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·29 dicembre 2025
Como Marlon Freitas deixa órfão o Botafogo para ser peça decisiva para Abel no Palmeiras

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Marlon Freitas superou as críticas no Rio de Janeiro e se tornou protagonista de um Botafogo campeão do Brasil e da América. O volante ganhou moral com John Textor e foi alvo de Abel Ferreira em mais de uma janela de transferências. Agora, deixa o Alvinegro para ser uma das peças mais importantes no tabuleiro de Abel em 2026.
Quando chegou em General Severiano, Marlon Freitas não gerou muita expectativa. Chegou, inclusive, a estar perto de deixar o clube: uma proposta do Vasco, então com a injeção financeira da 777, faria o jogador se mudar para a Colina. Mas John Textor bateu o pé.
Na época, uma saída passaria quase despercebida pela torcida, muito diferente de hoje. Mas Textor, aconselhado por seu departamento de análise de desempenho, já via ali uma das peças mais importantes para colocar seu time no topo da América.
Na análise quantitativa mais básica, vemos um jogador que só alcançou 10 participações diretas em gol em três temporadas em General Severiano em 2024. Foi, de fato, sua melhor temporada. Mas sua importância no time vai muito além de gols e assistências.
No Botafogo Way pensado por Textor e muito bem desenvolvido por Luís Castro e Arthur Jorge, Marlon Freitas foi um dos principais protagonistas. Os conceitos que o estadunidense cobrava dos treinadores são os mais batidos do "futebol moderno" de hoje em dia: intensidade, rapidez na troca de passes e evolução rápida e eficiente ao último terço.
O 4-2-3-1, com variação para o 4-3-3 e 4-4-2 na fase defensiva, foi o esquema base do Botafogo nos últimos anos. Marlon Freitas chegou ao clube após uma temporada de 10 gols e 6 assistências pelo Atlético Goianiense, a mais prolífica da carreira no último terço.
Nunca repetiu os números ofensivos no Alvinegro, mas não precisou disso para ser protagonista. No tabuleiro de xadrez dos técnicos portugueses que passaram pelo Botafogo, Marlon Freitas exerceu uma função de bispo: é quem fazia o jogo correr, avançava muitas casas e quebrava a defesa inimiga com verticalidade.
Marlon Freitas foi o jogador com mais passes para o último terço no último Brasileirão, para termos os números como embasamento, o segundo com mais passes e mais passes certos e o terceiro com mais passes longos certos. É ele quem faz a bola correr, e sair da defesa para o ataque com qualidade e velocidade.
Na última temporada, Abel Ferreira careceu de um jogador com maior capacidade de verticalizar o jogo nesse setor. Emi Martínez e Aníbal Moreno têm um raio de ação menor (no mapa de passes, procuram companheiros mais perto). Andreas chegou para ajudar nisso, mas é muito mais decisivo quando aparece no último terço já perto da área.
Marlon Freitas é capaz de dar a Abel a circulação rápida que o técnico precisa para chegar com mais qualidade no último terço. Não é de hoje que isso foi identificado por sua comissão. Mas só agora o negócio saiu.
Em General Severiano, Danilo é visto como uma espécie de substituto natural, mas tem características diferentes. Tem capacidade de verticalizar o jogo, mas é muito mais eficiente usando sua velocidade e potência física para progredir com bola. É um jogador que ataca mais os espaços, e não tanto para achar espaços num raio amplo com a bola nos pés. Allan e Danilo Barboza são volantes mais combativos que criativos.
Ainda sem parecer demonstrar uma visão clara de futuro, Textor perde seu homem de confiança. Abel, com planos mais longos pelo Palmeiras, ganha a peça que sempre pediu para aprimorar sua engrenagem.









































