MundoBola Flamengo
·28 giugno 2025
Para vencer o Bayern, precisamos ir além do cume

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·28 giugno 2025
Em 2014, vestindo vermelho e preto, Thomas Müller pisou no gramado do Mineirão para viver um dos dias mais doloridos da história do futebol brasileiro. Alemanha 7, Brasil 1.
Onze anos depois, Müller entra em campo novamente, mas agora para enfrentar o time que inspirou a camisa campeā mundial no nosso Maracanã — o Flamengo.
Sim, a comparação é impossível de ignorar. Em 2014, o Flamengo vivia apenas o segundo ano da gestão Eduardo Bandeira de Mello. Éramos um clube que respirava aliviado após sair do caos financeiro, mas que ainda vivia de apostas modestas.
Lembro bem de nomes como Elano, Paulinho, Hernane Brocador, Marcelo Cirino, que formavam um elenco até viril,.mas de qualidade ínfima se alor de mercado ínfimo se comparado ao nosso escrete do último quinquênio.
Naquele ano, ganhamos a Copa do Brasil em 2013 com a magia rubro-negra como protagonista, mas demos vexame com a eliminação na Libertadores da daquele 2014 na fase de grupos.
Bayern x Flamengo era apenas coisa de videogame.
Onze anos depois, é realidade.
E se alguém acha pouco, me remeto ao ranking da The Athletic, revista esportiva do New York Times, publicado hoje: entre os 16 clubes classificados às oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, o Flamengo aparece em terceiro lugar. Atrás apenas do Paris Saint-Germain (1º) e do próprio Bayern de Munique (2º).
Um orgulho imenso para quem, por muito tempo, veria uma presença em uma lista como esta como utopia.
Neste domingo,Thomas Müller estará lá, dentro de campo. E agora verá um Flamengo que não é apenas um “grande clube brasileiro”.
Verá um time que foi a três finais de Libertadores em apenas 11 anos e ganhou duas delas (2019 e 2022).
Que voltou a ser campeão brasileiro mais de uma vez. Que se organizou nas finanças, sem SAF ou sem mecenas, investiu pesado em jogadores decisivos, como Arrascaeta, Gabigol, Bruno Henrique, Pedro, Gerson, Pulgar, De La Cruz, entre outros.
Que construiu um CT de primeiro mundo. Que passou a planejar, contratar, vender e gerir como grande.
Mas sejamos realistas: o Bayern continua sendo o Bayern. Desde 2014, o clube bávaro conquistou 9 Bundesligas, 1 Champions League (2020), 4 Copas da Alemanha e 2 Mundiais de Clubes (2013 e 2020). Dominou quase todos os anos até 2023, quando perdeu a Bundesliga para o Bayer Leverkusen, encerrando sua sequência de títulos nacionais.
Além disso, o valor de mercado do elenco alemão ainda está em outro patamar, e basta olhar os números para constatar o abismo.
Mas aqui vai a verdade que ninguém pode negar: o abismo diminuiu. Em 2014, a comparação era piada. Hoje, é dura, mas não impossível.
E é justamente isso que faz essas oitavas em Miami algo tão emocionante. Não é dizer que vamos encarar de igual para igual como se fosse presunção. É dizer que, pela primeira vez, dá para sonhar. Que se antes eram precisos milagres para imaginar o Flamengo batendo de frente com o Bayern, hoje basta competência, organização e aquela pitada de sorte que todo campeão precisa.
Müller, em entrevista após a derrota para o Benfica na fase de grupos, disse que agora começa um “novo campeonato”. E ele está certo. O mata-mata é outro jogo, outro ambiente, outra pressão.
Para o Flamengo, é a chance de mostrar ao mundo o que já é sabido no Brasil: que o Manto pesa, que a camisa rubro-negra tem alma e que a torcida canta como nenhuma outra, em um Hard Rock Stadium que terá um calor veranil bem carioca e de maioria rubro-negra nas arquibancadas.
Que esse jogo contra o Bayern seja, para nós, mais do que um desafio: seja um símbolo de tudo o que o Flamengo se tornou. Um clube que saiu da penúria, que apostou em uma gestão mais racional nas finanças, que não esqueceu suas raízes, que ousou sonhar alto.
Para vencer o Bayern, será preciso ousar mais, e agora dentro de campo.
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