oGol.com.br
·4 marzo 2025
De pupilo de Zidane a sucesso no Paranaense, conheça Augusto Galvan

In partnership with
Yahoo sportsoGol.com.br
·4 marzo 2025
De pupilo de Zidane até o sucesso no Paranaense com o Azuriz. O título rotula Augusto Galvan dessa forma, mas o meia de 25 anos tem muito mais história do que isso. Formado nas categorias de base do São Paulo, o jogador está nas vésperas de um grande confronto, válido pelas quartas de final do Estadual.
Em entrevista exclusiva para oGol, Augusto pontuou sobre a dificuldade para este confronto contra o Athletico, que vale uma vaga entre as quatro melhores equipes do Paranaense. Apesar disso, a equipe do Azuriz não deixa de demonstrar confiança na classificação à semifinal, que seria inédita.
"Obviamente que é muito diferente você jogar em casa e jogar fora de casa, ainda mais com um dos melhores times do campeonato, que é o Atlético. Eu acho que a gente tem se preparado para surpreender mesmo. Ter coragem para jogar, as coisas não vão acontecer, não vão cair do céu. Então, você tem que ter a personalidade. Eu acho que o Azuriz demonstrou bastante isso no primeiro jogo", pontuou o meia.
Cria de Cotia, Augusto demonstrou inspiração em Casemiro ao falar sobre a sua passagem no Real Madrid, logo aos 18 anos. Ambos atuaram nas categorias de base do São Paulo e, ainda jovens, foram jogar no clube madrilenho. Diferentemente do volante, o meia armador nunca jogou na equipe profissional dos Merengues.
"Treinamos várias vezes juntos ali no Real Madrid, mas fizemos uma amizade muito forte fora dos gramados, e é um cara que eu me espelho muito, porque é muito vencedor. E é uma sensação única. Porque é o maior clube do mundo. Eu não tive o privilégio de estrear no time principal, mas sensação de você treinar com o ídolos do futebol é impagável, é realmente um privilégio", disse Augusto.
Por mais que as oportunidades de convivência tenham sido escassas, o meia brasileiro não deixa de ressaltar a importância de Zidane em sua carreira. O francês era treinador do Real Madrid enquanto o atleta atuava nas categorias de base, mas, também, frequentava a treinos da equipe principal.
"Fica evidentemente marcado mais pela grandeza do Zidane, foram poucos treinos, mas foram momentos onde eu pude perceber do que é o futebol do mais alto nível, de caras que são marcados na história do futebol. Em poucas palavras, o Zidane transmitia o que era a grandeza do Real Madrid, o que é a grandeza do futebol, o que ele apresentava, o que ele sabia do futebol. E isso me deixou muito marcado, porque o Zidane não é um cara tão extrovertido assim, mas é um cara pontual, então ele falava poucas coisas do treino e você via que surtia um efeito", disse o atleta.
Depois de duas temporadas no Real, entre as categorias de base e o time B, o brasileiro mudou de clube dentro do próprio país. Foi no Cultural Leonesa, uma tradicional equipe de modernas instalações da terceira divisão espanhola, que Augusto viveu o seu momento de "maior euforia" como jogador de futebol, quando eliminou o Atlético de Madrid na Copa do Rei 19/20. E teve até elogio de Diego Simeone após o jogo...
"Foi uma noite muito especial. Foi um jogo onde você está jogando contra times de Champions League, o jogo fluía bastante. Uma noite onde você sai do jogo e o Simeone te fala: 'vocês jogaram como valentes mesmo'. Isso fica marcado na sua memória. Porque você tenta conquistar coisas na sua carreira, e ali eu tinha 20 anos de idade. Você enfrentar aquele jogo e disputar como um cara maduro assim, fica esse gostinho especial", continuou dizendo.
A experiência de Espanha acabou no começo de 2021, quando o Santos apareceu como destino para a carreira de Augusto. Foi lá que o meia dividiu o vestiário com atletas como Diego Tardelli e Soteldo, mas não pelo tempo que gostaria. Foi menos de um ano de transição entre a equipe B e os profissionais, até com convocações para a equipe profissional, mas sem entrar em campo no time de cima.
"Eu vindo lá da Espanha, fiquei um tempo parado para encontrar um clube. E o Santos me deu essa oportunidade. E eu fui com unhas e dentes para poder pegar. Mas era um tempo de muita dificuldade do Santos, que também estava passando numa transição, por muita dificuldade fora de campo e dentro de campo. Então eu acho que é um pouco do reflexo do que eu estou mencionando aqui. Mas eu te digo que, da minha parte, eu acho que eu fiz tudo possível", disse.
Augusto também pontuou uma diferença entre o futebol europeu e o futebol brasileiro. Na visão do atleta, a velocidade nas mudanças no comando técnico das equipes atrapalha não só o planejamento do clube, mas também a sequência do jogador. Foi assim no tempo de Santos, antes do meia deixar a Baixada Santista em busca de mais oportunidades.
"Foi numa situação onde o Diniz me levou a alguns jogos no banco de reserva e eu acredito que naturalmente eu poderia ter uma oportunidade de jogar. Mas acabou que ele caiu e aí o próximo treinador também não contava comigo. Meu caminho foi ficando um pouco distante, assim, do Santos. E aí eu tive que buscar novos ares", completou Augusto.
Depois de defender o Azuriz ao começo de 2023 e ficar mais de um ano jogando no Caxias, Augusto retornou ao Paraná justamente para defender seu ex-clube no Estadual de 2025. Com um gol e uma assistência em 11 partidas, o meia ajudou o Azuriz a se classificar para as quartas de finais, onde enfrenta o Athletico.
Para a partida contra Furacão, o atleta de 25 anos destacou a força do elenco adversário como um todo, mas destacou especialmente Bruno Zappeli, camisa 10 da equipe rubro-negra. Por atuarem na mesma função, a de meia armador, e pelas suas qualidades técnicas, mas não só por isso.
"É o meia pensante e eu acredito que ele seja o jogador mais perigoso. Claro que não podemos tirar o mérito do Luiz Fernando, que fez até gol agora na Copa do Brasil, mas eu acho que a cabeça pensante é o principal, e eu sempre digo que o futebol é mais cérebro do que perna. Então eu acho que no primeiro jogo a gente teve essa estratégia de marcar ele, acredito que ele seja titular contra nós", disse o meia.
Para a sequência de sua carreira, Augusto não deixa de ressaltar a importância de ter sido colega de grandes atletas, como foi Casemiro e Diego Tardelli, por exemplo. Levar as experiências adquiridas nas próximas aventuras e chegar "como um atleta experiente" nos clubes novos é sempre um ponto positivo, não só dentro de campo.
"Eu acho que se você fizer, valer a pena, independente do jogo, contra quem seja, você consegue conquistar coisas pequenas e futuramente coisas maiores. Então, por exemplo, o Tardelli ali, que foi uma questão mais de troca de experiências. No sentido de eu estar treinando contra ele, com ele, conversando. Isso só enriquece a tua carreira", finalizou o jogador.