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·9 settembre 2025
Chegou: Fluminense avalia proposta que projeta injeção de R$ 6,9 Bilhões

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O Fluminense recebeu e apresentou na noite desta segunda-feira, durante reunião do Conselho Deliberativo, a proposta formal para a constituição de sua futura Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A oferta, proveniente da Lazuli Partners e LZ Sports, foi detalhada pelo sócio Carlos de Barros, que elucidou os valores e os compromissos de aporte financeiros.
A proposta contempla a aquisição de 65% da SAF do Tricolor. Os termos principais incluem um investimento inicial de R$ 500 milhões, a ser aportado nos primeiros dois anos, e a completa absorção da dívida atual do clube, estimada em R$ 871 milhões.
Além dos montantes iniciais, o contrato estabelece a obrigatoriedade de um investimento adicional de R$ 6,4 bilhões ao longo de um período de 10 anos. Para a clareza dos torcedores, o processo, que demandará votação entre conselheiros e sócios, será esmiuçado a seguir.
Estrutura da SAF do Fluminense:
A concepção da SAF tricolor prevê a participação de 40 investidores com alto poder aquisitivo, todos torcedores declarados do Fluminense. Estes cotistas foram reunidos pela Lazuli Partners, uma empresa especializada em gestão de investimentos, através de sua subsidiária LZ Sports, responsável direta pela formulação da proposta. Inicialmente, o plano previa cerca de 15 participantes, mas o interesse de outros tricolores ao longo das últimas semanas expandiu o grupo para o número atual.
Caso a proposta obtenha a aprovação necessária junto aos conselheiros e à base de sócios, a empresa se tornará a acionista controladora da “Fluminense SAF”. A associação original do clube manterá uma participação minoritária, cuja proporção será determinada pelo montante da dívida no momento da aquisição. Com o débito atual de R$ 871 milhões, o fundo deteria 65% das ações, enquanto o segmento associativo ficaria com os 35% restantes.
A abrangência da SAF incluirá o futebol masculino e feminino, as categorias de base (com a gestão de Xerém) e a modalidade de futsal. A sede de Laranjeiras e os demais bens imóveis permanecerão sob o domínio da associação, sendo estabelecido um acordo para o uso dessas instalações.
A integralidade das obrigações financeiras do Fluminense será absorvida pela nova entidade. Em contrapartida, a associação receberá royalties provenientes do investimento, com um valor inicial previsto em R$ 12 milhões anuais. Este modelo difere de outras SAFs estabelecidas no Brasil, como as do Cruzeiro e do Botafogo, onde a gestão e o comando foram assumidos por um único empresário.
Identidade dos Adquirentes e Modelo de Governança:
Entre os nomes dos 40 empresários, alguns já foram noticiados na imprensa, incluindo André Esteves, controlador do BTG Pactual; Thiago De Luca, diretor-geral da Frescatto; e José Zitelmann, cofundador da Absoluto Partners. Contudo, não haverá um investidor detentor de controle majoritário. A LZ Sports divulgou os nomes de 13 grupos e famílias de investidores, entre os quais se destacam: Família Almeida Braga, Família Klabin, Família De Luca, Família Zitelmann, Família Esteves, Família Dantas, Família Paes, Ricardo Tadeu, Família Monteiro Aranha, Grupo Apex Partners, Heráclito de Brito Gomes Junior, Família Hallack e Bruno Werneck.
Para assegurar a fluidez das decisões, todos os investidores do fundo deverão aderir a um conjunto de regras de votação, desenhadas para evitar impasses em caso de divergência. A liderança deste fundo ficará a cargo da LZ Sports, na figura de seu sócio Carlos de Barros.
O conselho de gestão da SAF será composto por oito membros, sendo duas cadeiras destinadas à associação e as seis restantes aos representantes dos investidores.
Detalhamento do Investimento no Futebol:
A projeção de investimento global soma R$ 6,9 bilhões em até uma década. Os aportes obrigatórios estão estruturados da seguinte forma: R$ 250 milhões no momento da assinatura do acordo da SAF e mais R$ 250 milhões em até 24 meses após a conclusão do processo.
O investimento adicional de R$ 6,4 bilhões ao longo dos 10 anos será alocado da seguinte maneira:
O objetivo do fundo é promover um incremento de 30% na folha salarial do futebol do Tricolor já em 2026, elevando-a dos atuais R$ 19 milhões para aproximadamente R$ 25 milhões mensais. A gestora buscou inspiração em modelos de clubes da Premier League para adaptar o planejamento ao cenário do futebol brasileiro.
Carlos de Barros afirmou que a visão é posicionar o Fluminense entre os três principais clubes do país, fundamentado em cinco pilares essenciais: investimento em Xerém, na folha salarial, na contratação de atletas, na melhoria da análise de dados e na sustentabilidade financeira de longo prazo. A composição dos recursos para esses investimentos incluirá receitas geradas que transitarão da associação para a SAF, aportes diretos dos investidores, captação de subvenções, investimentos em ativos (como CT e Xerém), aprimoramento de análises de dados, pagamento de dívidas e pagamentos a terceiros.
Os investidores condicionam a finalização da aquisição à renegociação prévia com os credores, visando que a nova gestão inicie suas atividades com as dívidas já equacionadas e um plano de quitação mensal definido.
Mário Bittencourt na Liderança Executiva?
Ainda não há definição contratual para o cargo de CEO da SAF. Carlos de Barros, sócio da LZ Sports, expressou uma visão favorável à manutenção de Mário Bittencourt na posição, embora não exista cláusula ou acordo formal. A preferência do fundo reside na avaliação positiva do trabalho de reconstrução do clube realizado pelo atual presidente entre 2019 e 2025.
Salvaguarda contra Revenda:
O grupo de empresários que forma a LZ Sports concebe a aquisição da SAF do Fluminense como um empreendimento de longo prazo, desprovido de um foco em lucro imediato. Em consonância com essa visão, a distribuição de quaisquer dividendos aos acionistas está condicionada ao cumprimento integral da obrigatoriedade de investimento de R$ 6,4 bilhões.
Adicionalmente, o contrato prevê uma cláusula de lockup de cinco anos, que veda a revenda de ações nesse período. Este prazo excede o padrão de mercado, que geralmente se estende por até três anos, demonstrando o compromisso de permanência do grupo.
Cronograma da Votação:
Os investidores manifestam não ter pressa para a concretização do processo. A votação por parte dos sócios do clube somente ocorrerá após as eleições presidenciais, programadas para o período entre a segunda quinzena de novembro e a primeira de dezembro deste ano.
A transição para o formato de SAF, no entanto, dependerá da aprovação do quadro de sócios. A estimativa é que a conclusão de todas as etapas do processo, caso haja o consentimento necessário, se concretize entre os meses de dezembro e fevereiro.