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·17 maggio 2025
Rui Borges: «Puseram em causa muita coisa e o grupo manteve-se unido»

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·17 maggio 2025
O Sporting sagrou-se campeão nacional, este sábado, com um triunfo por 2-0 frente ao Vitória SC. No final da partida, Rui Borges dirigiu-se aos microfones da SportTv e analisou o confronto.
O técnico leonino abordou a conquista do campeonato, falou sobre as adversidades que o Sporting enfrentou durante toda a temporada e apontou à conquista da Taça de Portugal, diante do Benfica, para completar a dobradinha.
Sentimento de ser campeão: «É indescritível. Eu disse, desde o dia em que cheguei aqui, após perder a Taça da Liga, o caminho da equipa técnico tem sido feito com muita crença, com base no acreditar sempre. É o culminar de um grande trabalho, de um grande grupo e de um grande staff.»
«Desde a malta da relva, até à malta da cantina... Foi um acreditar enorme e este grupo merece. Merecia muito porque acreditou sempre, mesmo perante todas as dificuldades. Puseram em causa muita coisa, por muitas vezes, e o grupo manteve-se unido, coeso, e o acreditar deste grupo só podia acabar assim.»
Título era o que idealizava desde a chegada ao clube?: «Claramente, desde o primeiro dia. Acreditei muito porque era o concretizar de um sonho. Chegámos [equipa técnica] aqui pelo trabalho, pela capacidade de resiliência, pela competência. Era uma equipa técnica completamente desconhecida, não fui um grande jogador, não estudei, sou apenas o Rui Borges e comecei lá atrás.»
«Deram-me as oportunidades pelo meu trabalho, pela nossa competência, e chegámos aqui com todo o mérito. Agora, é levantar a cabeça e seguir porque ainda há mais um troféu para disputar. É um mix de emoções, mas não poderia estar mais feliz do que o que estou. A felicidade deles [jogadores] é o que me deixa feliz.»
De Mirandela para o topo do futebol português: «Nem sei bem o que lhe dizer. A vida foi sempre me dizendo que temos de viver e ser felizes no nosso dia-a-dia. Nunca olhámos para nada, para o dinheiro, para aquilo que o futebol nos dá. Somos uns sortudos nesse aspeto.»
«É a felicidade de fazermos o que mais gostamos, olhar e querer deixar um beijo aos meus pais, à minha mulher, ao meu filho e a toda a minha família. O meu maior desejo era que eles [pais de Rui Borges], em algum momento, se sentissem orgulhosos do filho. Acho que se sentem, devem estar a sofrer muito, a chorar muito lá em casa.»
«Infelizmente não tenho os meus pais aqui no estádio. O maior troféu que eu posso ter é o reconhecimento dos meus, das pessoas de Mirandela que têm sido inacreditáveis, tal como este grupo. Pessoas de outros clubes a querer torcer por alguém que é da terra. Esse é o maior troféu que eu posso ter.»
«Sou apenas o Rui Borges de Mirandela, com todos os defeitos, com todas as virtudes que possa ter. Um rapaz que acreditou num sonho e foi trilhando o seu caminho, com todo o mérito, com toda a competência, e acima de tudo com muito trabalho.»
Época difícil e com três técnicos: «Difícil é sempre, seja em que aspeto for. As pedras fazem parte do caminho, como eu disse várias vezes em conferências, e temos de saber lutar por elas. Quero deixar aqui um abraço ao Ruben [Amorim] e ao João [Pereira], que fazem parte deste momento, desta vitória e parte deste campeonato, porque tiveram aqui e fizeram por isso.»
«São merecedores de um reconhecimento também. Jamais olharia para a oportunidade que me estavam a dar a pensar que iria ter problemas, que não iria conseguir... Olhei para ela com a maior felicidade do mundo, era um sonho que surgia, o culminar de um trabalho desde baixo. A maior felicidade que eu tenho é treinar o Sporting.»
«Jamais algum problema iria travar o nosso desejo. É difícil travar quem nasceu para vencer. E não falo de troféus, mas sim vencer na vida. Na vida eu venci, venço e vou vencendo todos os dias.»
Apontar à dobradinha?: «Agora é desfrutar deste título, depois pensamos no jogo da Taça. Temos de desfrutar porque merecemos. Aproveitar esta felicidade e alegria que bem merecemos.»