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·16 dicembre 2025

Preso, desembargador pediu ingressos para jogo do Flamengo a deputado

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Um pedido de ingressos para um jogo do Flamengo acabou ganhando destaque em uma investigação da Polícia Federal que apura o suposto vazamento de informações sigilosas e a prática de obstrução de justiça. A informação foi confirmada pelo jornalista Eduardo Gonçalves, do O Globo.

A investigação envolve o desembargador Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), e o deputado estadual Rodrigo Bacellar (União), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).


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De acordo com a PF, as mensagens interceptadas entre o magistrado e o parlamentar evidenciam uma relação de “estreita amizade”, considerada relevante para o avanço das investigações.

Em uma das conversas, Macário pede a Bacellar ingressos para a partida entre Flamengo e Ceará, disputada em novembro pelo Campeonato Brasileiro. O desembargador explica que os bilhetes seriam destinados ao irmão e ao sobrinho, descritos como “flamenguistas doentes”.

A resposta de Bacellar chamou a atenção dos investigadores. O deputado afirmou que faria o possível para atender ao pedido: “Nem que eu arrebente o portão darei um jeito”, escreveu. Em seguida, tentou tranquilizar o magistrado, dizendo para ele ficar despreocupado e reforçando que não iria ao estádio, pois prefere assistir aos jogos de casa.

Segundo relatório da Polícia Federal, a troca de mensagens vai além de um simples pedido de ingresso. O material destaca declarações efusivas de carinho, confiança e lealdade entre os dois, como “te amo”, “sou teu fã” e “irmão de vida”, o que, para a PF e para o Supremo Tribunal Federal, indica um vínculo pessoal capaz de sustentar a suspeita de alinhamento para blindar aliados e interferir em investigações.

Macário Júdice Neto e Rodrigo Bacellar são investigados por supostamente vazar informações sigilosas de um inquérito que apura a atuação do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, preso sob suspeita de usar o mandato para favorecer o Comando Vermelho. O caso tramitava no TRF2, sob relatoria de Macário, até ser remetido ao STF.

Com base nas apurações, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do desembargador.

Bacellar, por sua vez, foi preso no início de dezembro dentro da superintendência da PF no Rio, teve R$ 90 mil apreendidos em seu carro, mas acabou solto após decisão da Alerj e, posteriormente, do próprio STF. Ele passou a cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, afastamento da presidência da Assembleia, recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com outros investigados, entrega de passaportes e suspensão do porte de arma.

Em nota, a defesa de Macário Júdice Neto afirmou que o ministro Alexandre de Moraes foi “induzido a erro” ao decretar a prisão preventiva e alegou que não teve acesso integral à decisão, o que teria prejudicado o direito à ampla defesa. Os advogados informaram que irão apresentar esclarecimentos no processo e pedir a soltura imediata do desembargador.

Para a Polícia Federal, porém, o conjunto de mensagen, que inclui desde declarações de afeto até o pedido de ingressos para um jogo do Flamengo, reforça a tese de uma relação pessoal intensa, utilizada como base para a troca de favores e para a suposta tentativa de obstruir investigações sensíveis envolvendo agentes públicos e o crime organizado.

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