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·28 agosto 2025

Caso Dodien pode expor negociação sigilosa da gestão Landim no Flamengo; entenda

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Uma audiência de conciliação em um processo de indenização por ofensas em redes social pode trazer à tona um dos episódios mais controversos da gestão do ex- presidente Rodolfo Landim no Flamengo: a criação de uma empresa em nome do clube em Las Vegas, Nevada (EUA).

A ação, movida pelo ex-candidato à presidência do clube, Walter Monteiro, contra o ex-vice-presidente geral, Rodrigo Dunshee, agora contém um desdobramento que pode forçar a divulgação de documentos mantidos em sigilo por anos.


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O caso teve início com um processo de Monteiro contra Dunshee, pedindo uma indenização de R$ 50 mil por ofensas que teriam sido proferidas pelo perfil anônimo "Roberto Dodien" em uma rede social. O perfil seria um "fake" criado por Dunshee. Segundo Monteiro relatou publicamente, a audiência, ocorrida nesta semana, quase terminou em um acordo.

A sua proposta era de abrir mão de qualquer valor indenizatório, desde que Dunshee fizesse uma doação de R$ 5 mil para a ONG Ação da Cidadania contra a Fome e publicasse uma declaração repudiando as ofensas feitas pelo perfil, sem a necessidade de assumir a autoria.

O acordo, no entanto, não foi selado por uma condição imposta por Dunshee, segundo Monteiro: que o processo, de natureza pública, passasse a correr em segredo de justiça e que Monteiro ficasse impedido de comentar publicamente sobre o desfecho. "Recusei, afinal se o processo é público e a história é pública, o desfecho tem que ser público", afirmou o Walter em suas redes sociais.

Reviravolta pode expor caso sigiloso da gestão Landim

A principal reviravolta do caso se deu na estratégia de defesa de Rodrigo Dunshee. Além de negar a autoria das ofensas, o ex-VP entrou com o que a lei chama de "pedido contraposto", processando Walter Monteiro no mesmo processo e pedindo uma indenização. A justificativa de Dunshee seria por postagens em que Monteiro o critica, com destaque para a menção à criação da empresa em Nevada.

Essa empresa, revelada em 2021 em uma reportagem do jornalista Lucio de Castro, na Agência Sportlight, foi aberta em nome do Flamengo nos Estados Unidos, com a participação de Dunshee na sociedade, sem que o ato tivesse sido submetido à aprovação dos conselhos do clube.

Na época, o clube justificou que a intenção era abrir um time em Las Vegas Como o negócio não avançou, a empresa foi fechada. Caso tivesse dado certo, as cotas seriam passadas para o clube.

Desde então, a documentação e os objetivos da criação desta empresa nunca foram totalmente esclarecidos pela antiga diretoria, gerando desconfiança e questionamentos na política interna do clube.

Ao se ver processado pelo tema, Monteiro afirmou ter solicitado à Justiça o direito à "exceção da verdade". Este mecanismo legal permite que o autor de uma declaração considerada ofensiva prove a veracidade de suas alegações para se isentar de responsabilidade. Com isso, Monteiro pretende requerer acesso aos estatutos e documentos da empresa de Nevada para comprovar suas afirmações.

"De fato, no Flamengo não tivemos acesso à documentação desse episódio da empresa no estado de Nevada e sempre houve muito interesse em entender o que, de fato, aconteceu ali", explicou Monteiro.

A situação cria um cenário paradoxal. Uma ação que começou por uma discussão em rede social pode, por iniciativa da própria defesa de Dunshee, abrir as portas para que um assunto espinhoso e mantido longe dos holofotes por quase cinco anos seja finalmente esclarecido.

"Seria irônico demais que tudo que se ocultou nesses 5 anos agora viesse à luz por causa da estratégia de defesa de Dunshee em uma reles ação indenizatória de treta de Twitter", concluiu Walter Monteiro, que agora aguarda a sentença do juiz sobre o caso e os próximos passos processuais.

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