MundoBola Flamengo
·7 agosto 2025
Nenhum fracasso é impossível quando a burrice e a soberba dão as mãos

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·7 agosto 2025
Duas grandes verdades da vida: nada é tão complicado que alguém não consiga fazer parecer simples e nada é tão simples que a pessoa certa não consiga tornar quase impossível.
Um grande ginasta pode fazer um duplo twist carpado parecer um pulinho, uma grande matemática pode realizar em segundos equações que você não saberia por onde começar, um motorista bem treinado consegue colocar o carro em vagas que te fariam apenas abandonar o veículo e pegar um Uber de volta pra casa.
Da mesma maneira certos jogadores de futebol conseguem fazer um passe de 3 metros parecer uma impossibilidade científica, algumas pessoas são capazes de gastar horas pra explicar ideias simples e numa dada manhã, ao chegar no escritório, você precisou de quase 10 minutos pra encaixar um pen drive no notebook pelo lado certo.
E ainda que não se deva desrespeitar o adversário, que superou de maneira honesta o Flamengo nestas oitavas de final da Copa do Brasil, é preciso reconhecer e mencionar o esforço épico, brutal e histórico que a equipe rubro-negra realizou para alcançar uma impressionante desclassificação, construída em duas partidas, com um festival de erros bisonhos e decisões absurdas.
Se na primeira partida tivemos um verdadeiro open bar de burrice, que culminou na assistência de Léo Pereira para o gol da derrota, a partida desta quarta-feira ofereceu um verdadeiro rodízio do Outback de soberba, que teve como ponto crítico a decisão de colocar um cara de vinte anos, em seu segundo jogo como titular pelo Flamengo, para cobrar um pênalti decisivo.
Não que a partida não tenha começado com boas ideias. Com Cebolinha titular e um ataque com Pedro, Plata e Wallace Yan, o Flamengo começou a partida dominante, surpreendeu o adversário e abriu o placar ainda no primeiro tempo, num belíssimo gol do praticamente ressuscitado atacante ex-Grêmio.
A equipe rubro-negra era superior, o outro time parecia ainda perdido em campo e o time de Filipe Luís estava a apenas um gol de garantir a classificação no tempo normal. Mas aí, como já fez tantas vezes na atual temporada, o Flamengo apenas parou. Começaram as jogadas confusas, os passes esquisitos, as oportunidades desperdiçadas, numa estranha sensação de que o gol poderia sair a qualquer momento, mas esse momento nunca chegava.
A outra equipe voltou a crescer na partida, o jogo foi se tornando equilibrado e aí surgiu aquele momento que, como uma boa briga de casal, é muito divertido de assistir mas terrível se você está envolvido, que é a disputa de pênaltis.
E ali, com uma bela defesa de Rossi mas uma cobrança ruim de Samuel Lino e um balão de Wallace Yan, o Flamengo se despediu da Copa do Brasil. Sem jogar mal, sem passar vergonha, mas cometendo diversos erros capitais que uma equipe desse calibre e com essas aspirações não pode cometer.
A Copa do Brasil não era prioridade? Não era. Mas agora os torneios que eram prioridade vão começar a ser tratados pela torcida como obrigação, e vamos ver se Filipe Luís e os seus comandados vão conseguir compensar, pra nação rubro-negra, o vacilo imenso que foi essa queda no torneio mais bem pago do país.