Território MLS
·4 dicembre 2025
Campeão continental, técnico com passagem pelo Brasil e 2º elenco mais valioso do México: conheça o Cruz Azul, 1º adversário do Flamengo no Intercontinental da FIFA

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·4 dicembre 2025

La Máquina vive ano de bons e maus momentos, podendo chegar no torneio mundial como campeão mexicano
Com a conquista da Copa Libertadores de 2025, o Flamengo garantiu o seu lugar no próximo Intercontinental da FIFA, e o seu 1° adversário será o atual campeão da ConcaChampions, o Cruz Azul, do México.
Por isso, o Território MLS separou pontos importantes de atenção que o Rubro-Negro precisa ter com os mexicanos, e como a “La Máquina” chegará para o Derby das Américas, nome dado ao confronto entre os campeões da CONMEBOL e CONCACAF.
O ano dos “Cementeros” começou do avesso, logo no início do Clausura, o técnico Martin Anselmi deixou o clube para assinar com o Porto, o que causou revolta nos torcedores, que enxergavam no argentino a esperança de títulos.
Com a saída de Anselmi, a direção do Cruz Azul foi atrás de um substituto, deixando o técnico do sub-23, Vicente Sánchez, no comando provisório da equipe. E foi nesse momento, a grande “virada de chave” do time, que emplacou uma sequência de 7 vitórias e apenas 1 derrota nos dez primeiros jogos do uruguaio.
Foto: divulgação/Cruz Azul
Com o bom desempenho, a direção da “Máquina” decidiu manter Sánchez no comando do time, mesmo que ainda como interino. No Clausura, o Cruz Azul terminou a 1ª fase em 3° lugar, atrás do rival América e do líder Toluca, tendo a 3ª melhor defesa (16) da competição. No mata-mata, a equipe caiu nas semifinais diante do maior rival, o América de André Jardine, no placar agregado de 2 a 2 – o regulamento do Clausura dá o empate como vantagem para o time de melhor campanha na fase inicial.
Mesmo com a frustração do Clausura, o Cruz Azul fez história no principal torneio intercontinental da CONCACAF, a ConcaChampions. Numa campanha invicta de nove jogos, seis vitórias e três empates, os “Cementeros” levaram o título contra o Vancouver Whitecaps, da MLS, com direito a goleada de 5 a 0 na decisão. Vale dizer, que durante a campanha, o clube se “vingou” do América, eliminando o arquirrival nas quartas de final e encerrando um jejum de 12 anos contra o adversário. Nisso, o Cruz Azul se juntou as “Águias” como maior campeão intercontinental com sete troféus.
Foto: divulgação/Cruz Azul
Mesmo com um trabalho irretocável com 27 jogos, 17 vitórias, 8 empates e apenas 2 derrotas, a diretoria do Cruz Azul optou por não efetivar Vicente Sánchez, que decepcionado por ter sido oferecido apenas um cargo nas categorias de base, preferiu deixar o clube.
Como substituto do uruguaio, o Cruz Azul contratou o Nicolas Larcamon, que havia feito um bom trabalho no Necaxa no Clausura. Vale dizer, o argentino é um velho conhecido do futebol brasileiro, pois em 2024, treinou o Cruzeiro.
Foto: divulgação/Cruz Azul
Porém, ao contrário do que foi com Sánchez, os primeiros jogos de Larcamon foram aquém do esperado da torcida, com o Cruz Azul perdendo quatro de cinco amistosos como preparação para o Apertura. Mas, ao torneio nacional começar, a “Máquina” começou a engrenar, e clube emendou uma sequência de sete vitórias seguidas na competição.
Ao todo, Nicolas Larcamon tem 21 jogos a frente do Cruz Azul com 12 vitórias, seis empates e apenas três derrotas. Sob o seu comando, o time está nas semifinais do Apertura diante do Tigres, e no jogo de ida, em casa, o jogo acabou empatado em 1 a 1.
Com o novo técnico, a produtividade do ataque do Cruz Azul aumentou, saindo de 26 gols marcados no Clausura, para 32 gols marcados no Apertura. Ainda vale dizer que o time seguiu tendo uma solidez defensiva considerável, sofrendo poucos gols e sendo uma das melhores da Liga MX no quesito.
Em 2025, o Cruz Azul fez a contratação de seis novos jogadores, sendo o 3° clube que mais gastou no México.. O principal reforço da “Máquina”, foi o meia argentino José Paradela, junto ao Necaxa, por 10.2 milhões de euros. Já as principais saídas, foram o centroavante grego, Georgios Giakoumakis,que foi emprestado para o PAOK, e o meia Aléxis Gutiérrez, negociado com o América por 4.3 milhões de euros.
De fato, os principais destaques do Cruz Azul em 2025, são os atacantes Gabriel Fernández, Ángel Sepúlveda e os meias Carlos Rodríguez e José Paradela. Juntos, o quarteto soma 51 gols no ano.
Foto: divulgação/Cruz Azul
De acordo com a imprensa local, Ángel Sepúlveda, artilheiro do time na temporada com 20 gols em 48 jogos, está de saída para o Chivas Guadalajara, de Gabriel Milito. Outro nome a ser destacado é o de Carlos Rotondi, recentemente vinculado ao Atlético Mineiro, o meia/ala soma sete gols e 12 assistências em 44 partidas. Olhando pro sistema defensivo, o Cruz Azul tem um trio de zaga “forte” formada pelo colombiano Willer Ditta, o argentino Gonzalo Piovi e o mexicano Erik Lira.
Olhando para decepções, não tem como deixar de fora o camisa 10, Andres Montano, promessa da base de 23 anos que sofreu com lesões, e os atacantes Luka Romero e Mateusz Bogusz.
Apelidado de “ novo Messi”, Luka Romero chegou com muita expectativa vindo do Milan, mas até o momento não correspondeu em campo, com apenas cinco gols e três assistências em 43 jogos. Já o polônes Bogusz, foi contratado a peso de ouro, tendo sido pago 8.5 milhões de euros ao LAFC, da MLS, por ele. Porém, o polones sofreu para se adaptar a liga mexicana e ao país, sendo um fracasso retumbante. Nisso, com apenas três gols marcados em 38 partidas, deve ser um dos primeiros nomes a ser negociados pela “Máquina” ao final de 2025.
Foto: divulgação/Cruz Azul
Nicolas Larcamón costuma usar formações como 3-4-2-1 ou 5-3-2 (linha de 5 na defesa, dois “carrileros”) para dar solidez defensiva. O seu foco no equilíbrio entre defesa e ataque faz com que o time tenha um futebol menos exposto e mais organizado defensivamente, cuidando bastante da transição e da compactação do bloco.
Sem depender só de posse de bola — Há ênfase em ser eficiente quando ataca, com jogadores capazes de definir nos momentos certos, o foco é em poucos ataques, muitos gols.
Nos primeiros jogos oficiais com Larcamón, o time teve arrancada forte: invicto por várias rodadas e desempenho de alto nível. Logo, com o argentino no comando, a equipe parece ter assimilado melhor a ideia de “sofrer/defender bem” e sair com resultados mesmo em jogos complicados.
Num comparativo com o time de Vicente Sánchez, antes o Cruz Azul tinha mais pressão ofensiva, jogo direto e mais verticalidade — Com o uruguaio, o discurso era de “ir pra ganhar” em qualquer estádio: buscar o ataque, dominar a bola e ter iniciativa ofensiva.
A equipe buscava aproveitar a qualidade de seus jogadores ofensivos para criar chances — havia confiança de que os atacantes poderiam resolver mesmo jogando em um sistema mais agressivo. Embora os resultados tenham aparecido e o time tenha conquistado títulos, existia a crítica de que o time era “suscetível demais” defensivamente — às vezes exposto atrás se o ataque falhasse. Em muitos jogos, o rendimento dependia mais de lampejos e individualidades do que de um plano tático sólido e consistente. Isso causava irregularidade, mesmo com um bom aproveitamento estatístico.
Vale destacar que a troca de estilos não agrada a todos. Alguns torcedores reclamam que o jogo de Larcamón, apesar de eficiente, pode ser “menos vistoso” ou “menos ofensivo”. Por outro lado, muitos valorizam a estabilidade defensiva e a consistência que ele busca construir — algo que Sánchez às vezes parecia faltar, sobretudo defensivamente. Por exemplo, há reclamações em fóruns de que com Sánchez o time “jogava bonito, mas deixava buracos atrás”. Também há quem diga que, mesmo com Larcamón, o time ainda depende de individualidades ofensivas para resolver — sinalizando que a transição tática não resolve todos os problemas.
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