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·18 giugno 2025
Lucas Ribeiro, o brasileiro que é rei na África do Sul e ameaça Fluminense nos EUA

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O Fluminense enfrentará dois brasileiros quando jogar contra o Sundowns, na última partida da primeira fase da Copa do Mundo de Clubes, em confronto que pode valer a classificação às oitavas. Um deles é o meia Lucas Ribeiro, que é destaque ofensivo do clube sul-africano, e que pouco atuou em seu país natal.
Aos 26 anos, Lucas saiu muito jovem do Brasil e logo foi desbravar o futebol de França e Bélgica. Na temporada 23/24, o ex-mecânico chegou à África do Sul, onde quebrou recordes, assumiu protagonismo no Mamelodi Sundowns e se tornou o maior artilheiro não africano da história do clube.
Nesta terça-feira, Lucas foi destaque mais uma vez na estreia do clube no Mundial, contra o Ulsan Hyundai, com direito a assistência para o gol da vitória. O Tricolor deve ficar atento ao jogador.
Ainda jovem, Lucas Ribeiro integrou as categorias de base do Moto Club após se destacar em partidas do futebol de várzea no Maranhão. Porém, a dificuldade e a desilusão logo bateram na sua porta e a trajetória, que viria a ser alternativa no futebol, quase sequer saiu de seu ponto inicial.
"Foi difícil demais. O que era para ser um sonho, que todo jogador quer, para mim passou longe disso. Eu desisti e voltei para casa, fiquei jogando competições amadoras e arrumei emprego em uma oficina. Nestes torneios o Sampaio Corrêa me viu e me chamou. Graças ao apoio dos meus pais aceitei a oportunidade", disse o jogador, em entrevista ao GLOBO.
As dificuldades permaneceram na nova equipe, mas foi com a ajuda de amigos e parentes que o atleta não desistiu. Depois de passagens na Bolívia Querida e no Pinheiro, do Acre, Lucas foi convidado para integrar a equipe B do Valenciennes. Na temporada seguinte, o na época falso 9 estreou no profissional do clube e balançou as redes pela primeira vez.
Depois de duas temporadas na França, o brasileiro foi jogar na Bélgica. Foram quatro temporadas entre Excelsior Virton, Chaleroi, RWD Molenbeek, Mouscron, Waasland-Beveren e Sportsking Beveren, transitando entre a primeira e a segunda divisão nacional. Por outra desilusão no esporte e saudade de casa, Lucas pediu para respirar novos ares.
E foi aí que surgiu o Mamelodi Sundowns, que ouviu um sincero "não" em sua primeira investida. Foi só depois de uma extensa pesquisa e de uma ligação do treinador da época, Rhulani Mokwena, que o jogador se convenceu. A "relação com o Brasil" e o projeto esportivo do clube foram diferenciais, nas palavras do próprio jogador.
"Cheguei no aeroporto me sentindo no Brasil já, me senti em casa. Aqui as pessoas são excelentes, desde os jogadores, aos fãs e equipe técnica. Não pensava que seria tão bom, foi minha melhor decisão. A competição aqui é dura, tanto a liga nacional quanto a Champions Africana", pontuou o atleta.
Agora próximo aos safáris sul-africanos, Lucas Ribeiro se tornou rei. Na primeira temporada, foram 15 gols e sete assistências em 33 jogos, sendo o artilheiro da equipe. Na seguinte, a atual, ainda mais destaque: 20 tentos anotados e 12 passes para gol nas 47 partidas até aqui. Com 35 gols marcados pelo clube, Lucas é o quinto maior artilheiro e o não africano que mais balançou as redes na história da equipe.
Canhoto e habilidoso, Lucas Ribeiro é um jogador de drible curto. O camisa 10 do Sundowns atua flutuando entre linhas, com espaço na marcação adversária para fazer as jogadas diferenciais. Porém, ele não se restringe a uma posição e cai pelas pontas também, principalmente nos contra-ataques.
Com seu drible curto, Lucas pega a bola na defesa e arranca por meio da marcação adversária para abrir espaço nas criações. Quando não é ele que escapa pelas pontas, o brasileiro aparece como opção pelo meio para finalizar as jogadas. Foi assim que ele marcou a maioria de seus gols na temporada 24/25.
Apesar de também jogar em todas as posições no último terço do campo, o camisa 10 prefere o lado esquerdo quando não desce ao ataque pela faixa central, pelo meio da defesa. E é de praxe: ele corta para fora e bate cruzado, seja rasteiro ou no alto, para balançar as redes.
Rhulani Mokwena, treinador do Sundowns, escala sua equipe de acordo com o estilo de jogo proposto pelo adversário. Apesar de propor a valorização da posse de bola, o ponto forte é os contra-ataques de velocidade, com transições rápidas. E é aí que Lucas Ribeiro pode se tornar um pesadelo para o Fluminense na briga pela segunda posição do Grupo F.
Depois de disputar Liga dos Campeões da África, Europa League, Liga Belga e Superliga Africana, Lucas Ribeiro chega em seu maior desafio: a Copa do Mundo de Clubes, nos Estados Unidos. Tanto para o jogador como para o clube, que disputará um torneio mundial pela segunda vez na história, após fracassar no Mundial de 2017 e terminar na sexta colocação.
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