AVANTE MEU TRICOLOR
·4 agosto 2025
IMBATÍVEL, SÃO PAULO SUPERA FRIO, SONOLÊNCIA E MARCAÇÃO DO INTERNACIONAL PARA QUEBRAR TABU E IGUALAR MARCA INVICTA

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·4 agosto 2025
Arboleda sobe e desvia para abrir o placar no Beira-Rio (Reprodução)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Quem pode parar o São Paulo de Hernán Crespo?
Fica a pergunta no ar após o time tricolor superar talvez aquele seja o momento de mais dificuldade enfrentado desde a famigerada reestreia com o Flamengo e, mesmo assim, contar com o oportunismo de Arboleda em cobrança de escanteio para marcar e sair do Beira-Rio com uma vitória por 2 a 1 sobre o Internacional, na noite deste domingo (3), pelo Campeonato Brasileiro.
Foi, sem dúvida, o jogo menos empolgante, digamos assim, de Crespo desde a tragédia do Maracanã, última derrota, aliás, da equipe. Nem tanto por demérito do São Paulo, mas sim de um eficiente sistema de marcação do adversário, que matou a forte transição de jogo e dominava a maioria das ações na intermediária.
O tempo ia passando, o Tricolor não conseguia sequer finalizar, mas um diagnóstico mais superficial mostra o quanto o ambiente mudou no Morumbi. Confiança parece ser o combustível motivacional. E é o elemento essencial para se buscar coisas a mais. Assim aconteceu: aos 43, Arboleda desviou cobrança de escanteio e marcou o gol, acima de tudo, do alívio.
Driblando estatísticas e amarras do adversário, o gol abriu a porteira, como se diz, e o pressionado Inter se perdeu. Sentiu o golpe, afrouxou sua marcação, deixou a desejar na rotação ofensiva e tomou o segundo para definir de vez as coisas. Aos 30, Bobadilla acertou chute e definiu as coisas, não afetando um gol deles e pênalti marcado após indicação do VAR.
Resultado importante, que quebra o jejum de triunfos do Tricolor como visitante ante o adversário gaúcho, que perdurava desde 2021. E faz a equipe, pela primeira vez desde 2022, a alcançar cinco vitórias consecutivas.
A vida é bela no Morumbi e a luta, que um dia foi para fugir do Z-4, agora é por vaga na próxima Libertadores: o clube já é o oitavo colocado na tabela, com 25 pontos, apenas dois atrás do Bragantino, o último no G-6.
A equipe agora volta a campo pelo Brasileirão às 18h30 (de Brasília) de sábado (9), contra o Vitória, no Morumbi. Antes, decide sua vida nas oitavas de final da Copa do Brasil: faz o duelo de volta com o Athletico-PR, às 19h30 (de Brasília), de quarta-feira (6), em Curitiba, podendo empatar após a vitória por 2 a 1 na semana passada.
O JOGO
Um jogo domingo à noite no inverno, em Porto Alegre (RS), não poderia significar muita empolgação e um duelo marcado por lances eletrizantes, sejamos francos.
Mas São Paulo e Internacional abusaram do tédio no primeiro tempo do duelo no Beira-Rio.
O que se viu foi um time gaúcho que conseguiu abular um dos pontos fortes do Tricolor de Crespo: a saída de bola da defesa pelo lado esquerdo. Para piorar, o Colorado conseguiu ganhar a intermediária são-paulina e foi quem criou a maioria das chances concretas de gols.
Mas calma, não vá pensando que foi algo intenso e de muita movimentação. Pelo contrário: faltoso e amarrado, o jogo tinha muito mais toques de bola na busca por espaços do que necessariamente a criação efetiva de chances.
Mesmo assim, elas apareceram. A única digna de nota veio aos 17, quando Alan Benítez apareceu livre dentro da área pela direita e finalizou bem para Rafael espalmar.
Era pouco, muito pouco e ainda mais pouco para o Tricolor, que soava inofensivo e alvo fácil para a marcação colorada, com certo tom de desespero, já que passou a apostar nas bolas longas como arma para conseguir superar a marcação adversária e chegar no campo de ataque.
A solução em tom improvisado acabou dando certo. Se não tinha criatividade e intensidade, sobrava vontade e força física para vencer os duelos com os mandantes e conseguir, mesmo que nos trancos e barrancos, ao ataque.
E em uma dessas bolas, Crespo mostrou porque seu time vive excelente fase. Aos 43, Enzo Díaz cobrou escanteio e Arboleda subiu mais que seus dois marcadores para desviar e abrir o placar.
O gol oportunista mudou o paradigma, porque se antes o São Paulo dava indícios de que a noite seria mais complicada do que se deveria, com o gol a esperança ganhou forma, principalmente caso o Inter desse os espaços necessários ao subir ao ataque, para quem sabe a articulação ofensiva melhorar.
Na volta do intervalo, nem uma coisa, nem outra. O Inter sentiu o gol tomado e, somado às alterações realizadas, perdeu o ímpeto defensivo e bagunçou um pouco sua esquematização de transição de jogo.
Melhor para o Tricolor, que mantendo a calma e aliviado pela vantagem, aumentou sua posse de bola e passou a ter uma dominância das ações em campo.
Logo aos 2, por exemplo, o time quase ampliou o placar com Enzo Díaz, de novo cobrando escanteio, achou Luciano no primeiro pau, que desviou com perigo. Seis minutos depois, foi a vez de André Silva aproveitar passe de calcanhar do camisa 10 e testar com força, para a defesa de Rochet.
A impressão que dava é que diante da inofensividade do adversário, o Tricolor ia voltar a administrar as coisas, como vem fazendo ultimamente, principalmente sem bola, ocupando espaços e apertando a marcação. Aos 26, os gaúchos quase complicaram em nova finalização de Alan Benítez defendida por Rafael. Mas aí a fatura foi liquidada de vez: quatro minutos depois, após nova cobrança de escanteio de Enzo Díaz, Luciano desviou a bola, Ferraresi recuperou e encontrou Bobadilla, que ajeitou e mandou o canhão da entrada da área para fazer o segundo.
As coisas até ameaçaram se complicar aos 43, quando Bruno Tabata converteu pênalti marcado após indicação do VAR de que Pablo Maia teria derrubado um adversário na área. Mas o tempo passou e foi sacramentado mais um triunfo tricolor na nova era Crespo.