquistas desconfiam desta candidatura. Porque ela representa tudo o que há de pior num ato eleitoral: manipulação, incoerência e jogos de bastidores. E nem é preciso falar dos encostados que regressam como se fossem a última bolacha do pacote. O problema está mesmo no caminho que escolheram — e naquilo que estão dispostos a fazer para convencer os sócios.