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·20 ottobre 2025
Ascensão marroquina: do título sub-20 ao Mundial 2030

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Marrocos sub-20 conquistou um título inédito, mas não surpreendente. Os comandados de Mohamed Ouahbi impediram o hepta da Argentina, na sequência de uma vitória por 2-0, de modo a trazer o Mundial sub-20 para continente africano 16 anos depois. Uma conquista num momento histórico para o conjunto marroquino.
Em 2022, recorde-se, a seleção A protagonizou uma campanha ao mais alto nível no Mundial: passou a fase de grupos sem derrotas e, numa fase posterior, eliminou Espanha e Portugal nas fases adiantadas da prova. Acabaram por perder nas meias-finais perante a França, mas já tinham assegurado a melhor campanha de que há memória - quarto posto.
Essa prova tornou-se um marco para Marrocos, pois estabeleceram-se como uma das potências de África. Entre 2023 e 2025, apenas duas equipas levaram a melhor diante dos Leões do Atlas: África do Sul (x2) e Quénia.
Em 1998, Pelé demonstrou confiança e esperança no futebol africano. Profetizou que ainda veria uma equipa do continente sagrar-se campeã do mundo. O Rei do Futebol partiu sem ver a previsão tornar-se realidade. De facto, a África proporcionou boas surpresas em Campeonatos do Mundo, mas nunca conseguiu manter seleções ao mais alto nível por longos períodos. As razões para isso são várias: falta de infraestruturas adequadas, problemas políticos, sociais e económicos, baixa competitividade interna e escasso investimento. Nos últimos anos, Marrocos tem procurado contornar cada um destes obstáculos.
Um dos primeiros passos passou por afirmar-se como protagonista no futebol do continente. Não apenas pelos resultados em campo, mas também pela liderança na promoção e no desenvolvimento do desporto em África. O país passou a investir fortemente no futebol - tanto a nível financeiro como político. Marrocos tornou-se um importante centro do futebol africano, quer pela qualidade das suas infraestruturas, quer pela abertura para acolher encontros, congressos e competições.
«Muitas seleções africanas sofrem com a falta de estádios com as normas internacionais, portanto, vêm para Marrocos para jogar. Em algumas paragens de seleções, recebemos até 20 equipas diferentes. Desta forma, Marrocos está a permitir que o futebol africano beneficie do seu desenvolvimento e avanço tecnológico», explicou Omar Khyari, dirigente da Federação Marroquina, à agência Anadolu.
O futebol tornou-se uma questão de Estado e alvo de grandes investimentos, embora o governo tenha tido o cuidado de não divulgar valores, por receio de críticas públicas. O facto é que foram investidos milhões em academias de futebol de excelência, com padrões internacionais. Os clubes do país começaram a ganhar maior reconhecimento a nível mundial, como o Raja Casablanca e o Wydad.
Dentro de cinco anos, em 2030, surgirá o grande momento: o Mundial, sendo que Marrocos será um dos países anfitriões. A «estrela da companhia»? O estádio Grand Stade Hassan II, preparado para ser um monumento ao futebol, com capacidade para 115 mil lugares.
Ninguém ficará surpreendido se a seleção marroquina realizar uma boa campanha em 2026, embora comece abaixo do grupo de favoritos. Contudo, os Leões do Atlas já conquistaram o seu primeiro grande troféu, celebrando o sucesso da sua aposta: o Mundial Sub-20.
Como referido, derrotaram a Argentina por 2-0 e contrariaram o favoritismo contrário com os golos de Yassir Zabiri e Othmane Maamma, este último eleito o melhor jogador do torneio. Foi um título inédito para o país, e o primeiro para África depois de Gana, em 2009.
Antes deste embate, sublinhe-se, derrotaram Brasil e Espanha, além de terem levado a melhor diante de França, que perdeu nas meias-finais da prova.









































