
Gazeta Esportiva.com
·11 settembre 2025
Luan relembra fase conturbada no São Paulo: “Implorava por uma oportunidade”

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·11 settembre 2025
O volante Luan relembrou a fase conturbada vivida no São Paulo nos últimos anos. Em entrevista ao portal Players Tribune, o jogador criado em Cotia contou histórias do período em que ficou afastado do restante do elenco tricolor.
A situação aconteceu no início deste ano. Após boa passagem por empréstimo pelo Vitória, o volante retornou ao clube da Barra Funda com esperanças de dar a volta por cima, mas se desiludiu ao saber que não fazia parte dos planos da equipe, na época comandada por Luis Zubeldía. O jogador revelou que chegou a implorar pelo treinador por uma oportunidade.
“Caramba, estava tudo tão difícil pra mim… Apesar da esperança que eu tinha de retomar a minha história interrompida no São Paulo, me avisaram que eu não fazia parte dos planos e passei a treinar sozinho, separado do grupo e em horários alternativos, enquanto aguardava uma definição”, disse Luan.
“Mas eu não conseguia dormir. Passava noites em claro achando que nunca mais vestiria a camisa do Tricolor, me perguntando o que fazer com aquele aperto no peito, aquela sensação ruim de ter um trabalho importante pra terminar e não conseguir”, ressaltou.
“Nesses dias de aflição, eu fiz umas coisas meio desesperadas. Eu não estava nada bem. Ligava pro Carlos Belmonte, diretor de futebol, e pedia para pelo menos fazer a pré-temporada. Esperava o Zubeldía nos corredores e implorava por uma oportunidade de treinar com o time”, afirmou.
Luan relatou uma história ocorrida durante o período. Após treinar de tarde no CT da Barra Funda, o jogador foi jantar e, ao pegar sua marmita, viu seu nome e a palavra “jantar”. Ele fotografou a situação, até então não revelada publicamente, que retratou a dor vivida na época.
“Um dia, treinei de tarde e fui jantar. Estava tudo quieto e vazio no refeitório do CT da Barra Funda. Um ou dois funcionários lavavam os pratos e as panelas lá dentro, e o barulho dos meus chinelos se arrastando no piso só aumentava a tristeza. Pensei em sair dali, ir comer fora, mas e se eu me sentisse pior?”, contou.
“Decidi ficar. Fui até a geladeira e peguei a marmita. Dentro dela tinha arroz, feijão, frango, salada e os meus 14 anos de São Paulo. Levantei o celular, pum!, fiz rapidinho a foto e salvei. Não postei nem enviei pra ninguém. Era um particular meu. Uma fotografia que me contava uma história de mil palavras. A história de um moleque cheio de feridas que, depois de muito tempo invisíveis, resolveram inflamar e doer”, complementou.
“Não sei direito por que fiz a foto. Talvez porque, naquele momento, que até hoje guardo a data e o horário, a marmita fosse a única coisa me dizendo: ‘Você existe, Luan. Você existe’ “, finalizou.
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