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·27 ottobre 2025
Em queda técnica e física, Fla é um grande ponto de interrogação no momento mais decisivo do ano

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O Flamengo completa nesta quarta-feira a sequência de jogos mais importante da temporada até aqui, com confronto direto contra o líder do Brasileirão e os duelos das semifinais da Libertadores. Isso sem contar o jogo contra o Fortaleza, que poderia ter colocado novamente o time no topo da tabela. Em queda física e técnica, porém, o time de Filipe Luís é um grande ponto de interrogação.
A vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras, no Maracanã, e o placar magro contra o Racing não escondem os problemas do técnico rubro-negro. Retratos de um time menos intenso, combativo e que erra mais do que o costume, com decisões menos criteriosas e certa desconcentração em momentos decisivos.
A saída de bola rubro-negra, embora ainda muito eficiente em ligações mais diretas de Rossi, perdeu um pouco de rapidez nos pés dos volantes. Jorginho, certamente desgastado pela sequência de jogos do nosso calendário, tem demorado mais a tomar decisões com a bola nos pés, o que dá espaço (leia-se também tempo) para a aproximação dos marcadores e gera mais erros (forçados ou não).
Saúl, que chegou a ter sequência muito sólida ao lado de Jorginho, também perdeu um pouco da capacidade de fazer a bola chegar no último terço com poucos toques. A primeira fase de construção do Fla se tornou mais previsível, também pelo tempo que os adversários já tiveram para estudar suas dinâmicas e encontrar respostas e contrapontos.
O retorno de Pulgar ajudou a mudar um pouco o panorama. Não só por trazer ao time outras características com a bola nos pés, mas principalmente por entregar a combatividade e a agressividade na abordagem aos lances que Jorginho e Saúl não têm. O chileno ainda tenta recuperar seu melhor momento físico e, de fora contra o Fortaleza, fez muita falta.
Pisando no último terço, o Fla se tornou ainda mais previsível. Muito por ter perdido um Samuel Lino que desequilibrava no 1 contra 1. Depois de um grande início na Gávea, o ponta vive um momento técnico ruim, e deixou de quebrar a monotonia do ataque.
Seja qual for a escolha de Filipe Luís para a ponta do outro lado, também não há uma escolha técnica incontestável no momento. A falta de criatividade e assertividade pelas pontas, que fica ainda mais notória com laterais em má fase (Ayrton Lucas e Emerson Royal, os mais ofensivos, vivem momentos técnicos abaixo), aumenta a responsabilidade pelo jogo no corredor central.
Contra equipes mais fechadas, entrar pelo meio sem abrir o jogo pelas laterais é uma missão quase impossível. O entrosamento de De Arrascaeta e Pedro, aí, faz a diferença. A capacidade de associação de ambos no corredor central e, ao mesmo tempo, o poder de finalização deles na área decide muitos jogos para Filipe Luís. Se ambos estiverem bem, podem acabar desequilibrando. Caso contrário...
A situação é ainda pior se Pedro não estiver disponível. Nos últimos jogos, quando teve a chance, Bruno Henrique mostrou hoje não ser uma opção de confiança. Justamente por não ter, como características, uma capacidade de associação por dentro e de jogar de costas para o gol para gerar jogo. Em situações de contra-ataque, pode ser uma arma interessante, embora também não esteja no melhor momento técnico e físico (chegou a desperdiçar chances importantes contra o Racing e não rendeu contra o Fortaleza).
Tudo isso, como um efeito dominó, cria um time previsível no último terço. O resultado é o que vemos muitas vezes nos jogos do Fla: um time que gira a bola de um lado para o outro, sem criar efetivamente muitas chances de gol. E sem iniciativa, também, para arriscar de fora da área.
Na fase defensiva, se o perde e pressiona não tem funcionado como antes, as linhas altas da defesa têm sofrido cada vez mais com ataques rápidos dos adversários. Breno Lopes, no Castelão, foi um perigo constante pela canhota. O Fla joga no limite muitas vezes. Quando o time não vive um bom momento técnico, isso pode ser fatal.
Quarta-feira, contra o Racing, o Flamengo poderá se dar ao luxo de ser reativo, pela vantagem construída no Rio. O cenário do jogo pode favorecer inicialmente, mas até quando? E até quando os argentinos vão perdoar os erros rubro-negros, se eles voltarem a acontecer? No momento mais decisivo da temporada, Filipe Luís parece ter mais interrogações do que certezas.
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