PL Brasil
·23 de janeiro de 2021
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·23 de janeiro de 2021
A vivência de uma pandemia e a compactação de um já questionado calendário tinham tudo para tornar a Premier League 2020/2021, no mínimo, atípica. E foi o que ocorreu. Entre a oscilação de diversos times, as zebras e as lesões, diversos jogadores usaram a excepcionalidade dessa temporada em seus favores.
Nesse sentido, a PL Brasil elaborou uma lista das principais surpresas da temporada. A ideia foi não privilegiar contratações, que algumas vezes o público desconhece, mas valorizar também aqueles que elevaram o nível em patamares de exigência maiores.
O atual camisa 20 do Liverpool chegou ao clube nesta temporada, contratado por cerca de 40 milhões de libras. Embora fosse um bom e polivalente jogador nos tempos de Wolves, dificilmente alguém não se surpreendeu com o impacto de sua chegada no Reds.
O português, identificado inicialmente como um “reserva de luxo”, logo criou uma grande sombra para o consolidado trio de ataque do time de Anfield. Durante a má fase de Roberto Firmino, Jota fez com que Klopp promovesse alterações, testando ele na vaga do brasileiro ou atuando com um quarteto ofensivo em jogos importantes.
Jota é um jogador que, apesar de ter colocado pressão sobre a titularidade de Firmino, tem características diferentes com a bola. Mostra-se como um atleta que prefere atacar o espaço nas costas da defesa, alguém que se destaca pelos desmarques. Atualmente, é o vice-artilheiro geral do Liverpool, com nove gols marcados em 17 jogos disputados (sendo dez como titular). Sua lesão é uma das origens da queda de rendimento do atual campeão.
Poucos esperavam que Diogo Jota fosse substituído com a naturalidade que ocorreu na equipe de Nuno Espírito Santo. No plantel desde a temporada 2019/2020, o jovem Pedro Neto, de 20 anos, assumiu com personalidade o posto deixado pelo compatriota.
O camisa 7 dos Wolves se tornou um dos principais protagonistas de uma equipe que se destaca pelo coletivo muito forte. Neto é, hoje, o líder em gols, assistências, grandes chances criadas e passes-chave por jogo do clube na Premier League segundo o SofaScore. O português se sobressai com uma capacidade atlética invejável, além de demonstrar solidez nos fundamentos básicos do futebol: finalização, passe e drible.
Dados do Wyscout mostram que, até o fim de dezembro, o ponta era o jogador sub-23 com mais dribles entre as cinco grandes ligas da Europa. Impressiona também o quão decisivo o jovem vem sendo.
Das suas sete participações em gols na liga inglesa, cinco foram decisivas, ou seja, empataram ou desempataram partidas. Fato é que o Wolverhampton tem uma joia nas mãos com uma perspectiva de retorno esportivo e financeiro muito alta.
O atual camisa 5 do Tottenham chegou ao clube ainda nesta temporada, contratado por algo próximo de 16,5 milhões de euros, mas se ambientou rapidamente no elenco comandado por José Mourinho.
Hojbjerg é o homem da saída de bola do português, quem recebe a bola entre os zagueiros e promove sua circulação pelos setores. Não à toa, trata-se do jogador com mais passes certos da equipe. É também o principal defensor do meio-campo, sendo o líder de interceptações e desarmes, além de contabilizar o maior número de lançamentos corretos na posição.
Apesar de já apresentar bom nível no Southampton, o dinamarquês agora está se provando em uma prateleira mais alta. Em um Tottenham que abriu os cofres para reforçar seu meio-campo nas últimas temporadas, Pierre-Emile Hojbjerg foi a primeira contratação a se consolidar. Ainda aos 25 anos, o meia parece um grande negócio feito pela cúpula de Daniel Levy.
É fato que existe uma soberba dos admiradores da Premier League quando se compara o Campeonato Inglês e outras ligas. Sendo assim, qualquer reforço oriundo de outros campeonatos, principalmente alemão e francês, é avaliado com dureza e desconfiança. E é exatamente por isso que Wesley Fofana é uma surpresa da temporada 2020/2021.
Contratado por 35 milhões de euros junto ao Saint-Étienne, o zagueiro francês chegou aos Foxes com a missão de estabilizar uma defesa constantemente desfalcada, sobretudo de seu principal jogador, Çağlar Söyüncü.
Se os clean sheets e o número de gols sofridos ainda não são satisfatórios, é considerável que o camisa 3 ajudou a reduzir a média de gols vazados de 1,75 gol por jogo para aproximadamente 0,86 gol por jogo do campeonato nacional.
Na liga, Fofana é o líder do Leicester nas médias por jogo de interceptações e rebatidas, além de se destacar pelo forte jogo aéreo.
Trata-se também de um defensor com vigor físico e que apresenta boa qualidade e margem de evolução com as bolas nos pés. O jovem de 20 anos parece assim estar apto para repetir o sucesso que Söyüncü obteve rapidamente na Inglaterra.
O meia escocês é uma constante do Aston Villa desde os tempos de Championship, mas uma mudança tática no time de Dean Smith e uma campanha mais sólida tornaram McGinn uma das surpresas do campeonato.
A saída de Conor Hourihane, que tem cerca de 150 jogos oficiais pelos Villains, do time titular alterou sua estrutura. O que antes era um um tripé de meio-campistas distribuídos no terço médio do campo passou a ser uma dupla. Tendo Ross Barkley ou Jack Grealish à sua frente, Douglas Luiz e John McGinn formaram uma dupla que se completa.
O camisa 7 passou a ter mais área de circulação no campo, se destacando como o chamado motorzinho. Ofensivamente, seu desempenho também evoluiu em relação à temporada passada. Atualmente, ele é o segundo maior garçom do plantel na liga nacional e já ultrapassou seus números da temporada passada nesse quesito.
Como um nome tal qual James Ward-Prowse, alguém que tem nove temporadas de Premier League, pode estar surpreendendo? Para entender isso, é necessário se atentar ao histórico do meia britânico, resumidamente, um capitão das seleções de base que oscilou e que não atingiu o nível esperado inicialmente.
Apesar de não ter se tornado o jogador que esperavam, comparado com o astro David Beckham em seu início, Ward-Prowse não pode ser considerado um flop. O capitão dos Saints viveu campanhas boas e ruins como coadjuvante, mas hoje o camisa 8 é um dos protagonistas do elenco de Ralph Hassenhuttl.
Escolhido como capitão após a saída de Hojbjerg, James aos poucos deixou de ser um meia avançado ou de lado do campo para se tornar um meia-central completo, alguém que participa ativamente de todas as fases do jogo. Nessa temporada, com menos da metade do campeonato tendo ocorrido, o skipper já igualou sua melhor temporada de liga em gols gerados e vem se consolidando como o melhor cobrador de bolas paradas em terras britânicas.