Trétis
·23 de dezembro de 2025
24 anos da conquista do Brasil: o Athletico que deixou de ser promessa e virou campeão

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O Campeonato Brasileiro de 2001 exigiu mais do que talento. Foram 28 clubes, turno único na primeira fase e um calendário pesado, com viagens constantes e pouco espaço para erros. Apenas os oito melhores avançariam ao mata-mata, o que transformou cada rodada em uma decisão antecipada.
Nesse cenário de equilíbrio e desgaste, o Athletico Paranaense construiu algo raro: uma campanha consistente do início ao fim. Sem oscilações bruscas, o Furacão se manteve firme na parte de cima da tabela e passou a ser visto, rodada após rodada, como um candidato real ao título.
Desde as primeiras rodadas, o Athletico mostrou personalidade. A equipe se destacou pela intensidade, pela força na Arena da Baixada e pela capacidade de competir fora de casa. Não era um time que dependia apenas de jogos em Curitiba: sabia sofrer, controlar partidas e ser eficiente nos momentos certos.
A campanha sólida levou o clube à segunda colocação geral ao fim da primeira fase, atrás apenas do São Caetano. A posição confirmou a maturidade do elenco e garantiu confiança total para o mata-mata.
Se a regularidade foi o alicerce, o ataque foi a grande arma. O Athletico terminou o campeonato com um dos ataques mais eficientes da competição, sustentado por uma dupla que entraria para a história do clube: Alex Mineiro e Kléber Pereira.
Os gols não vinham apenas em jogos fáceis. Vinham em partidas grandes, momentos decisivos e confrontos diretos, transformando o Furacão em um adversário temido na reta final do campeonato.
À frente desse grupo estava Geninho, treinador experiente, que soube dar equilíbrio ao time no momento mais delicado da temporada. Seu Athletico era organizado defensivamente, mas nunca passivo. Sabia atacar com velocidade, pressionar quando necessário e administrar vantagens com inteligência.
Geninho construiu um time competitivo, pragmático quando precisava e agressivo quando o jogo pedia. Foi essa leitura precisa dos momentos que fez diferença no mata-mata.
Nas quartas de final, o Athletico encarou o São Paulo em um confronto pesado, de alto nível técnico e emocional. Sem se intimidar, o Furacão mostrou maturidade, eficiência e controle emocional. A vitória confirmou que o clube estava pronto para ir além e disputar o título de igual para igual com qualquer gigante do país.
A semifinal contra o Fluminense entrou definitivamente para a memória do torcedor. Em um jogo aberto, intenso e decidido nos detalhes, o rubro-negro venceu por 3 a 2. O gol decisivo nos minutos finais levou a Arena da Baixada ao delírio e colocou o clube, pela primeira vez, em uma final de Campeonato Brasileiro.
Ali, o Furacão deixava de ser surpresa. Tornava-se protagonista.
O adversário da decisão era o São Caetano, líder da fase classificatória e uma das grandes histórias do futebol brasileiro naquele ano. No jogo de ida, na Arena da Baixada, o Athletico foi avassalador. A vitória por 4 a 2 foi construída com autoridade e teve Alex Mineiro como protagonista absoluto, marcando três gols e deixando sua assinatura na decisão.

Foto: Revista do Athletico Paranaense/Acervo histórico
Se o título de 2001 tivesse um símbolo, ele atenderia pelo nome de Alex Mineiro. Decisivo, frio e extremamente eficiente, o atacante foi o grande nome da campanha. Marcou gols nas fases finais, foi determinante na semifinal e simplesmente brilhou na decisão.
No jogo de volta, fora de casa, em um estádio lotado e sob enorme pressão, foi novamente Alex Mineiro quem apareceu. O gol marcado no segundo tempo garantiu a vitória por 1 a 0, selou o título brasileiro e eternizou seu nome como um dos maiores ídolos da história do Athletico Paranaense.
No Estádio Anacleto Campanella, o Athletico mostrou tudo o que construiu ao longo do campeonato. Time compacto, seguro, competitivo e confiante. A vitória fora de casa confirmou que o título não foi fruto de um jogo isolado, mas de uma campanha sólida, planejada e merecida.
No dia 23 de dezembro de 2001, o Furacão se tornava campeão brasileiro pela primeira vez e o primeiro campeão nacional do século XXI.
Antes da taça, houve estrada. Longa, desgastante e cheia de testes. O título brasileiro de 2001 não nasceu em dezembro, mas foi sendo construído rodada após rodada, desde o início do campeonato. Em um torneio extenso, com 28 clubes e margem mínima para erros, o Athletico transformou regularidade em força e decisão em identidade. A linha do tempo abaixo ajuda a entender como o Furacão chegou à final já maduro e por que o título foi consequência, não acaso.
Encerrada a fase classificatória, o Athletico terminou na segunda colocação geral e garantiu vaga no mata-mata.
A conquista do Campeonato Brasileiro de 2001 redefiniu o Athletico Paranaense. O clube ganhou respeito nacional, elevou seu patamar esportivo e consolidou uma mentalidade vencedora que marcaria os anos seguintes.
Vinte e quatro anos depois, o título segue vivo na memória rubro-negra. Não apenas pelo troféu, mas pela trajetória, pelos personagens e pela certeza de que, naquele ano, o Brasil conheceu um Athletico forte, competitivo e campeão.









































