Calciopédia
·2 dicembre 2025
13ª rodada: com alta rotatividade na ponta, Serie A voltou a ser liderada por Milan e Napoli

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·2 dicembre 2025

A 13ª rodada da Serie A não economizou em reviravoltas significativas no alto e no meio da tabela. Milan e Napoli retomaram a dianteira do campeonato lado a lado, deixando para trás uma Roma que, até poucos dias atrás, ocupada a liderança isolada. No Olímpico, a equipe de Gian Piero Gasperini perdeu fôlego diante de um rival organizado e cada vez mais embalado por David Neres, enquanto, no San Siro, o Diavolo confirmou o bom momento ao superar uma Lazio dura de ser batida. O resultado é uma corrida pelo topo com quatro equipes separadas por apenas um ponto – um cenário que deixa claro que o scudetto, ao menos por enquanto, e como de costume, não pertence a ninguém.
Logo abaixo, o Como vive a melhor fase de sua história. A vitória sólida sobre o Sassuolo e a sequência de 11 jogos sem perder empurraram de vez o time para a briga pela Champions League, ampliando o prestígio de Cesc Fàbregas. Já o Bologna perdeu a chance de se estabelecer entre os líderes: frágil defensivamente, tropeçou feio diante da Cremonese no Renato Dall’Ara e deixou escapar pontos que fariam enorme diferença na caça aos líderes. A derrota custou caro e reacendeu algumas dúvidas que pareciam superadas. Para a Cremo, porém, o triunfo valeu ouro – e mais uma noite mágica de Vardy reforçou o quanto o inglês vem crescendo contra os grandes da Itália.
A rodada também mexeu com a base da tabela. O Lecce deixou a zona de rebaixamento ao vencer o Torino, enquanto a Fiorentina, ainda sem vitórias, afunda em números historicamente preocupantes: nenhum time que chegou à 13ª rodada zerado em triunfos escapou da queda até hoje, o que aflige também o Verona. A Atalanta, impulsionada pela chegada de Raffaele Palladino, voltou a mostrar competitividade e subiu posições, enquanto o Genoa respirou com sua primeira vitória sob Daniele De Rossi. O Pisa, apesar da boa atuação, caiu diante de um Lautaro inspirado, e o Parma voltou a sofrer, ameaçado de deslizar definitivamente para o Z3.
Com 13 rodadas concluídas, Milan e Napoli dividem a liderança com 28 pontos, pressionados imediatamente por Inter e Roma – ambas com 27 – num G4 que mudou de donos em praticamente todas as semanas recentes. Logo atrás, Como e Bologna aparecem empatados com 24, compondo um bloco surpreendente que ainda inclui a Juventus, firme na disputa, com 23.
A parte intermediária segue embolada: Lazio e Udinese dividem a oitava posição com 18 pontos, à frente de Sassuolo e Cremonese, ambos com 17, enquanto a Atalanta tenta se aproximar do pelotão de cima, com 16. Mais abaixo, o Torino soma 14, seguido de perto por Lecce (13) e Cagliari, Genoa e Parma, trio igualado com 11 pontos. O Pisa abre a zona da degola com 10, e a crise se aprofunda em Fiorentina e Verona, ambos estacionados nos 6 pontinhos e ainda sem vencer até aqui. Confira tudo isso no resumo completo da jornada.
Gol e assistência: David Neres (Højlund) Tops: Rrahmani e David Neres (Napoli) Flops: Cristante e Koné (Roma)
O Napoli chegou ao Olímpico com a confiança restaurada e encontrou em David Neres novamente o diferencial para decidir uma partida grande. O brasileiro vive sequência iluminada – três gols em duas rodadas – e voltou a ser orientado por Antonio Conte para atuar com total liberdade na nova estrutura ofensiva partenopea. Diante de uma Roma que havia assumido a liderança de forma isolada, o time azzurro mostrou compactação, intensidade e maturidade, conseguindo controlar espaços e punir o adversário no momento certo. A vitória valeu mais do que três pontos, recolocou o Napoli no topo da Serie A, ao lado do Milan, e jogou a até então líder para a quarta posição.
O jogo começou em ritmo acelerado, com marcações individuais sufocando as tentativas de progressão e exigindo soluções criativas dos dois lados. A Roma buscava alternar circulação com ataques pelos corredores, mas falhava nos últimos passes e permitia ao Napoli encontrar transições com Lang e Neres. Em duas ocasiões, Svilar precisou intervir de forma fundamental, primeiro contra o holandês e depois ao evitar um chute no rebote do lance. Os giallorossi responderam com aproximações criadas por Ferguson, mas nenhum lance alterou o equilíbrio, até que o David Neres decidiu tomar novamente o protagonismo para si. O brasileiro conduziu com muita liberdade após passe de Højlund e tirou a bola do goleiro para calar o Olímpico.
A segunda etapa trouxe uma Roma mais agressiva nas trocas de posição, especialmente após a entrada de Baldanzi, e mais tarde de Dybala. A equipe de Gian Piero Gasperini tentou estabelecer presença no campo ofensivo, porém esbarrou na capacidade do Napoli de recuperar a posse e congelar o ritmo sempre que necessário. Conte ajustou as linhas, limitou os espaços de Pellegrini e reorganizou as coberturas para impedir infiltrações entre os zagueiros. O time visitante, mesmo acuado em alguns momentos, manteve controle emocional e não permitiu muitas ações ofensivas dentro da área, obrigando a Loba a arriscar finalizações com alguma distância.
Nos minutos finais, o duelo virou teste de resiliência. A Roma lançou Bailey e El Shaarawy na tentativa de sufocar o setor defensivo napolitano, mas encontrou um Milinkovic-Savic atento, especialmente na defesa do chute rasteiro de Baldanzi. O Napoli, por sua vez, administrou cada posse com calma, explorou faltas táticas e segurou o placar sem se desconcentrar. Quando o apito final ecoou, a sensação era de uma equipe que soube competir nos momentos decisivos e outra que ainda busca consistência na era Gasperini. Para os visitantes, foi uma noite que pode significar um ponto de virada em uma temporada turbulenta.
Gol e assistência: Rafael Leão (Tomori) Tops: Tomori e Maignan (Milan) Flops: Gila e Pellegrini (Lazio)
O Milan precisou de muita paciência para superar a Lazio num jogo amarrado, marcado por erros técnicos, poucas acelerações e um final caótico protagonizado pela arbitragem. O time de Massimiliano Allegri encontrou uma rival bem postada, que limitou a profundidade de Rafael Leão e Nkunku. Mesmo assim, os comandantes do setor defensivo apareceram com frequência no campo ofensivo – prática cada vez mais recorrente neste Diavolo – e coube a Tomori, avançando pela direita, participar da jogada que selaria o triunfo. Antes disso, o primeiro tempo teve raros momentos de brilho, como a defesa monumental de Maignan no cabeceio de Gila, logo no primeiro minuto de jogo.
A etapa complementar trouxe o único respiro criativo da noite. Em uma construção rápida e impecável do Milan: Modric iniciou, Saelemaekers deu sequência, Fofana ajeitou, Tomori cruzou e Rafael Leão apareceu livre completar dentro da pequena área. O lance expôs o vacilo da linha defensiva adversária, especialmente Basic e Gila, e confirmou o amadurecimento coletivo da equipe de Allegri, que tem se especializado em vencer partidas que exigem mais transpiração do que brilho.
A Lazio tentou responder com Dele-Bashiru e Castellanos, mas produziu perigo real apenas na reta final, quando a pressão aumentou e o Milan passou a sofrer cada bola alçada. O ápice veio no derradeiro lance da partida, quando Romagnoli finalizou de primeira, Pavlovic bloqueou com o cotovelo e o VAR chamou o árbitro Giuseppe Collu ao monitor para revisar possível pênalti. Na revisão, o apitador constatou falta anterior no defensor rossonero – no fim das contas, inventou a infração num lance em que nada realmente ocorreu, já que o sérvio estava em movimento natural. A confusão acabou no campo – não sem antes Allegri ser expulso após se exaltar –, mas seguiu fora dele, com muita reclamação dos celestes. Com o resultado, o Diavolo está na liderança da Serie A, empatado com o Napoli, e ganhou um impulso importante antes do reencontro com os aquilotti pelas oitavas da Coppa Italia.
Com gol de Rafael Leão, o Milan somou mais uma vitória magra na Serie A e voltou ao topo da tabela (Getty)
Gols e assistências: Lautaro (Esposito) e Lautaro (Barella) Tops: Lautaro e Esposito (Inter) Flops: Aebischer e Canestrelli (Pisa)
A Inter reencontrou em Lautaro a resposta para uma semana marcada por críticas e resultados negativos. O Pisa, embalado por seis jogos sem perder, manteve postura corajosa e dificultou a vida dos lombardos durante a maior parte da partida, sustentando uma linha defensiva compacta. Sommer chegou a ser exigido em investidas de Meister e Nzola, enquanto a equipe de Cristian Chivu sofria para romper o bloqueio toscano e cometia erros em setores normalmente mais estáveis. Mesmo assim, o time visitante manteve paciência até que a entrada de Esposito alterou o ritmo da partida.
O primeiro gol nasceu justamente da pressão exercida pelo jovem italiano, que roubou de Aebischer uma bola na lateral e iniciou tabela com Zielinski. Na sequência, o garoto serviu Lautaro, que finalizou com um canhotaço no ângulo e desmontou a defesa do Pisa. O segundo veio em dinâmica semelhante: Barella trabalhou com Diouf e ofereceu ao capitão um passe simples para empurrar às redes. A precisão de El Toro, agora artilheiro da Serie A com os mesmos seis gols de Orsolini, transformou uma atuação até então irregular numa vitória importantíssima.
O Pisa mostrou organização e competitividade até o fim, insistindo nas bolas longas para Nzola e criando dificuldades para Acerbi. Piccinini quase abriu o placar na primeira etapa, e a Arena Garibaldi acompanhou um time que não se intimidou. No entanto, os detalhes fizeram diferença: a força ofensiva de Lautaro prevaleceu, e a Inter saiu da Toscana com um triunfo que a colocou a apenas um ponto dos líderes, recuperando moral antes da sequência decisiva na temporada. Já os toscanos voltaram para a zona de rebaixamento.
Gols e assistências: Douvikas e Moreno (Paz) Tops: Paz e Moreno (Como) Flops: Idzes e Muharemovic (Sassuolo)
O Como consolidou mais uma excelente atuação no Giuseppe Sinigaglia e ampliou sua série invicta para 11 partidas, sustentando um momento que remete aos tempos de Emiliano Mondonico, em 1986. A equipe de Cesc Fàbregas entrou em campo com a habitual segurança, tomou as rédeas logo nos primeiros minutos e traduziu essa postura no gol de Douvikas, criando um cenário favorável para si desde o início.
O Sassuolo, por sua vez, encontrou dificuldades para romper a organização adversária. Fabio Grosso buscou alternativas, mas o conjunto neroverde não encontrou fluidez e ainda viu Berardi deixar o campo no começo da segunda etapa por conta de um problema muscular que deve lhe afastar por algumas semanas. A resposta do Como veio de maneira cirúrgica, logo após a saída do camisa 10 rival: Paz encontrou Moreno infiltrando em velocidade e o lateral espanhol aproveitou a saída completamente atrapalhada de Muric para marcar seu primeiro gol na Serie A. O lance ampliou a vantagem dos biancoblù, reforçou a eficiência da proposta de Fàbregas e deixou os emilianos em uma posição muito delicada, obrigando seu treinador a lançar Fadera e Moro para tentar reacender a equipe na reta final.
Apesar das trocas, a defesa do Como permaneceu sólida, permitindo apenas um lampejo visitante, já na reta final do jogo, quando Volpato desperdiçou ótima oportunidade após cruzamento de Doig. Sem conseguir aproveitar essa rara abertura, o Sassuolo assistiu ao adversário controlar o restante do confronto até o apito final. O triunfo deixou o time lombardo na quinta posição, empatado com o Bologna, enquanto os neroverdi interromperam a breve recuperação na Serie A, embora sigam confortáveis no meio da tabela.
Lautaro decidiu um confronto complicado contra o Pisa, manteve a Inter na briga pela ponta da tabela e assumiu a artilharia da Serie A (Getty)
Gols e assistências: Yildiz e Yildiz (Kalulu); Esposito (Palestra) Tops: Yildiz (Juventus) e Palestra (Cagliari) Flops: Kostic (Juventus) e Folorunsho (Cagliari)
A Juventus precisou de uma personalidade individual para virar um confronto complicado no Allianz Stadium e conquistar seu primeiro triunfo caseiro sob o comando de Luciano Spalletti. O Cagliari começou melhor, aproveitando a intensidade de Palestra para pressionar a saída e explorar os espaços deixados pelos bianconeri. O erro de Kostic ao tentar bloquear um passe de Zappa abriu a transição que terminou nos pés de Esposito, oportunista ao marcar seu terceiro gol na competição. Yildiz assumiu o protagonismo e acordou a Velha Senhora apenas um minuto após o tento dos sardos: após tentativa de Thuram, a bola sobrou para o camisa 10 dentro da área e, de primeira, ele empatou a peleja.
A igualdade no placar abriu espaço para uma Juventus mais confiante, embora o momento tenha sido atravessado pela lesão grave de Vlahovic, que deixou o campo após lesão no adutor da coxa – que deve afastá-lo dos campos até março – e precisou ser substituído por David. Mesmo com a troca, o time manteve presença ofensiva e seguiu apostando nas movimentações de Conceição, que serviu como válvula de escape pelas beiradas. Nos acréscimos do primeiro tempo, Yildiz voltou a aparecer muito bem na área ao aproveitar a combinação entre McKennie e Kalulu para finalizar de perna esquerda e virar a partida.
O Cagliari tentou responder após o intervalo, mas encontrou uma equipe mais equilibrada defensivamente e disposta a controlar o ritmo através da posse. Cambiaso, recém-entrado na vaga de Kostic, ampliou a variedade de jogadas exploradas pelos lados, enquanto Conceição insistia, sem encontrar brechas para superar Caprile. Os visitantes tiveram lampejos perigosos, especialmente com Idrissi e Esposito, mas Perin segurou o resultado com intervenções tranquilas. A Juventus administrou a vantagem até o fim, manteve a distância para o grupo que briga pelo G4 e voltou a ver em Yildiz a figura capaz de alterar o rumo dos jogos quando tudo parece travado. Agora, precisará que David e Openda deixem de lado as oscilações e sejam substitutos à altura de Vlahovic.
Gols e assistências: Kossounou (De Ketelaere) e Lookman Tops: De Ketelaere e Carnesecchi (Atalanta) Flops: Pongracic e Dodô (Fiorentina)
A Atalanta encontrou uma noite de afirmação sob o comando de Raffaele Palladino e venceu a Fiorentina com autoridade, afastando-se da parte baixa da tabela e afundando ainda mais uma adversária que segue sem triunfos após 13 rodadas. O início teve sustos, com Carnesecchi salvando duas tentativas de Kean e Piccoli, mas depois disso o jogo passou a refletir o novo desenho proposto pelo treinador, que mostrou a seus antigos empregadores e torcedores que erraram na avaliação de que não deveria prosseguir em Florença. A Dea assumiu o controle territorial, alternou circulação rápida e ataques mais cadenciados e explorou as fragilidades laterais da Viola com De Ketelaere, Scamacca e Lookman dando volume no último terço do gramado.
O gol que abriu o placar nasceu de um lance tão improvável quanto decisivo. Kossounou tentou cruzar da direita, mas o chute virou um arco perfeito que encobriu De Gea e parou no ângulo. A jogada, acidental na finalização, mas muito bem construída, refletiu a superioridade desenvolvida ao longo da etapa inicial. O time de Paolo Vanoli se mostrava hesitante, recorrendo a lances esporádicos e até administrando o relógio cedo demais para quem estava atrás no placar, certamente com receio de uma goleada em um momento tão delicado.
Logo no retorno do intervalo, a Atalanta selou o resultado com Lookman, habitual carrasco dos gigliati, oportunista ao aproveitar o rebote de excelente defesa de De Gea numa cabeçada de De Ketelaere. A partir dali, a equipe de Palladino reduziu o ritmo e passou a administrar as ações, testando a defesa adversária sem correr grandes riscos. O único sobressalto veio no cabeceio de Kean que acertou o poste. Insuficiente para reverter uma atuação coletiva frágil da Viola que, de fato, só não foi goleada por conta de mais uma noite inspirada de seu goleiro. Com duas vitórias consecutivas somando Champions League e Serie A, a Dea recupera entusiasmo e sobe na tabela, enquanto a Fiorentina enfrenta um dado perturbador: nenhum clube que passou as primeiras 13 rodadas da Serie A sem vencer conseguiu escapar do rebaixamento.
Vivendo o melhor momento de sua história, o Como entrou na briga por vaga na Champions League (Getty)
Gols e assistências: Orsolini (pênalti); Payero (Bianchetti), Vardy (Bonazzoli) e Vardy (Barbieri) Tops: Vardy e Barbieri (Cremonese) Flops: Casale e Ravaglia (Bologna)
A Cremonese mostrou, em pleno Renato Dall’Ara, que eficiência e organização podem pesar mais do que volume de jogo, aproveitando cada falha do Bologna para construir uma vitória cirúrgica. A equipe de Davide Nicola, bem compactada na defesa e letal em acelerar com Bonazzoli e Vardy, explorou com inteligência as fragilidades defensivas adversárias.
O capitão Bianchetti encontrou Payero livre para abrir o placar, e pouco depois Bonazzoli acionou Vardy para ampliar, castigando uma zaga que se desencontrou durante toda a noite. O Bologna reagiu ainda no primeiro tempo, com pênalti convertido pelo artilheiro Orsolini, mas o banho de água fria após a grande desvantagem, em um momento tão bom da equipe, não permitiu que os mandantes voltassem ao jogo.
O segundo tempo confirmou a boa estratégia grigiorossa. Embora Vincenzo Italiano tenha reorganizado a defesa ao intervalo, as brechas continuaram surgindo, e Barbieri tratou de aproveitar uma delas para entregar o cruzamento perfeito a Vardy, que fez o terceiro e praticamente sepultou o jogo, num erro de Ravaglia. O veterano inglês, decisivo mais uma vez contra um grande da liga, apenas reforçou seu impacto imediato na luta da Cremonese pela permanência. Depois disso, Ravaglia evitou um gol de Payero e falhou feio num escanteio, mas deu sorte ao ver Terracciano mandando por cima, sozinho na pequena área. Já Audero brilhou do outro lado ao negar chances a Castro e ao rebater um cruzamento desviado pela zaga, mantendo o placar intacto.
O Bologna até acumulou tentativas, mas sempre esbarrando em escolhas precipitadas, erros defensivos graves e falta de coordenação nas transições – situações que remetem ao início conturbado da equipe na temporada. Orsolini tentou de todos os jeitos, mas sem sucesso. No fim, a Cremonese celebrou um triunfo fundamental após três derrotas seguidas, subindo na tabela e voltando a sonhar alto na disputa pela permanência. Já o Bologna perdeu a chance de se aproximar do topo, viu suas limitações na retaguarda escancaradas e deixou o campo com a sensação de que desperdiçou três pontos que certamente serão lembrados ao término do certame.
Gols e assistências: Coulibaly (Berisha) e Banda (Berisha); Adams (Vlasic) Tops: Falcone e Berisha (Lecce) Flops: Asllani e Tameze (Torino)
O Lecce reagiu imediatamente à queda para a zona de rebaixamento e conquistou um triunfo fundamental diante do Torino. A equipe de Eusebio Di Francesco acelerou o ritmo justamente no momento em que o jogo parecia morno e, em dois minutos fatais, abriu vantagem no Via del Mare. Coulibaly subiu mais que Tameze após escanteio e inaugurou o placar, enquanto Banda ampliou logo em seguida, ao escapar pela esquerda e finalizar após um excelente passe de Berisha. As assistências do albanês desmontaram qualquer plano de jogo visitante, apesar da bola na trave de Nkounkou, aos 38.
O Torino tentou se reorganizar ainda no primeiro tempo, com Marco Baroni mexendo no sistema tático e devolvendo Vlasic ao papel de meia para criar mais volume ao jogo. A mudança trouxe algum fôlego, e Zapata quase descontou num cabeceio forte, defendido por Falcone. A melhora, porém, só se refletiu no placar depois do intervalo, quando o próprio Vlasic conduziu uma arrancada e encontrou Adams, que bateu cruzado, contou com desvio em Tiago Gabriel e devolveu esperança aos granata. O Lecce passou a cadenciar mais o ritmo da partida, mas ainda assim viu o adversário intensificar a pressão.
O drama veio aos 85, quando Morente acertou Coco dentro da área e o árbitro, após revisão no monitor, assinalou o pênalti após cinco minutos de análise. Se, no Lecce, um albanês foi decisivo positivamente, no Toro – por ironia do destino –, a situação se inverteu. Asllani foi para a bola com a responsabilidade de empatar, mas cobrou fraco e parou em Falcone, que garantiu a primeira vitória em casa dos salentinos nesta Serie A. A defesa do goleiro selou uma noite decisiva para os apulianos, que deixaram a zona de rebaixamento e reforçaram um momento de recuperação, enquanto o Torino ampliou o período turbulento com a quinta rodada sem triunfos.
Gols e assistências: Zaniolo (Bertola) e Davis (pênalti) Tops: Zaniolo e Davis (Udinese) Flops: Troilo e Corvi (Parma)
A Udinese saiu do Ennio Tardini com uma vitória construída na base da intensidade e da leitura correta do confronto. Agora na nona posição, deixaou o Parma em alerta na luta contra a parte baixa da tabela. O início equilibrado durou pouco: Zaniolo, um dos artilheiros da equipe na temporada, aproveitou um lançamento de Bertola, dominou com categoria e contou com a saída precipitada de Corvi para abrir o placar ainda aos 11 minutos. A resposta dos mandantes foi tímida, limitada a ligações diretas em direção a Pellegrino, enquanto o meio-campo se via constantemente sufocado pelo vigor dos visitantes, que contaram com um bom jogo de Karlström, tanto na parte defensiva quanto ofensiva.
Carlos Cuesta tentou mudar o panorama ao intervalo, promovendo as entradas de Ondrejka e Estévez para oxigenar uma equipe previsível e sem variação criativa. O sueco, retornando após longa lesão, recebeu a missão de tentar quebrar as linhas e dar maior profundidade ao ataque, porém o Parma seguiu travado entre erros de execução e falta de coordenação. Esse cenário facilitou a vida da Udinese, que mantinha controle da bola.
A definição veio quando Davis, que divide a artilharia bianconera com Zaniolo, recebeu um passe dentro da área, despistou Troilo e sofreu um agarrão que resultou em pênalti e expulsão do zagueiro gialloblù. O atacante converteu com tranquilidade, chegando aos quatro gols na Serie A, transformando o restante da partida em mera administração para os friulanos. Com um jogador a menos, o time de Cuesta perdeu ainda mais força e não conseguiu encontrar caminhos para reagir, permitindo que a Udinese conduzisse o duelo até o apito final sem sustos. O triunfo recompôs a confiança dos visitantes após duas derrotas, enquanto o Parma voltou a flertar perigosamente com a zona de rebaixamento.
Gols e assistências: Colombo (Vitinha) e Thorsby (Ellertsson); Belghali Tops: Thorsby e Colombo (Genoa) Flops: Valentini e Nelsson (Verona)
O Genoa encontrou no Luigi Ferraris o cenário perfeito para finalmente romper a longa sequência sem vitórias em casa e, de quebra, respirar fora da zona de rebaixamento. A equipe de Daniele De Rossi iniciou o duelo com dificuldades para acelerar o jogo, esbarrando num Verona compacto, que aproveitou um vacilo de Østigard para abrir o marcador com Belghali. O primeiro tempo parecia condenado devido à pouca eficiência de ambos os times, mas ganhou vida quando Vitinha escapou pela esquerda e serviu Colombo com um passe magistral: o camisa 29 ainda dominou, livre de marcação, e igualou o placar pouco antes do intervalo.
Felizmente, a etapa complementar trouxe outra energia. O Genoa voltou mais intenso, empilhou chances e começou a rondar a área adversária com frequência, exigindo respostas da defesa gialloblù. Thorsby apareceu primeiro com um cabeceio perigoso, Østigard mandou no poste e Vitinha até marcou, mas em impedimento claro. O volume, porém, anunciava o inevitável: Ellertsson cruzou para Thorsby, que completou de cabeça e virou o confronto, enlouquecendo o torcedor dos grifoni.
Paolo Zanetti tentou reagir ao lançar Orban e Sarr, e o Verona ainda teve lampejos importantes, especialmente na chegada do atacante nigeriano defendida de forma brilhante por Leali. E sem esquecer do corte em cima da linha de Vásquez, em outra finalização do africano. O Genoa também flertou com um terceiro gol em cobrança de falta de Malinovskyi. Em um jogo muito agitado, o time da casa sustentou a vantagem e saiu premiado pela postura mantida na segunda etapa, somando pontos fundamentais numa corrida apertada pela permanência. Já o Verona segue afundado na lanterna, ainda sem vencer depois de 13 rodadas.
Falcone (Lecce); Bertola (Udinese), Tomori (Milan), Kossounou (Atalanta); Palestra (Cagliari), Paz (Como), Berisha (Lecce), Barbieri (Cremonese); Yildiz (Juventus); Lautaro (Inter), Vardy (Cremonese). Técnico: Davide Nicola (Cremonese).









































