Birner enxerga desajuste na relação entre Boto e Bap | OneFootball

A relação entre José Boto e o presidente Bap não parece a das melhores. Nos últimos dias, desavenças teriam gerado crises onde surgiram inclusive especulações quanto uma saída do português. Para o jornalista Victor Birner, isso não passa de um desajuste de ideias.

De acordo com o comentarista, Bap estaria apostando em um modelo de condução no Flamengo, baseado em como empresas funcionam, com uma relação fria e institucional com seus subordinados, focando em decisões "calculistas".

"Eu entendo que o Bap e o Flamengo tem se caracterizado por isso, inclusive consegue gerar muito dinheiro, com essa mentalidade muito empresarial, onde uma das formas de gerenciar uma empresa é tornando as relações entre seus funcionários geladas, para que as decisões sejam tomadas com muita frieza, de um jeito quase calculista", comenta Birner.

Entretanto, o jornalista opina que no futebol, essa maneira de gerir um clube não funciona, já que estaria lidando com um esporte que é totalmente movido por paixão, condicionado a decisões emocionais e não racionais.

"No futebol isso não funciona. Futebol é um mercado diferente, o mercado dos jogadores é diferente do que se você fosse, por exemplo, da bolsa de valores, ou de uma empresa na Faria Lima, ou se você entrar numa empresa de jornalismo. Cada mercado tem a sua característica, e no futebol, há necessidade de relações mais próximas. Futebol é um esporte muito humano, as questões são extremamente emocionais", dispara.

Boto enxerga futebol de maneira passional

Justamente em cima da questão está esse desajuste apontado por Birner. Para o jornalista, é prejudicial o conflito de ideias, onde José Boto tende mais para o lado da relação futebolística, enquanto Bap procura essa relação mais fria institucional.

"Me chama a atenção como parece que não há um ajuste de ideias do presidente do clube com o seu dirigente do futebol. A impressão que eu tenho, é que o BAP quer uma relação mais fria e direta, não uma relação tão futebolística como a que o Boto tem", teoriza.

Um dos principais casos de tensão entre as partes, e que se baseia na "teoria" de Birner, surgiu quando a nova gestão esperava contar com um diretor de futebol mais “questionador”, alguém que atuasse de forma independente na defesa dos interesses do clube, sem necessariamente seguir todas as vontades da comissão técnica.

Porém, de acordo com informações da 'ESPN', o estilo mais informal e ligado ao ambiente dos jogadores adotado por Boto, além de sua estreita amizade com o técnico Filipe Luís, foram vistos por parte da diretoria como um obstáculo para esse tipo de atuação.

Essa proximidade entre o diretor e o treinador não agrada ao presidente, que acredita que Filipe Luís deveria se concentrar exclusivamente nos assuntos técnicos.

Apesar desses imbróglios, segundo informações do jornalista PVC, Bap não pensa em demitir Boto, e nunca pensou. A única maneira do português deixar o clube, no momento, seria se demitindo.

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