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·16 aprile 2025
Bruno Henrique: presidente do STJD comenta chance de suspensão preventiva

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·16 aprile 2025
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) solicitou o relatório feito pela Polícia Federal para indiciar Bruno Henrique por estelionato e fraude em jogos esportivos e pode reabrir o caso na esfera esportiva. Mas o presidente do órgão, Luís Otávio Veríssimo, explica que dificilmente o atacante do Flamengo será suspenso preventivamente, uma possibilidade prevista na legislação.
O presidente do STJD explica que a medida é tomada quando há risco de recorrência. Casos de suspeita de manipulação de apostas não costumam gerar suspensões preventivas, já que é normal existir um grande intervalo de tempo entre o alerta, o início da investigação e a denúncia.
Justamente o que acontece no caso de Bruno Henrique, acusado de ter recebido um cartão de amarelo propositalmente para o benefício de apostadores em uma partida: contra o Santos, em outubro de 2023.
"O provimento acautelatório é uma prevenção em relação à alta expectativa de recorrência do fato. Às vezes se fala de fatos que estão em distâncias até de anos. E é importante, dentro do contexto de manipulação, entender que o acompanhamento de alertas anteriores é feito pelas agências em relação aos atores", disse em entrevista à 'ESPN', antes de completar:
"Se o atleta A ou B, o dirigente A ou B, ou o técnico A ou B em algum momento esteve em uma situação de alerta, haverá um monitoramento assíduo em relação a ele. Então, eventualmente, se chega um relatório para o STJD com a evidência de que recorrentemente o jurisdicionado, seja ele atleta, dirigente ou alguém do corpo técnico está envolvido em situações potencialmente de manipulação, aí sim ressalta essa necessidade de provimento acautelatório."
O tribunal recebeu alerta de casas de apostas sobre Bruno Henrique em 2024 e analisou tanto o jogo quanto o comportamento do atacante nas partidas seguintes. A decisão foi de arquivar o caso. Agora, com o indiciamento da PF, há possibilidade de reabertura.
Luís Otávio Veríssimo reforça a necessidade da identificação do risco de recorrência. Ele cita casos de atletas acusados que seguem atuando em outros países. Por fim, afirma que geralmente a análise do STJD acompanha as decisões da Justiça. Ou seja, uma sentença esportiva, caso haja, não deve sair rapidamente.
"As medidas preventivas não são estrumemos idôneos para o clamor, mas estritamente para o andamento e o possível prejuízo da competição. Por isso vemos vários casos ao redor do mundo que por algum tempo se desenvolvem com os atletas em atividades", finalizou.
O Flamengo emitiu um comunicado, nesta terça-feira (15), e citou o direito do atacante a presunção de inocência no caso. O clube afirma que não foi comunicado sobre o indiciamento por nenhum órgão legal. Assim, Bruno se apresentou normalmente e deve ser relacionado para o jogo desta quarta-feira (16) contra o Juventude, às 21h30, pelo Brasileirão.
"O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique."
"O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito", diz a nota.