
Saudações Tricolores.com
·2 giugno 2025
WASHINGTON DE ASSIS: O sonho que nasceu em Laranjeiras vai conquistar o mundo

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Imaginem, meus caros, se pudéssemos invocar os espíritos daqueles homens de 1902 – Oscar Cox e seus companheiros de sonho. Aqueles que, nas redondezas das Laranjeiras, assinaram a ata da fundação de um clube que mudou o curso da história. Fico me perguntando se ali, naquele exato momento, teriam eles a consciência de que assinariam um pacto com a eternidade. Teimo em dizer que sim, que era evidente. Afinal, tanto Sobrenatural de Almeida quanto Gravatinha estiveram presentes e testemunharam o nascimento da maior ideia do mundo. E sigo questionando, mas agora pensando no que diriam esses fantasmas elegantes, de bigodes rebuscados e sonhos britânicos, se vissem hoje o que se tornou aquela ideia de berço inglês e alma brasileira.
Porque o Fluminense, meus amigos, não é apenas um clube – nunca foi apenas. É uma obsessão coletiva, um vírus incurável que se transmite de pai para filho, de geração em geração, como uma maldição bendita, uma “bendição”. Somos Fluminense – não “fluminensistas”, não “Flumeismo” ou qualquer outra alcunha. Somos, tipo assim mesmo, o verbo ser em sua forma mais pura e definitiva, somos o substantivo na sua essência e o adjetivo na alma. Somos FLUMINENSE. E o Fluminense somos nós, numa simbiose que desafia a lógica, abraça o absurdo e anda de mãos dadas com o inexplicável, com o sagrado, com a eternidade, com o sublime e com a transcendência.
Oscar Cox, inglês, jovem, visionário, certa vez trouxe uma bola na bagagem e uma revolução no coração. Fundou a razão de ser de milhões. Porém, não imaginava que sua criatura um dia tocaria o fundo do poço. Ah, que fundo do poço! Houve momentos em que parecíamos Sísifo tricolor, condenados a carregar a pedra da desesperança montanha acima, só para vê-la rolar novamente abismo abaixo. Para quem não se recorda: na mitologia grega, Sísifo fora condenado pelos deuses a empurrar uma pedra montanha acima por toda a eternidade, apenas para vê-la rolar de volta sempre que se aproximava do topo. É o símbolo do esforço incessante, da luta sem fim. Isso te faz recordar de algo?
E agora, depois de tanto sofrimento, de tanta politicagem baixa, de tanto tiro pelas costas, eis que embarcaremos para o Mundial. Não com o melhor elenco do mundo – sequer do Brasil, talvez. Mas com algo que o dinheiro não compra: alma lavada, consciência limpa e o coração em estado de graça.
Renato Portaluppi, esse gaúcho amalucado que entende de futebol como os antigos entendiam de poesia, tem em suas mãos não craques milionários, mas soldados de uma causa. Representar o Fluminense numa arena onde os gigantes europeus acreditam ter o monopólio da grandeza, não é tarefa para qualquer um. Permitam-me, recorrerei à mitologia novamente para evocar Hércules, o filho de Zeus, que teve 12 trabalhos. O Flu terá, se for até a final, sete. Quem sabe?
Os fantasmas de 1902 sorririam, tenho certeza. Porque reconheceriam nesta jornada ao Mundial a mesma audácia daqueles rapazes que, num Rio de Janeiro de lampiões e bondes, ousaram sonhar com um clube eterno. Reconheceriam a mesma coragem daqueles que, sem saber, estavam plantando uma semente que germinaria uma paixão.
Sim, nem tudo foi louvável, houve traições. Ainda hoje percebemos momentos em que próprios filhos, ou aqueles que assim se travestem, vendendo sua alma por cliques e engajamentos, prostituindo-se nas redes sociais em troca de alguns likes miseráveis. Mas isso só torna nossa caminhada mais épica, mais dramática, mais… tricolor.
Somos uma bandeira que não admite mentiras numa era de mentiras profissionais e intencionais. Somos uma camisa que veste de forma orgulhosa, mesmo quando o vento advindo da loucura da internet sopra contrário. Aliás, somos A CAMISA.
E lá vamos nós para o Mundial. Carregando o peso delicioso da história. Oscar Cox e seus companheiros de sonho estarão conosco nos gramados americanos, sussurrando no ouvido de cada jogador que eles não representam apenas um clube, mas uma forma de ser, uma maneira de amar, representam o Fluminense.
O protagonismo na história do futebol mundial sempre foi nosso. Sem desmerecer aos nossos companheiros de história, que estão ao nosso lado na primeira prateleira do futebol, nós somos Fluminense. Nunca nos curvamos, jamais o faremos, nunca nos corrompemos, jamais o faremos, nunca deixaremos de sonhar! Sempre perpetuaremos o sonhos desses visionários lá de cima ( do texto e da Terra).
Os tricolores de 1902 podem descansar em paz – no entanto, que continuem, conforme nosso Nelson, frequentando os jogos. Seus filhos, todos nós, estarão cumprindo o o sagrado dever que eles, numa tarde distante, criavam aquilo que talvez nem soubessem que estavam criando: a mais bela, dolorosa e sublime das paixões.
ST
Washington de Assis