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·24 de setembro de 2025

45 anos depois: Zico se reencontra com carro histórico dos tempos de Flamengo

Imagem do artigo:45 anos depois: Zico se reencontra com carro histórico dos tempos de Flamengo

Zico reviveu uma memória afetiva das mais especiais de sua vida nesta semana, quase 45 anos depois da emblemática conquista do Mundial Interclubes pelo Flamengo. Entidade máxima na história do clube, o Galinho de Quintino se reencontrou com um dos carros mais marcantes de sua trajetória, além, claro, do Toyota Celica — seu xodó até os dias atuais. O automóvel passou por diversos donos e, sobretudo, por uma reformulação completa.

Eleito melhor em campo na final contra o Liverpool, em dezembro de 1981, o ídolo recebeu um Celica como prêmio por parte da montadora japonesa Toyota. O automóvel era avaliado em 8 mil dólares à época. Seu companheiro de time, o atacante Nunes, autor de dois gols na decisão, recebeu um Corolla de sete mil dólares.


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A dupla precisou adquirir as cotas dos demais companheiros para poder ficar com os veículos. Desde então, o Celica permaneceu sob os cuidados de Arthur Antunes Coimbra e conservado como uma relíquia particular. É o carro mais emblemático de sua trajetória, porém não o único.

O Miura de Zico

Arthur Antunes também chamava atenção pelas ruas do Rio de Janeiro com o modelo 1979 do Miura, na cor cinza, chassi número 10.173 e placa QR-5100. Jogador mais caro do futebol brasileiro à época, Galinho investiu no automóvel em tempos de importações fechadas, quando o exemplar figurava entre os mais raros.

“Nacional, fabricado no Rio Grande do Sul. A gente entrava na fila de espera seis meses”, revelou ao ‘Jornal dos Sports’.

A concessionária Fracalanza, localizada em Botafogo à época, era responsável pela comercialização do modelo e pertencia ao vascaíno fanático Edvaldo Soares dos Santos. O cruz-maltino, inclusive, recordou o início da amizade sem rivalidade.

“O Zico foi o primeiro atleta profissional de futebol a comprar um Miura. Foi o início de uma amizade que prezo muito”, recordou Edvaldo, atualmente presidente do Esporte Clube Democrata, de Governador Valadares (MG).

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Galinho de Quintino em passeio pelo centro do Rio com o Miura – Foto: Reprodução/Instagram

Acontece que o carro passou a destoar de sua realidade, que, apesar de jogador mais valioso do futebol nacional, já era pai de família aos 25 anos.

“O Miura era um carro de solteiro, e eu estava cheio de responsabilidades. A Sandra, nas poucas vezes que andou, detestou o carro. Até para entrar tinha problema”, contou Galinho.

O modelo perdia na preferência aos Passat durante a rotina da família e acabou perdendo espaço em casa. Assim, o ídolo rubro-negro decidiu desfazer-se do Miura.

Os caminhos se reencontram

O presidente do Miura Clube do Rio, Sandro Zgur, veio o anúncio em 2009 de um Miura em péssimo estado. Segundo os registros, tratava-se do carro que havia pertencido a Zico.

“O vendedor pedia um valor exorbitante e ficou por isso mesmo, mas guardei contato”, contou. Depois de um tempo, uniu-se a nomes do ramo, e decidiu comprar o carro.

A partir de 2013 iniciaram um processo de reestruturação completa no automóvel, que só ficou pronto no início deste ano. Eles pegaram o carro com a frente e traseira mexidas numa tentativa de “transformação em Lamborghini”.

“Estava tudo ruim: motor, carroceria, interior. Tivemos que refazer o assoalho completo. Normalmente, não compramos carros tão detonados, mas esse havia pertencido ao Zico, né?”, contou.

Zico e seu Miura ”rejeitado”

Depois de todo esforço, a recompensa. Depois de Sandro unir-se com Alexandre e João Arruda, família que era dona da Garage Brazil, fez o mesmo com o jornalista Portuga Tavares. Desta vez, porém, para encontrar com o primeiro dono do automóvel.

Além de jornalista, Portuga Tavares se considera um apaixonado por carros antigos e promoveu o reencontro entre Zico e seu Miura. O automóvel agora impecável saiu de Araçariguama até a Zona Oeste do Rio para conhecer o CFZ (Centro de Futebol Zico), no Recreio dos Bandeirantes.

As limitações de Arthur Antunes Coimbra até interferiram, mas não impediram que o reencontro ocorresse. Galinho entrou no carro, autografou o painel e, por fim, deixou sua assinatura na traseira do esportivo com uma caneta permanente.

“A perna esquerda funcionava e eu podia dirigir carro com pedal de embreagem. Hoje, com esse joelho ruim, é um problema entrar em um carro tão baixinho” contou. Hoje, o eterno craque dirige um cômodo BYD Song Plus.

“Toyota do Flamengo”

O Galinho, em contrapartida, nunca se desfez de seu Celica — que tampouco sofreu resistência dentro de casa. Ele o tem como uma de suas maiores relíquias particular e nunca foi posto à venda.

“Já tive muitas propostas de colecionador, de torcedores. Só não vêm outras porque não tem a menor chance. Nem ouço. É um troféu que eu vou levar. Se tiver que tirar as rodas e botar no cavalete, não tem problema”, contou.

O Celica estacionado na garagem do ídolo continua sendo um dos mais emblemáticos símbolos da conquista internacional do Flamengo. A imagem do então camisa 10 ao lado do veículo, erguendo o troféu de campeão mundial, segue viva na memória dos torcedores e ainda repercute nas redes.

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