Zerozero
·10 dicembre 2025
David Neres está de volta à <i>Catedral</i>: o impacto do ex-Benfica no campeão italiano

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·10 dicembre 2025

Vai regressar esta quarta-feira ao Estádio da Luz e é a ligação mais direta e recente entre Benfica e Napoli. Depois de duas temporadas onde foi uma das principais figuras do ataque encarnado, David Neres rumou à turma italiana à procura do espaço que o regresso de Ángel Di María lhe retirou.
Praticamente ano e meio depois de trocar o futebol português pelo calcio transalpino, não se pode dizer que a escolha do internacional brasileiro tenha saído ao lado, depois de confirmada, em conferência de imprensa pré-jogo, a teoria de que Roger Schmidt pouco contava com ele.
«Recebi uma proposta de um ótimo clube, de uma liga forte. Há muito tempo que queria ter a experiência de jogar uma liga mais forte. O treinador aqui à época já não contava tanto comigo e facilitou essa transferência», revelou Neres, que nem por isso esqueceu a essência que voltará a sentir no regresso a uma casa que já foi sua.
Instado a deixar um conselho aos colegas de equipa, o canhoto não tremeu: «Diria para manter a tranquilidade, jogar o nosso futebol. Sei que quando o Benfica está bem aqui, os adeptos inflamam e fica muito difícil de jogar.»
Campeão da Serie A logo no primeiro ano de ligação aos azzurri, o canarinho foi peça importante nas ideias de Antonio Conte na caminhada rumo ao Scudetto, embora não se possa dizer que tenha sido titular indiscutível.
Surgiu com toda a força no grande arranque do conjunto napolitano e, até ao início de outubro, tinha já quatro assistências e dois golos em todas as provas nas quais entrou em ação - primeiros sete jogos.
Curiosamente, este aproveitamento foi conseguido enquanto suplente utilizado, catapultando Neres para a borda do onze inicial onde passou a constar com maior assiduidade.
Inversamente a este crescimento no plano da utilização, o impacto direto decresceu com a quebra exibicional, o que se traduziu em apenas mais uma finalização certeira e um passe para golo até ao final da época.
Em suma, 30 jogos, três golos e cinco assistências, que suportam a qualidade reconhecida desde os tempos em que alinhou pelas águias e Ajax, onde foi uma das figuras da equipa que chegou às meias-finais da Liga dos Campeões.
Na presente época e em oposição ao trajeto realizado de águia ao peito - passou do extremo mais desequilibrador do plantel às ordens de Roger Schmidt para uma época intermitente -, David Neres passou de segunda opção para titular na faixa direta em detrimento de Matteo Politano.
Com três golos e quatro assistências em apenas 18 partidas, o ex-Benfica viveu o melhor momento da temporada frente à Atalanta. Com o bis anotado a La Dea, o esquerdino brilhou fora de campo pela intervenção peculiar na hora de conceder a entrevista rápida no final da partida.
Um momento único proporcionado por um artista que volta à Catedral encarnada do lado oposto ao que os adeptos do Benfica certamente desejavam...
Se na pretérita campanha, o Napoli trilhou o seu caminho para o título em alternância entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, esta temporada a disposição mais recorrente tem assentado no 4-1-4-1/4-4-2 capaz de se desdobrar nos momentos com bola nas variantes atrás referidas.
No entanto, a conhecida identidade de Antonio Conte inspirada na disciplina e coesão defensiva não ficou para segundo plano. No momento defensivo, os napolitanos dispõem-se na clássica linha de cinco defesas - 5-3-2 -, o que obriga jogadores de capacidade inequívoca no último terço a um rigor posicional notável na ajuda ao setor mais recuado.
Se a densa linha de defesas permite dificultar a tarefa do adversário na tentativa de ganhar vantagem numérica a partir da largura, o miolo constituído por homens como Lobotka, Anguissa ou De Bruyne sabe perfeitamente como condicionar as investidas pelo corredor central.
Capaz de apresentar a pressão alta e a marcação individual como outros dos mais fortes predicados da equipa quando sem bola, Antonio Conte tem montado uma equipa que gosta de criar duas linhas de dois elementos no meio-campo a fim de desenvolver combinações rápidas, que permitem queimar as linhas de pressão exercidas pelo adversário.
Além dessa marca, a utilização da dimensão física de nomes como Hojlund e Scott McTominay em parelha adiantada, conferem alta capacidade para que os duelos aéreos e segundas bolas sejam mais facilmente dominadas pelo Napoli em comparação com os adversário.
Comportamentos que José Mourinho e o Benfica certamente estarão a par para este embate da quinta jornada da Liga dos Campeões.









































