Esporte News Mundo
·24 novembre 2025
Real Madrid SAF? Entenda plano do clube para venda inédita de participação

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·24 novembre 2025

O Real Madrid deu neste domingo (23) um passo decisivo rumo à maior transformação estrutural de seus 122 anos de história.
Em apresentação durante a assembleia anual realizada em Valdebebas, o presidente Florentino Pérez detalhou um plano que permitirá, pela primeira vez, a entrada de investimento externo no clube, algo jamais cogitado desde sua fundação, em 1902.
A ideia central é a criação de uma empresa subsidiária, na qual seria alocada uma participação minoritária estimada em 5%, destinada a um investidor externo. Mesmo com a novidade, Pérez assegurou que o controle continuará integralmente nas mãos dos quase 100 mil sócios, que seguirão elegendo o presidente e decidindo mudanças estatutárias.
Pérez explicou que, ao longo do último ano, a diretoria estudou diferentes mecanismos para fortalecer financeiramente o clube sem romper com o modelo associativo. Segundo o presidente, a entrada de um investidor serviria para “identificar com clareza o valor real do Real Madrid”, em um momento marcado pelo crescimento exponencial do financiamento esportivo e pela presença cada vez maior de fundos de investimento no futebol.
O mandatário descartou de forma categórica a possibilidade de abrir capital na bolsa, defendendo que o novo formato é a maneira mais “transparente e convincente” de mensurar o valor da instituição sem abrir mão da tradição. “O investidor terá dividendos, mas não terá direito a voto”, afirmou.
O projeto avança em paralelo à proposta, já discutida desde 2024, de converter os sócios em acionistas. A intenção é transformar cada sócio em detentor de uma ação com valor monetário e transmissível apenas a descendentes diretos, num mecanismo ainda em elaboração, mas considerado por Pérez como um caminho para torná-los “os verdadeiros donos do clube”.
Para que a mudança avance, o Real Madrid convocará uma assembleia extraordinária com aproximadamente 2 mil sócios compromissários. Se aprovada, a proposta seguirá para um referendo com todos os sócios com mais de 18 anos. Somente após essa etapa o clube poderá formalizar o novo modelo.
Durante sua intervenção, Pérez repetiu críticas a personagens que considera adversários, como o presidente da LaLiga, Javier Tebas, além da Uefa, árbitros espanhóis e o Barcelona. Ele alegou que algumas dessas instituições agem para limitar receitas do Real Madrid e disse que a mudança estrutural também busca proteger o clube de pressões externas.
A movimentação ocorre em meio a um “boom” global de investimentos esportivos. Na Espanha, o Atlético de Madrid vendeu recentemente participação majoritária ao fundo Apollo, em um negócio avaliado em € 2,2 bilhões. Antes disso, a CVC Capital Partners firmou acordo com a LaLiga em troca de participação em receitas de transmissão, modelo rejeitado por Real Madrid e Barcelona.
Apesar de seu tamanho global, líder absoluto em títulos da Champions League, com 15 conquistas, o clube madrilenho opera como organização sem fins lucrativos, assim como o Barcelona. Isso impede a venda de fatias do clube e mantém todas as decisões nas mãos dos sócios.
Pérez ressaltou que a mudança não pretende alterar essa lógica, mas sim adaptá-la ao novo cenário econômico. Ele garantiu que não aportará capital próprio, e jamais o fez, reforçando que toda a operação será sustentada por receitas geradas pelo próprio Real Madrid.
Os detalhes finais do projeto serão apresentados na assembleia extraordinária, ainda sem data marcada. Pérez afirmou que pretende “evitar especulações”, em referência a informações veiculadas pela imprensa europeia nos últimos meses.









































