
Calciopédia
·23 de setembro de 2025
4ª rodada: mesmo no sufoco, o Napoli continuou 100% e se isolou na liderança da Serie A

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·23 de setembro de 2025
A 4ª rodada da Serie A entregou exatamente o que dela se esperava: drama, rivalidade e uma tabela que começa a tomar forma. No alto, o Napoli mostrou força, mas também fragilidade, ao vencer o Pisa com sofrimento e se manter como o único time com 100% de aproveitamento. A equipe de Antonio Conte já lidera isolada, dois pontos à frente da Juventus, que tropeçou diante do Verona e perdeu a chance de dividir a ponta.
No Olímpico, o Derby della Capitale deu a tônica do fim de semana. A Roma levou a melhor sobre a Lazio com gol de Pellegrini e mergulhou a rival em crise, deixando os biancocelesti com três derrotas em quatro jogos. O clássico não só acirrou ânimos na Cidade Eterna, como também consolidou os giallorossi na parte de cima da tabela, empatados em pontos com o Milan, que passou sem dificuldades pela até então invicta Udinese.
Se em Roma houve tensão, em Milão a ordem foi recuperação. Como dito acima, o Milan, mesmo sem o suspenso Massimiliano Allegri no banco, mostrou maturidade ao vencer fora de casa e se colocar como um dos principais perseguidores do Napoli antes do duelo direto da próxima rodada. Já a Inter venceu o Sassuolo, embora tenha sofrido além da conta para segurar os três pontos em San Siro. Cristian Chivu ainda tenta encontrar equilíbrio no comando, mas o triunfo serviu como respiro depois de semanas complicadas.
Nos outros campos, histórias de resistência e decepção. A Atalanta atropelou o Torino em pleno Olímpico de Turim, com Krstovic roubando a cena, enquanto o Bologna virou no apagar das luzes contra o Genoa em uma partida eletrizante. Já a Fiorentina voltou a decepcionar diante do Como e começa a dar sinais preocupantes, estacionada na zona de risco junto a Parma, Pisa e Lecce, todos com rendimento muito abaixo do esperado.
Com quatro rodadas disputadas, a Serie A vai desenhando seus blocos: Napoli isolado no topo; Juventus, Milan e Roma na cola; Atalanta e Cremonese como surpresas no G6; e, na outra ponta, dois campeões históricos – Fiorentina e Genoa – ainda sem vitórias, tentando evitar que a temporada vire um pesadelo cedo demais. Confira tudo isso no resumo da jornada.
Gols e assistências: Gilmour (Spinazzola), Spinazzola (Lobotka) e Lucca (McTominay); Nzola (pênalti) e Lorran (Angori) Tops: Spinazzola e Lucca (Napoli) Flops: Semper e Mateus Lusuardi (Pisa)
O Napoli sofreu mais do que imaginava para superar o Pisa no Diego Armando Maradona. O atual campeão não conseguiu impor seu ritmo durante boa parte da noite e levou calor do caçula, mas ainda assim garantiu os três pontos. O triunfo por 3 a 2 manteve o time de Antonio Conte como o único com 100% de aproveitamento após quatro rodadas e, claro, como líder isolado do campeonato.
O primeiro tempo foi marcado pela dificuldade dos napolitanos em furar o bloqueio rival. Sem Lobotka e Anguissa, a construção ficou engessada, e quem brilhou foi Gilmour, substituto do eslovaco, que abriu o placar após completar cruzamento de Spinazzola. Do outro lado, Alberto Gilardino armou um Pisa competitivo, que apostava em transições rápidas e não se intimidava. Meret precisou trabalhar para evitar o empate ainda antes do intervalo. A arbitragem de Valerio Crezzini, com auxílio do VAR Paolo Silvio Mazzoleni, acabou também anulando um pênalti de De Bruyne sobre Léris – entenderam como faltoso o toque da bola no braço de apoio do argelino, antes do calço do belga.
Na etapa final, o roteiro mudou. Um discutível pênalti cometido por Beukema deu a chance a Nzola, que converteu e deixou tudo igual. O Napoli respondeu com Spinazzola, que arriscou de fora da área e, contando com a cumplicidade de Semper, marcou o segundo. Pouco depois, a novidade Lucca entrou em cena: o atacante, bastante questionado no início da temporada, saiu do banco e balançou as redes, fazendo valer a lei do ex e ampliando a vantagem.
O Pisa, porém, não desistiu. Lorran descontou no fim e transformou os minutos finais em drama. No lance do gol, Di Lorenzo se complicou com um erro na saída de bola, e o coração do torcedor napolitano foi colocado à prova até o apito final. Ao fim, vitória sofrida, mas que mantém o Napoli com quatro vitórias em quatro jogos e com moral para o confronto direto com o Milan na próxima rodada.
Gol e assistência: Pellegrini (Soulé) Tops: Pellegrini e Rensch (Roma) Flops: Dia e Nuno Tavares (Lazio)
A Roma levou a melhor no Derby della Capitale e venceu a Lazio por 1 a 0, em duelo decidido pelo retorno triunfal de Lorenzo Pellegrini. Após mais de quatro meses afastado e da perda da braçadeira de capitão, o ex-líder giallorosso, torcedor fanático da equipe que defende, voltou ao onze inicial de forma surpreendente e marcou o gol que selou o clássico, logo no primeiro tempo. O erro grave de Nuno Tavares, que perdeu a bola na saída de jogo, abriu caminho para a pressão alta do time de Gian Piero Gasperini e resultou no tento decisivo. Enquanto isso, os biancocelesti acumulam três derrotas nas quatro primeiras rodadas e vivem um início de temporada preocupante.
O começo do confronto foi travado, marcado por muitas faltas e pouca fluidez. Maurizio Sarri tentou controlar os espaços, evitando que a Roma encontrasse profundidade, mas viu seu time perder logo cedo Dele-Bashiru por lesão. Mesmo assim, as primeiras oportunidades saíram dos pés laziali, com finalizações de Pedro, Tavares e Zaccagni. No entanto, bastou uma falha para tudo mudar: Rensch recuperou a bola na cochilada de Nuno Tavares, acionou Soulé, que encontrou Pellegrini em posição perfeita para abrir o placar. A comemoração emocionada do meio-campista mostrou o peso do momento para ele e para o grupo de Gasperini.
Na segunda etapa, a Lazio tentou reagir com as entradas de Cataldi e Luca Pellegrini, mas faltou precisão. Dia desperdiçou chance clara ao chutar por cima da meta, diante de Svilar, enquanto Castellanos, acionado no ataque, deu novo fôlego e quase empatou com um chute colocado que passou rente à trave. A Roma, por sua vez, recuou e perdeu intensidade, mas resistiu bem graças ao bloqueio defensivo e às intervenções seguras de sua retaguarda.
O desfecho ainda reservou drama típico de dérbi. Belahyane foi expulso após falta dura, somando seu segundo cartão vermelho em apenas nove aparições pela Lazio, e, nos acréscimos, Cataldi acertou a trave em lance que poderia ter mudado a história do jogo. Ao apito final, Guendouzi também foi avermelhado por reclamação, aumentando o nervosismo biancoceleste. A festa ficou mesmo com a Curva Sud, que celebrou um triunfo carregado de simbolismo.
Pellegrini chegou a ver a porta da rua, perdeu a capitania, mas começou o Derby della Capitale de maneira inesperada e o decidiu a favor da Roma (Ansa)
Gols e assistências: Pulisic, Fofana (Pulisic) e Pulisic (Rabiot) Tops: Pulisic e Rabiot (Milan) Flops: Kristensen e Karlström (Udinese)
O Milan não tomou conhecimento da até então invicta Udinese e construiu uma vitória categórica fora de casa, vencendo por 3 a 0 e confirmando a boa fase no campeonato. A equipe de Max Allegri, mesmo com o treinador suspenso e assistindo ao jogo da tribuna, mostrou solidez defensiva e eficiência ofensiva, mantendo pela terceira vez consecutiva a meta intacta. Pulisic foi o grande nome da noite, terminando-a como autor de dois gols. Ao lado de Rabiot, novidade do mercado rossonero.
O primeiro tempo teve intensidade alta, com o Diavolo mais organizado e seguro. Estupiñán apareceu como surpresa positiva ao cruzar a bola que iniciou a jogada do gol inaugural. Após desvio de Kristensen e defesa parcial de Sava, Pulisic aproveitou o rebote e abriu o placar. Enquanto o Milan impunha ritmo, a Udinese pouco conseguia responder. Giménez chegou a desperdiçar uma grande chance, mas a defesa visitante manteve o controle e permitiu pouquíssimos espaços.
Logo no início da etapa final, a partida se encaminhou para definição numa bobagem de Karlström. O sueco foi sair jogando e esqueceu de olhar para trás, onde Pulisic estava para desarmá-lo. O norte-americano foi derrubado na área, mas a bola sobrou limpa para Fofana, que não perdoou e ampliou o marcador com chute firme no canto do goleiro. Pouco depois, em mais uma jogada bem construída, Rabiot deu assistência precisa para o estadunidense, que anotou o terceiro e praticamente decretou o desfecho. A Udinese tentou reagir com substituições, mas já era tarde.
No fim, os visitantes ainda tiveram chances para aumentar o placar com Nkunku e Saelemaekers, mas a vitória já estava consolidada. O 3 a 0 coloca o Milan entre os quatro primeiros da Serie A, sinal claro de que Allegri conseguiu dar consistência a uma equipe que cresce rodada após rodada. O teste de fogo virá nas rodadas seguintes, já que Napoli e Juventus serão os adversários do time de Milão. Do outro lado, os friulanos amargaram a primeira derrota no torneio, prova de que ainda precisam encontrar regularidade contra adversários de peso.
Gols: Orban (pênalti); Conceição Tops: Belghali (Verona) e Conceição (Juventus) Flops: Akpa Akpro (Verona) e João Mário (Juventus)
A Juventus perdeu a chance de manter os 100% de aproveitamento na Serie A ao empatar em 1 a 1 contra o Verona, no Marcantonio Bentegodi. Depois de um início promissor, com Conceição abrindo o placar logo aos 19 minutos, os bianconeri não conseguiram manter a consistência e viram os donos da casa crescerem na partida. A igualdade veio ainda no primeiro tempo, em cobrança de pênalti convertida por Orban, após toque de mão de João Mário.
Na etapa complementar, o time de Igor Tudor até ensaiou reação com mais presença ofensiva, mas encontrou dificuldades na criação. O Verona, por sua vez, aproveitava cada vacilo defensivo da Juve para ameaçar e chegou a balançar as redes com Serdar, mas o gol foi anulado por impedimento. Faltou intensidade aos visitantes, que demonstraram certo desgaste físico após o duelo europeu da semana anterior.
O empate, apesar de manter a invencibilidade, tem sabor amargo para a Juventus, que viu escapar a liderança, até então dividida com o Napoli. Para o Verona, o ponto conquistado reforça a confiança em buscar estabilidade após um início de temporada irregular, mas ainda insuficiente para transformar boas atuações em vitórias. O Hellas ainda não ganhou e somou três empates.
O jogo também foi marcado por tensão e excesso de nervosismo. Gatti, constantemente provocado, travou duelos ásperos com Orban, enquanto Vlahovic pouco conseguiu produzir no ataque. Mesmo com as tentativas de Tudor em mudar o panorama com substituições ofensivas, a equipe terminou a partida presa no bloqueio dos gialloblù, que se mostraram disciplinados e competitivos até o apito final.
A atuação do juiz Antonio Rapuano foi duramente criticada e acabou gerando consequências imediatas. O árbitro de campo e o VAR Gianluca Aureliano foram afastados da Serie A e escalados para jogos da segundona após erros considerados graves, como a não expulsão de Orban por um golpe com o braço em Gatti e o pênalti assinalado por toque de mão de João Mário. A direção da AIA entendeu que a condução da partida não esteve à altura.
Mais uma vez decisivo, Pulisic foi o grande destaque da importante vitória do Milan sobre a Udinese (Getty)
Gols e assistências: Dimarco (Sucic) e Muharemovic (contra); Cheddira (Berardi) Tops: Carlos Augusto e Dimarco (Inter) Flops: Muharemovic e Laurienté (Sassuolo)
A Inter reencontrou o caminho das vitórias na Serie A ao bater o Sassuolo por 2 a 1 em San Siro, mas poderia ter construído um placar mais tranquilo. O time de Cristian Chivu foi dominante na maior parte do duelo, criando chances em sequência, mas esbarrou na própria falta de precisão e nas defesas de Muric. Dimarco abriu o placar em jogada bem articulada, recebendo de Sucic após recuperação de Pio Esposito, garoto que teve atenção especial de todos in loco.
O domínio nerazzurro seguiu com volume ofensivo alto. Thuram desperdiçou boa oportunidade, Esposito quase marcou em uma bicicleta e Dumfries também parou no goleiro adversário. Apesar disso, a vantagem mínima deixava o confronto em aberto, enquanto o Sassuolo, mesmo acuado, tentava reagir em contra-ataques puxados por Berardi e Pinamonti. Era o tipo de cenário perigoso, em que qualquer descuido poderia custar caro.
O segundo gol saiu já na etapa final, fruto de insistência de Carlos Augusto, que arriscou chute desviado para as redes pelo zagueiro Muharemovic, ampliando o marcador – já no primeiro tempo, o brasileiro havia parado numa defesaça de Muric após sair costurando a zaga rival. O que parecia encaminhar uma vitória serena virou tensão segundos depois, quando Cheddira invadiu a área interista e descontou, aproveitando assistência do carrasco Berardi. O nervosismo tomou conta da arquibancada, sobretudo quando o VAR anulou o que seria o terceiro tento, anotado por Frattesi, deixando a partida em suspense até o apito final.
Nos instantes derradeiros, o goleiro Martínez salvou o resultado com defesa providencial diante de Berardi, garantindo o triunfo sobre um time que, habitualmente, se comporta como pedra no sapato dos nerazzurri. O 2 a 1 não refletiu a superioridade da Inter, que poderia ter resolvido a partida antes, mas valeu pela recuperação na tabela e pelo respiro depois de tropeços recentes.
Gols e assistências: Mandragora; Kempf (Paz) e Addai (Paz) Tops: Paz e Addai (Como) Flops: Pongracic e De Gea (Fiorentina)
A Fiorentina vive um início de Serie A de arrepiar os nervos do torcedor. Diante do Como, no Artemio Franchi, até parecia que a história seria diferente quando Mandragora abriu o placar logo aos 6 minutos, aproveitando o rebote de sua própria cobrança de falta. A equipe de Stefano Pioli mostrou energia inicial, teve chances para ampliar, não as aproveitou e chegou ao intervalo com a vantagem mínima. O clima, porém, era de desconfiança, já que o time vinha de atuações inconsistentes e não mostrava segurança defensiva.
Na volta do intervalo, o cenário virou. Cesc Fàbregas mexeu bem, colocou sangue novo e o Como cresceu no jogo. Com intensidade e organização, os visitantes empurraram a Viola para trás. Aos 65 minutos, Kempf apareceu de cabeça, após falta cobrada por Paz, e empatou a partida. O gol escancarou as fragilidades da Fiorentina, que não conseguia mais conectar o meio-campo ao ataque.
O segundo tempo se transformou em um pesadelo para o time da casa. O Como dominava as ações e rondava a área de De Gea com frequência. Fàbregas acertou nas trocas: Addai e Douvikas deram mais fôlego ofensivo, enquanto Rodríguez inflamava a transição. A Viola, sem respostas, apostava em substituições que pouco alteraram o rumo da partida, deixando claro o tamanho da crise técnica e mental que a equipe atravessa.
O golpe final veio nos acréscimos, quando Addai recebeu um passe longo de Paz, encarou a mole marcação de Pongracic e finalizou no canto do goleiro espanhol. Era o 2 a 1 que silenciava o Franchi e selava a virada. A Fiorentina saiu de campo vaiada, com apenas dois pontos em quatro rodadas e um futuro preocupante. Já o Como, que soma sete e ocupa a parte alta da tabela, celebra não só a vitória, mas também a sensação de que pode sonhar com algo maior sob o comando de um Fàbregas cada vez mais protagonista.
Num jogo com bastante polêmica, a visitante Juventus acabou tropeçando no Verona (Getty)
Gols e assistências: Krstovic (Samardzic), Sulemana (Zappacosta) e Krstovic (Sulemana) Tops: Krstovic e Sulemana (Atalanta) Flops: Maripán e Asllani (Torino)
O clima em Turim foi de tensão do início ao fim. Enquanto a torcida do Torino protestava contra o presidente Urbano Cairo, a Atalanta aproveitou o ambiente conturbado e construiu uma vitória categórica, se valendo de uma vexatória atuação granata. Foram três gols em apenas oito minutos ainda no primeiro tempo, com Krstovic roubando a cena ao anotar duas vezes e deslanchar por seu novo clube, após contribuir com três assistências – é um dos líderes no quesito. Sulemana completou a conta, deixando os grenás completamente atordoados e sem reação.
O jogo até começou equilibrado, com o Torino buscando intensidade e tentando se impor diante do seu público. Porém, bastou a Dea encontrar espaço para acelerar e mudar completamente o rumo da partida. Aos 31, Krstovic apareceu livre na área e abriu o placar. Quatro minutos depois, Sulemana aproveitou o rebote de um chute de Samardzic que explodiu na trave e, na sequência do lance, ampliou. Sem dar tempo para respirar, o atacante montenegrino voltou a marcar, completando cruzamento preciso e sepultando de vez a esperança dos donos da casa.
Na etapa final, os grenás até tentaram reagir, principalmente com Simeone levando perigo em chutes de média distância. Marco Baroni lançou Zapata, que teve nos pés a chance de diminuir em cobrança de pênalti, mas a lei do ex foi falha: o colombiano, que é o segundo maior artilheiro da história da Atalanta, parou em Carnesecchi, que vive grande fase. Do outro lado, a Dea administrou o resultado com segurança, manteve o controle do meio-campo e ainda assustou em contra-ataques puxados por Sulemana e Pasalic.
O apito final trouxe sentimentos opostos. Enquanto a Dea celebrou uma atuação convincente e a confirmação de Krstovic como peça-chave do time de Ivan Juric, que conhece muito bem os detalhes do Olímpico Grande Torino, o Toro saiu de campo sob vaias e críticas. Foi uma derrota dura, não apenas pelo placar elástico, mas também pela forma como a equipe se desconcentrou após o primeiro gol. Para os grenás, fica a frustração de não dar sequência à vitória anterior; para os nerazzurri, a esperança de que podem brigar nas primeiras posições com atuações tão contundentes.
Gols e assistências: Castro (Cambiaghi) e Orsolini (pênalti); Ellertsson (Malinovskyi) Tops: Castro e Cambiaghi (Bologna) Flops: Carboni e Marcandalli (Genoa)
No Renato Dall’Ara, o Bologna viveu uma daquelas tardes que fazem o coração do torcedor bater mais forte. O Genoa saiu na frente com Ellertson, aproveitando falhas defensivas e colocando o time de Patrick Vieira em vantagem. Os grifoni mostravam organização e sabiam explorar bem os espaços, enquanto a equipe de Vincenzo Italiano tinha dificuldades para transformar posse em efetividade. A paciência, no entanto, seria recompensada.
O empate veio dos pés de Castro, aos 73 minutos, que aproveitou um cruzamento vindo da esquerda para completar no meio da confusão e reacender a esperança dos emilianos. O jogo então ganhou contornos de drama: Orsolini teve a chance da virada com uma cabeçada no travessão, aos 90. A bola insistia em não entrar, e a sensação era de que o destino pregaria uma peça amarga no time da casa.
Porém, já nos acréscimos, Ekuban desviou de forma involuntária, a bola resvalou no braço de Carboni e o VAR chamou o juiz para revisão. Entre protestos inflamados do banco visitante, que culminaram na expulsão de Vieira, a arbitragem confirmou a penalidade. Orsolini converteu aos 99 minutos e decretou a virada.
O triunfo mantém o Bologna colado no pelotão de cima e reforça a confiança no trabalho de Italiano, que vê sua equipe reagir em momentos de adversidade. Já o Genoa, apesar da boa atuação durante boa parte do duelo, sai de campo de mãos vazias e com a frustração de um final indigesto, onde a disciplina emocional pesou tanto quanto a qualidade técnica.
Em noite insistente, Carlos Augusto buscou o gol de todas as formas – e acabou forçando o tento que definiu a vitória da Inter sobre o Sassuolo (Getty)
Gols e assistências: Tiago Gabriel (Sottil); Belotti (Palestra) e Belotti (pênalti) Tops: Belotti e Palestra (Cagliari) Flops: Gallo e Sulic (Lecce)
O Lecce até começou a tarde inspirado, empurrado pelo seu torcedor e embalado pelo gol de Tiago Gabriel logo nos primeiros minutos, aproveitando cruzamento de Sottil. A vantagem parecia dar novo fôlego ao time de Eusebio Di Francesco, que buscava aliviar a pressão após três derrotas seguidas. Mas a empolgação foi se esvaindo conforme o Cagliari cresceu no jogo, acertando dois postes com Esposito e exigindo grandes defesas de Falcone. A insistência encontrou resposta com Belotti, que – na sua partida de número 350 na Serie A – apareceu na área para empatar ainda no primeiro tempo.
Na etapa final, o cenário mudou pouco. O Lecce até teve chance de voltar à frente com Pierotti e Morente, mas faltou capricho no último toque. E, como diz o velho ditado do futebol, quem não faz, leva. Tiago Gabriel acabou cometendo pênalti em Belotti, confirmado pelo VAR, e o centroavante não desperdiçou. O chute não foi perfeito, mas o suficiente para vencer Falcone e virar o duelo. Foi o segundo gol da tarde para o Galo, que voltou a balançar as redes depois de meses em jejum.
O resultado não poderia ser mais simbólico. Enquanto o centroavante reencontra sua veia artilheira, o Cagliari conquista a segunda vitória consecutiva e chega a 7 pontos. Além disso, quebrou um tabu de 14 anos sem vencer no estádio Via del Mare – na outra ocasião, o Lecce também era dirigido por Di Francesco. O destino, nesse caso, não perdoou.
Já o Lecce segue atolado no fundo da tabela, com apenas um ponto em quatro rodadas. A equipe até mostrou lampejos de competitividade, mas a fragilidade defensiva e a falta de concentração nos momentos decisivos pesaram mais uma vez. A pressão aumenta para Di Francesco, que vê seu time entre os últimos colocados, ao lado de Pisa e Parma, e precisa urgentemente encontrar soluções para evitar que a temporada se transforme em um calvário desde o início.
Tops: Baschirotto (Cremonese) e Bernabé (Parma) Flops: Zerbin (Cremonese) e Cutrone (Parma)
Cremonese e Parma ficaram no 0 a 0 no estádio Giovanni Zini, em um duelo equilibrado e de poucas emoções. Foi o segundo empate consecutivo sem gols da equipe de Davide Nicola, que ao menos mantém a invencibilidade e chega a 8 pontos neste início de campeonato, considerado bastante positivo. Já o time de Carlos Cuesta, mais ousado em determinados momentos, criou chances para sair vitorioso, mas esbarrou na falta de precisão e na boa atuação defensiva dos donos da casa.
O primeiro tempo refletiu bem o cenário da partida: muito calor, ritmo lento e raros lances de perigo. Logo aos 9 minutos, Pellegrino acertou a trave e quase abriu o placar para os visitantes, mas depois disso o jogo caiu em marasmo. A Cremonese perdeu Collocolo por lesão, não conseguiu produzir ofensivamente e terminou a etapa inicial sem nenhum chute a gol. O Parma tentou acelerar com Keita e Almqvist organizando as jogadas, porém também encontrou dificuldades para transformar posse em finalizações efetivas.
Na volta do intervalo, os crociati subiram as linhas e passaram a rondar a área adversária com mais frequência. Vázquez foi o mais inspirado, distribuindo passes e levando perigo em um chute que obrigou Suzuki a salvar no fim. Bernabé também tentou, mas parou em Audero. Apesar da pressão, o placar não se mexeu, e o empate acabou soando melhor para a Cremonese, que se mantém entre os primeiros colocados, ainda sem derrota, enquanto o Parma soma apenas seu segundo ponto no campeonato.
Carnesecchi (Atalanta); Palestra (Cagliari), Kempf (Como), Pavlovic (Milan), Spinazzola (Napoli); Pulisic (Milan), Rabiot (Milan), Pellegrini (Roma), Sulemana (Atalanta); Krstovic (Atalanta), Belotti (Cagliari). Técnico: Massimiliano Allegri (Milan).