
Calciopédia
·06 de outubro de 2025
6ª rodada: Napoli e Roma vão para a data Fifa empatados na liderança da Serie A

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·06 de outubro de 2025
Na última rodada da Serie A antes da data Fifa de outubro, só Napoli e Roma conseguiram fazer o seu trabalho para seguirem na liderança. O Milan, que dividia o topo da tabela com a dupla, tinha um compromisso mais complicado, é verdade, mas desperdiçou as chances que teve para vencer o clássico com a Juventus e continuar na frente. Os azzurri acabaram sofrendo com o Genoa, mas ganharam, e os romanos mesclaram sorte e competência para superarem a – negativamente surpreendente – Fiorentina, em Florença.
Enquanto Napoli e Roma dividem a ponta, seguidos pelo Milan, a Inter vai cavando seu espaço na briga na parte alta da tabela. Questionada após turbulências de abril até setembro, a Beneamata tem apresentado bom futebol e vai ganhando certezas. No momento, é a quarta colocada, com os mesmos 12 pontos da Juve – e a três dos líderes. Confira, a seguir, o que de melhor aconteceu na 6ª rodada da Serie A.
Gols e assistências: Anguissa e Højlund; Ekhator (Norton-Cuffy) Tops: De Bruyne e Anguissa (Napoli) Flops: Otoa e Masini (Genoa)
O Napoli mostrou duas faces distintas no Diego Armando Maradona. No primeiro tempo, foi lento, disperso, incapaz de impor ritmo diante de um Genoa bem postado, que controlou o jogo e chegou ao merecido gol com uma obra de arte de Ekhator, um toque de calcanhar após jogadaça de Norton-Cuffy – que chegou a deixar Olivera atordoado com um drible da vaca antes de cruzar. Parecia a noite de um campeão exausto, mas a transformação veio depois do intervalo, quando Antonio Conte lançou De Bruyne e Spinazzola. A entrada do belga mudou tudo: o time se acendeu, passou a agredir com convicção e, empurrado pela torcida, iniciou uma virada de caráter, que fez os grifoni se resignarem com a zona de rebaixamento.
O empate saiu aos 57 minutos, em um lance que misturou insistência e força, além de contribuição da zaga adversária. Após lançamento de Milinkovic-Savic, cruzamento de Spinazzola e trombada de Højlund, a bola ficou viva na área e Anguissa chegou como um trem para completar com cabeçada certeira. O Napoli não se acomodou, cercou o Genoa com intensidade e viu Di Lorenzo carimbar o poste antes do golpe final. Aos 75 minutos, De Bruyne levantou da esquerda uma bola perfeita para Di Lorenzo fazer a torre e, na sobra, Anguissa disparou um chute violento. Leali defendeu, mas Højlund, oportunista, empurrou para o gol. Era a consagração do dinamarquês, autor de três tentos decisivos na semana, numa amostra de que os azzurri podem ter encontrado de fato o centroavante ideal para substituir o lesionado Lukaku.
Com a virada, os azzurri se mantiveram na liderança da Serie A, empatados com a Roma, e foram para a pausa com a sensação de que a sua trajetória rumo ao bicampeonato consecutivo segue firme. O Napoli de Conte ainda necessita de ajustes, mas tem alma, fôlego e alternativas. Sobretudo, mostra um traço de identidade que o técnico parece ter gravado a fogo: é um time que se recusa a perder e que transforma cada dificuldade em combustível para ganhar.
Gols e assistências: Kean (Nicolussi Caviglia); Soulé (Dovbyk) e Cristante (Soulé) Tops: Soulé e Cristante (Roma) Flops: Gosens e Gudmundsson (Fiorentina)
A Roma passará a data Fifa no topo da tabela, ao lado do Napoli. Em Florença, o time de Gian Piero Gasperini venceu por 2 a 1 e afundou uma Fiorentina que já soma três derrotas no Artemio Franchi e apenas três pontos em seis rodadas – desde 1977 a Viola não começava tão mal a temporada. Os gols de Soulé e Cristante premiaram a eficiência de uma equipe que faz do pragmatismo uma virtude, mesmo sem um centroavante de números vistosos até o momento. Os gigliati, por outro lado, confirmam as dificuldades do início do trabalho de Stefano Pioli, que ainda não encontrou equilíbrio nem consistência em sua segunda passagem pela capital da Toscana. Ao menos Kean desencantou e teve uma boa atuação: além do belo gol, acertou um chute no poste e foi participativo.
A partida teve início morno, até Kean romper o gelo aos 14, aproveitando erro de posicionamento da defesa giallorossa para abrir o placar com um potente chute de direita. A reação romanista veio oito minutos depois: Dovbyk serviu Soulé, que empatou com um toque de classe, chegando ao seu terceiro gol na temporada. A virada veio ainda no primeiro tempo, em escanteio cobrado pelo argentino e cabeceio preciso de Cristante. Antes mesmo do intervalo, Dovbyk perdeu boa oportunidade de ampliar e Kean, com outro arremate de fora da área, carimbou o poste de Svilar.
Na segunda etapa, Pioli tentou de tudo. Sacou o apagado Gudmundsson para colocar Piccoli, depois lançou Dzeko e até improvisou com três centroavantes, mas a sorte também lhe virou as costas: o centroavante italiano que saiu do banco carimbou o travessão e Gosens isolou de dentro da pequena área. No geral, a Roma soube administrar o jogo com frieza e posse controlada, liderada por um impecável Koné, que deu ritmo e estabilidade ao meio-campo. A equipe capitolina resistiu e confirmou a manutenção da liderança compartilhada com apenas dois gols sofridos e uma certeza crescente – a de que, sob Gasperini, cada detalhe é calculado e cada vitória, milimetricamente construída. Já a Fiorentina, de maneira inacreditável, flerta com a zona de rebaixamento.
Pragmática, a Roma segue na liderança compartilhada da Serie A e afundou a Fiorentina na crise (LaPresse/AP)
Tops: Locatelli (Juventus) e Maignan (Milan) Flops: David (Juventus) e Pulisic (Milan)
Em Turim, o clássico entre Juventus e Milan terminou em um empate sem gols que deixou o sabor amargo do arrependimento. Foi a noite dos “e se…”: se Pulisic tivesse convertido o pênalti, se Rafael Leão tivesse um pouco mais de frieza, se Gatti tivesse tido mais precisão no pé… Nada disso aconteceu, e o 0 a 0 manteve as duas equipes atrás de Napoli e Roma, que seguem no topo. O Diavolo, melhor em campo e mais próximo da vitória, ficou com 13 pontos (dois a menos que os líderes e um acima da Juventus), mas saiu com a sensação de ter desperdiçado uma chance preciosa de seguir na liderança e afundar um rival direto.
O jogo teve quatro momentos decisivos. O primeiro, no fim do primeiro tempo, quando Giménez cabeceou com estilo um cruzamento de Pavlovic, mandando a bola a centímetros do gol. Depois vieram os 10 minutos mais intensos da segunda etapa: Gatti, a poucos metros da meta, chutou em cima de Maignan, numa mistura de azar e precipitação, mas também num gesto de mérito do arqueiro. Pouco após, Modric serviu Giménez, que foi agarrado por Kelly dentro da área – pênalti indiscutível. Pulisic, herói no título da Supercopa Italiana sobre a Velha Senhora e vivendo grande fase, tentou o ângulo esquerdo de Di Gregorio e errou, isolando a cobrança. Mais tarde, Rafael Leão, que havia acabado de entrar, recebeu a bola ideal, livre a dois metros do gol, e mandou para fora com o pé esquerdo. A incredulidade tomou conta do banco rossonero. E ele teria outra boa chance, igualmente desperdiçada, depois.
O primeiro tempo foi tático, meticuloso, quase acadêmico. Melhor em campo, o Milan teve duas boas chances com Giménez. Na segunda etapa, o duelo se abriu com as trocas de Massimiliano Allegri – bem recebido pela torcida de sua antiga equipe – e Igor Tudor, com resultados e performance cada vez mais similares às do antecessor Thiago Motta, demitido por desempenho insatisfatório. Entraram Rafael Leão, Loftus-Cheek, Nkunku, Thuram, Openda e Vlahovic, tornando o campo uma arena de transições frenéticas. O Milan terminou com o domínio das ações e o seu camisa 10 ainda teve mais uma oportunidade no apagar das luzes, servida por Modric, mas desperdiçou de novo, selando uma noite em que o talento se transformou em frustração. Do outro lado, quem fracassou foi o canadense David, que chegou a ser vaiado quando substituído.
O empate, embora justo, revelou muito sobre os dois gigantes. A Juventus ainda busca uma identidade estável. Tem alma, mas carece de consistência no ataque e mais criação. A torcida já se mostra insatisfeito com Tudor e a sequência de cinco empates, considerando todas as competições. Já o Milan, que pela primeira vez passou cinco partidas sem vazar os bianconeri, mostra solidez. Falta, entretanto, concretude, principalmente nos dias em que Pulisic não resolve. Se Giménez tem feito tudo certo, mas não balança as redes, Rafael Leão decepcionou ao, novamente, perder gols que definem partidas. Sua condição de intocável já está em xeque e ele tende a perder espaço se não se mostrar indispensável ao time de Allegri.
Gols e assistências: Lautaro (Bonny), Bonny (Dimarco), Dimarco (Bonny) e Barella (Bonny); Bonazzoli (Vandeputte) Tops: Bonny e Dimarco (Inter) Flops: Floriani Mussolini e Grassi (Cremonese)
Apesar das desconfianças, a Inter vem fazendo um bom início de temporada – a rigor, o único jogo ruim da equipe de Cristian Chivu foi contra a Udinese, pela segunda rodada da Serie A. Dessa vez, teve em San Siro uma atuação inspirada, na qual produziu 18 chances contra apenas uma da até então invicta Cremonese e saiu de campo com uma goleada relativamente modesta, já que poderia ter feito mais gols. Com o placar, segue na cola dos líderes.
A grande noite da Inter teve como destaques o lado esquerdo do ataque, a pressão alta, as verticalizações rápidas e a ênfase na articulação ofensiva através de associações em duplas e trios. Essa combinação de fatores levou a Cremonese à lona, pois os grigiorissi simplesmente não conseguiram acompanhar o ritmo imposto pelos mandantes. O massacre começou cedo e, em poucos segundos, Frattesi desperdiçou, sozinho, um ótimo cruzamento de Dimarco para a área, pegando mascado na pelota. Foi apenas um aperitivo do que estaria por vir. Aos 6, Barella roubou a bola, Bonny recebeu em infiltração nas costas da defesa adversária e rolou para Lautaro, que inaugurou o placar.
Os nerazzurri ensaiaram marcar o segundo gol antes mesmo dos 25 minutos, pois tinham enorme volume de jogo. Contudo, ele só chegou perto do final do primeiro tempo, quando Bonny completou de cabeça um bom cruzamento de Dimarco: enquanto o lateral aniquilou Floriani Mussolini, o francês viveu sua primeira noite como titular e não decepcionou, participando decisivamente com o tento e três assistências.
Na volta do intervalo, a Inter seguiu dominando e ampliou: Dimarco acertou um belo chute de fora da área e, logo após, Barella também se beneficiou da superioridade pelo lado esquerdo para completar uma inversão de jogava e deixar o seu. A equipe da casa teve as rédeas do jogo, trocou passes com critério e impôs ritmo alto, sem dar espaço para a Cremonese respirar. No fim, já com o resultado garantido, os grigiorossi conseguiram descontar com Bonazzoli, que aproveitou o desenrolar de um erro de Diouf e aplicou a lei do ex. Vale destacar que o atacante marcou contra os dois times de Milão em San Siro nesta temporada.
A Inter registrou sua quinta vitória consecutiva entre campeonato e Champions League, deixando a impressão de que pode ser uma equipe madura, coesa e perigosa. Foi uma exibição convincente, mostrando que, sob Chivu, o time está entrando em sintonia com seu novo estilo: agressividade ofensiva, pressão constante e aproveitamento eficaz dos espaços, especialmente pelo lado esquerdo. Entretanto, os nerazzurri seguem sofrendo gols evitáveis. A equipe foi vazada em oito dos 10 últimos compromissos no Giuseppe Meazza pela Serie A.
Mesmo vivendo grande fase, Pulisic isolou penalidade no empate sem gols entre Juventus e Milan (Getty)
Gols e assistências: Cambiaghi (Dallinga), Moro, Orsolini (Cambiaghi) e Odgaard Tops: Cambiaghi e Moro (Bologna) Flops: Touré e Léris (Pisa)
O Bologna se aproximou da zona de classificação para torneios continentais ao dar um verdadeiro show contra o Pisa, impondo domínio quase absoluto e construindo uma goleada convincente no Renato Dall’Ara. Desde cedo, Cambiaghi apareceu com autoridade: participou da jogada que originou o primeiro gol, ganhou falta que resultou na expulsão de Touré (e no segundo tento) e ainda foi garçom do terceiro. Não poderia haver forma melhor de comemorar sua primeira convocação à seleção italiana. O time visitante até tentou reação inicial com pressão alta, mas logo foi engolido pela superioridade técnica dos mandantes e terminou a rodada na lanterna.
Aos 23, Cambiaghi fez grande jogada e deixou Dallinga na cara do gol, mas o holandês errou. No minuto seguinte, o centroavante se redimiu ao presentear o italiano, que colocou na rede. A expulsão de Touré, na casa dos 36, foi o ponto de desequilíbrio da peleja. O alemão vacilou na frente do homem do jogo e optou por impedir a sua chance de gol – de nada adiantou, pois Moro foi para a cobrança da falta e, contando com desvio na barreira, ampliou. Com um a menos, o Pisa perdeu o equilíbrio defensivo e permitiu que o Bologna impusesse seu ritmo com facilidade.
Depois disso, ainda sob o comando de Cambiaghi, os donos da casa dominaram ofensiva e defensivamente, controlaram o jogo com sobriedade e transformaram o encontro em uma demonstração de confiança, contundência e uma afirmação de que podem crescer nessa Serie A. Antes do descanso, Orsolini apareceu dentro da área e completou para as redes o cruzamento do camisa 28 – que viu Semper lhe negar a doppietta aos 44 minutos. No início do segundo tempo, Odgaard selar o placar com um chute de fora da área, que contou com desvio para aumentar o castigo dos toscanos. A porrada só não foi maior porque Rowe não conseguiu colocar na rede as duas oportunidades que teve.
Gols e assistências: Cancellieri (Pedro), Cancellieri (Basic) e Cataldi (pênalti); Simeone, Adams (Nkounkou) e Coco (Masina) Tops: Cancellieri (Lazio) e Simeone (Torino) Flops: Hysaj (Lazio) e Israel (Torino)
O duelo entre Lazio e Torino teve verdadeiro drama até o apito final, com reviravoltas e emoção até o último segundo. Os granata abriram o placar com Simeone, aproveitando uma sobra para balançar as redes após rebote de Provedel. A reação da Lazio veio com Cancellieri, que aproveitou lançamentos e movimentos bastante imperfeitos do goleiro Israel para marcar duas vezes e virar o jogo antes do intervalo. Anteriormente pouco prolífico, o atacante anotou seu terceiro tento em duas rodadas e já está a apenas um de repetir sua melhor marca na Serie A.
Na segunda etapa, o Torino mostrou resiliência. Adams entrou bem no jogo e acertou um belo chute para empatar, nivelando o confronto. Já nos acréscimos, o escocês quase virou com um arremate colocado, que foi desviado por Provedel, com a ponta dos dedos, para escanteio. Na cobrança do corner, Coco aproveitou uma tabelinha com Masina pelo alto, cabeceou firme e recolocou os visitantes à frente, na segunda virada no duelo.
A partida parecia decidida, mas Dembélé deu uma cochilada monstruosa, perdeu a bola dentro da área e Coco, até então herói, derrubou Noslin. O capitão Cataldi converteu o pênalti aos 103 minutos, anotando o terceiro tento mais tardio da Serie A, estabelecendo o placar de 3 a 3 e decretando um empate repleto de emoções na capital italiana. O desfecho inesperado castigou a torcida do Torino, mas a atuação e o pontinho devem ter sido suficientes para manter o ameaçado Marco Baroni, ex-Lazio, no comando dos grenás. Os laziali, por sua vez, impediram resultado pior, mas seguem na metade inferior da tabela.
Em bom início de temporada, os nerazzurri vão afastando desconfianças e se aproximam dos líderes (Arquivo/Inter)
Gols: Samardzic; Perrone Tops: Hien (Atalanta) e Perrone (Como) Flops: Lookman (Atalanta) e Baturina (Como)
Desde o apito inicial, o clássico lombardo entre Atalanta e Como teve como marcas a intensidade e a ambição dois dois times somarem pontos. O resultado, contudo, não agradou tanto nem aos nerazzurri, que seguem invictos, mas perderam a oportunidade da vitória em casa, nem aos lariani, que queriam reagir após a igualdade com a Cremonese, no fim de semana passado.
Logo aos 6 minutos, Samardzic aproveitou a movimentação ofensiva orquestrada por ele mesmo e, ao se infiltrar no coração da defesa adversária, aproveitou a sobra para concluir com precisão e colocar os mandantes em vantagem. Na sequência, Éderson e Sulemana quase ampliaram – o ganês teve seu chute tirado em cima da linha por Perrone.
O Como, porém, não se intimidou e Da Cunha, aos 16, parou em grande intervenção de Carnesecchi. O goleiro, contudo, foi surpreendido por Perrone, que estava bem relacionado com as riscas do gramado na noite de sábado. O argentino arriscou um levantamento (ou seria um chute disfarçado?) a bola bateu na trave e entrou no gol antes que o arqueiro pudesse intervir, selando o empate do time visitante.
Apesar da virada repentina no cenário, o ritmo manteve-se frenético. O Atalanta monopolizou a posse, rodou a bola com paciência e buscou o jogo pelos flancos, sobretudo com as contribuições de Éderson e Pasalic no meio; ocasionalmente, Lookman e Sulemana tentavam penetrar os espaços da defensiva lariana, pressionando as linhas adversárias. O Como oscilava entre momentos de espera e contra-ataques explosivos, explorando brechas deixadas pela Dea em sua projeção ofensiva. Na etapa final, com o empate já selado, o duelo perdeu um pouco de ritmo e nenhum dos dois times conseguiu quebrar o equilíbrio do placar.
Gols e assistências: Kabasele (Solet); Borrelli Tops: Solet (Udinese) e Caprile (Cagliari) Flops: Bayo (Udinese) e Zé Pedro (Cagliari)
O jogo entre Udinese e Cagliari, que seguem no meio da tabela, terminou num empate que deixa mais frustrações que satisfação para os mandantes. Afinal, ainda não conseguiram vencer em casa – desempenho compensado pelos bons resultados longe do Friuli. Neste domingo, os bianconeri tiveram diversas chances para saírem do gramado com a vitória, mas as desperdiçaram ou pararam no goleiro Caprile. Sem dúvida, não souberam aproveitar as muitas incertezas da defesa sarda, numa tarde em que os isolani perderam Mina, por lesão.
Logo aos 8 minutos, Palestra se atrapalhou e Zaniolo carimbou a trave dos visitantes. O Cagliari acabou abrindo o placar ainda no primeiro tempo com Borrelli, que aproveitou um rebote em lance confuso dentro da área e empurrou para o gol aos 25 minutos, anotando seu primeiro tento na Serie A – na comemoração, homenageou Belotti, cuja grave lesão lhe fez ganhar vaga no time titular.
Ainda no primeiro tempo o Udinese teve chances claras com Atta, num chute desviado que quase encobriu Caprile e obrigou o goleiro a fazer grande defesa e numa cabeçada que acertou o poste. No segundo tempo, a equipe da casa balançou as redes após Zé Pedro furar feio ao tentar interceptar escorada de Solet e Kabasele aparecer no momento certo para igualar, aos 58 minutos. Depois do empate, a defesa do Cagliari deu duas entregadas, com erros crassos de Deiola e Zé Pedro, mas Zaniolo e Bayo conseguiram isolar seus chutes contra a meta desguarnecida – na origem do segundo lance, o arqueiro visitante também fez ótima intervenção.
O Bologna goleou o Pisa e encostou na zona europeia (Getty)
Gol: Pinamonti Tops: Muric e Muharemovic (Sassuolo) Flops: Serdar e Bradaric (Verona)
Verona e Sassuolo abriram a 6ª rodada da Serie A no Marcantonio Bentegodi em um jogo marcado pelo uso constante do VAR e por um gol solitário de Pinamonti. Mesmo sem Berardi, poupado por indisposição física, o time emiliano somou triunfo por 1 a 0 e chegou aos 9 pontos na tabela, dando fôlego ao trabalho de Fabio Grosso. Já o Hellas de Paolo Zanetti saiu mais uma vez frustrado e permanece sem vitórias na competição. O treinador terá que trabalhar bastante durante a pausa para a data Fifa, pois os gialloblù entraram na zona de rebaixamento e já vislumbram a necessidade urgente de uma reação para que a inevitável briga contra o descenso não fique tão dramática.
O time da casa começou mais agressivo, pressionando no meio-campo e tentando explorar o ímpeto da torcida, enquanto os visitantes buscavam controlar a posse e impor ritmo. Houve até um pênalti inicialmente assinalado para o Verona, mas a revisão de vídeo apontou falta sobre o goleiro Muric e anulou a decisão, mantendo o equilíbrio em um primeiro tempo de muita disputa física e pouca clareza ofensiva.
Na etapa final, o Sassuolo foi mais incisivo. Primeiro, um pênalti a favor foi corrigido pelo VAR para falta fora da área, mas pouco depois Fadera sofreu infração dentro da área e a nova marcação foi confirmada. Pinamonti cobrou mal, no meio do gol, e Montipò defendeu, mas o atacante mostrou oportunismo ao aproveitar o rebote e empurrar para as redes, abrindo o placar aos 71 minuto. O gol mudou o rumo da partida: o Sassuolo recuou e passou a se proteger com concentração, enquanto o Verona partiu para o ataque desesperado, sem encontrar soluções. Nos minutos finais, a pressão dos gialloblù se intensificou, com cruzamentos e chutes de fora da área, mas o muro neroverde resistiu até o apito final. Ou seria Muric? Afinal, o goleiro foi um dos destaques da peleja, juntamente com o zagueiro Muharemovic.
Gol e assistência: Sottil (Gallo) Tops: Tiago Gabriel e Gallo (Lecce) Flops: Suzuki e Løvik (Parma)
O Lecce finalmente venceu na Serie A e obteve o triunfo justamente num confronto direto na busca pela permanência na elite – e o melhor: fora de casa. Com a vitória magra, o time de Eusebio Di Francesco deixou a zona de rebaixamento e chegou aos mesmos 5 pontos do Parma.
O Parma dominou a posse de bola e pressionou em seu campo ofensivo, mas encontrou dificuldades para transformar superioridade em chances concretas. O Lecce, mais organizado e agressivo nos momentos decisivos, apostava nos contra-ataques para ameaçar. Quando o time da casa rondava a área adversária, faltava precisão nos passes finais e contundência nos arremates para quebrar a defesa visitante, que teve o português Tiago Gabriel como principal destaque.
No fim do primeiro tempo, tivemos o lance fortuito que decidiu a peleja: um cruzamento na área do Lecce que ninguém cortou, com Suzuki calculando mal a trajetória da bola. A pelota que saiu dos pés de Sottil passou por todo mundo e morreu no canto esquerdo do goleiro. Depois do gol sofrido, o Parma intensificou a busca pelo seu tento com investidas insistentes, mas esbarrou na solidez defensiva dos apulianos, que souberam administrar a vantagem com calma. Quando os crociati furaram a barreira, Falcone se mostrou decisivo, com defesas ante Britschgi e Delprato.
Caprile (Cagliari); Muharemovic (Sassuolo), Hien (Atalanta), Tiago Gabriel (Lecce); Soulé (Roma), Barella (Inter), Perrone (Como), Dimarco (Inter); Cancellieri (Lazio), Bonny (Inter), Cambiaghi (Bologna). Técnico: Cristian Chivu (Inter).