Entenda o que o Santos pode tirar de positivo de derrotas para Palmeiras e Flamengo | OneFootball

O Santos amargou duas derrotas consecutivas nas últimas duas rodadas do Campeonato Brasileiro e se afundou na zona de rebaixamento. Primeiro, o Peixe perdeu para o Palmeiras, por 2 a 0, no Allianz Parque. Depois, foi derrotado pelo Flamengo, por 3 a 2, no Maracanã.

Com os reveses, o Alvinegro Praiano permaneceu na zona de rebaixamento e ocupa a 17ª colocação, com 33 pontos. A equipe santista tem apenas dois pontos a menos que o Vitória, que apenas empatou com o Botafogo nesta rodada e se encontra na 16ª posição, com 35.

Apesar dos resultados negativos, o Santos pôde tirar alguns pontos positivos dos dois jogos contra os líderes do Brasileirão. O poder de reação mostrado contra o Flamengo, os Meninos da Vila, a sequência para atletas ‘escanteados’ e a evolução de Willian Arão.

Bom desempenho no primeiro tempo e poder de reação

O Santos não conseguiu bons resultados, mas teve uma boa notícia: a postura apresentada pela equipe no primeiro tempo, tanto contra o Palmeiras como contra o Flamengo. No clássico, o Peixe resistiu à pressão inicial imposta pelo rival e foi para o intervalo sem sofrer gols. Já contra o Rubro-Negro, só foi vazado aos 37 minutos, mas se mostrou organizado e levou o gol em um lance de bate e rebate.

Além disso, contra o Flamengo, o Santos mostrou poder de reação com algumas mudanças promovidas pelo técnico Juan Pablo Vojvoda. Embora não tenha conseguido o empate, o Alvinegro Praiano pressionou o adversário ao fazer dois gols em menos de cinco minutos. Bontempo e Lautaro Díaz marcaram. Essa garra foi valorizada pelo treinador.

“Eu resgato isso, o não desistir em um campo complicado, com um placar desfavorável. Resgato isso dos jogadores, o compromisso. Eu quero, e daqui para frente já havia pedido: continuem. Continuem, não desistam, estamos perdendo e vamos, continuamos. Temos que ir, temos que lutar. E eu quero isso dos meus jogadores. Exijo isso. Estou sofrendo como estão sofrendo os jogadores e o torcedor, mas o Santos não vai desistir, vai continuar a lutar”, afirmou Vojvoda em coletiva após o jogo contra o Flamengo.

O comandante, inclusive, fez uma breve análise dos dois jogos contra Palmeiras e Flamengo e destacou justamente esta dualidade do Santos. De um lado, a equipe não tem feito jogos ruins. Do outro, tem deixado escapar pontos importantes na briga contra a queda.

“O rendimento nesses jogos não foi ruim. O time competiu e isso é bom. Mas nestes momentos, nessa altura do Brasileirão, temos que competir e somar pontos. Eu vejo o copo meio cheio. O time responde, o time luta. Mas se vejo o copo meio vazio, digo que não conseguimos pontos. E nesse momento, temos que conquistar pontos. O que digo a vocês, digo aos jogadores. Quero que o time jogue bem, é verdade. Às vezes, fico chateado por isso. Sou um treinador que quer jogar bem e ganhar. Mas nestes momentos, se tenho que escolher uma coisa, prefiro jogar mal e ganhar. Sou um apaixonado pelo futebol e quero ganhar. Se você me garantir que jogamos mal e vamos ganhar, assino aqui. Mas não posso garantir isso. Então vamos continuar trabalhando para jogar bem e ganhar”, disse.

Meninos da Vila

O desempenho dos Meninos da Vila contra Palmeiras e Flamengo também há de ser valorizado. No clássico, Robinho Jr. foi titular e completou 65 minutos em campo. O garoto de 17 anos teve atuação mais discreta, mas foi uma das principais válvulas de escape do Santos e agradou Vojvoda.

Já contra o Flamengo, Robinho Jr. e sobretudo Bontempo brilharam. O meia entrou aos 17 minutos do segundo tempo, enquanto o atacante foi acionado apenas aos 40. Os dois gols do Peixe no fim do jogo, porém, passaram pelos pés de ambos os jogadores.

No primeiro gol, Robinho Jr. pegou de primeira, à queima-roupa, e acertou o travessão. Na sobra, Thaciano cabeceou para o meio, a zaga do Flamengo não afastou, e Bontempo empurrou para o fundo das redes. No segundo gol, minutos depois, Robinho chutou e Rossi deu rebote. Rollheiser tocou para trás e Lautaro Díaz completou.

Os Meninos da Vila, portanto, deram mais uma resposta e mostraram que os garotos da base podem ser soluções para ajudar o Santos a escapar do rebaixamento nesta reta final de Brasileirão.

Sequência para ‘escanteados’

As duas partidas também serviram para dar mais oportunidades a alguns jogadores que vinham sendo ‘escanteados’ no Santos, como Zé Ivaldo e Thaciano. O zagueiro retomou a titularidade, enquanto o atacante foi acionado por Vojvoda nas duas partidas.

Thaciano não tinha uma sequência de jogos consecutivos na equipe desde setembro. Na ocasião, o jogador entrou no segundo tempo no empate contra o Atlético-MG em 1 a 1 e, posteriormente, na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo. Depois disso, só havia jogado por cerca de dez minutos contra o Ceará, no dia 5 de outubro.

Vojvoda, inclusive, chegou a justificar a entrada de Thaciano contra o Palmeiras. “O jogo estava 0 a 0, o Palmeiras tinha cada vez mais posse, como é lógico. Eu precisava de um camisa 9 que poderia fazer transições, o Tiquinho tem outras características. Não via um jogo para Tiquinho”, explicou o argentino.

Do outro lado, Zé Ivaldo não tinha uma sequência de partidas desde os jogos consecutivos contra Fluminense e Atlético-MG. Neste último, o defensor foi expulso e acabou sendo deixado de lado, também pelas chegadas dos concorrentes Adonis Frías e Alexis Duarte.

Vojvoda tem testado alternativas na equipe titular do Santos para tirar o Santos da zona de rebaixamento, e o retorno de jogadores anteriormente ‘escanteados’ pode ser útil neste momento de pressão.

(Foto: Raul Baretta/ Santos FC)

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