Calciopédia
·09 de novembro de 2020
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·09 de novembro de 2020
A 7ª rodada da Serie A teve um nível inferior ao das antecedentes. A maratona de jogos e a crescente de casos de covid-19 nos próprios elencos têm cobrado a conta. Agora, o campeonato vai ter uma pausa de duas semanas, mas os clubes não respiram aliviados. Longe disso: os compromissos das seleções na data Fifa exporão os atletas ao cansaço, a eventuais lesões e à contaminação pelo coronavírus.
Em campo, o líder Milan teve dificuldade de enfrentar a melhor defesa do campeonato e apenas empatou com o Verona no finalzinho, num jogo quente em San Siro. Outros times na parte de cima da tabela também empataram: o Sassuolo não saiu do zero com a Udinese, enquanto os confrontos diretos entre Lazio e Juventus e Inter e Atalanta ficaram no 1 a 1.
Roma e Napoli venceram e, com os tropeços dos adversários na rodada, subiram na tabela e ficaram em melhor condição nesta frenética reta inicial de campeonato, na qual a distância do líder para o oitavo colocado é de apenas cinco pontos. Os outros dois times que venceram neste final de semana foram o Cagliari, que bateu a Sampdoria, e o Spezia que conquistou três importantes pontos contra o Benevento. Confira o resumo da 7ª jornada.
Gols e assistências: Magnani (contra) e Ibrahimovic (Díaz); Barák e Calabria (contra) Tops: Silvestri e Zaccagni (Verona) Flops: Gabbia e Calabria (Milan)
A partida que encerrou a rodada foi a melhor do final de semana. O líder do campeonato e a melhor defesa proporcionaram um jogo movimentado desde o primeiro minuto, e que por muito pouco não entrou para a história: o Verona nunca venceu o Milan em San Siro e ficou a segundos de conseguir o feito. Ainda que não tenha triunfado, o Hellas, sétimo colocado, pode se contentar com um ponto importante para as suas ambições.
O Verona já tinha uma vantagem de dois gols no placar com apenas 20 minutos de bola rolando. Os tentos vieram em lances similares: duas bolas alçadas na área que, desviadas, saíram do alcance de Donnarumma e acabaram resultando no tento de Barák e na infelicidade de Calabria. Só que o Milan feriu o Hellas com o mesmo ferro que fora ferido: Saelemaekers cruzou, Kessié resvalou na bola e Magnani a desviou em definitivo, enganando o goleiro Silvestri.
Nos 45 minutos finais, o Milan chegou a ter dois gols anulados – de Çalhanoglu, por impedimento, e de Calabria, porque Ibrahimovic acabou tocando com o braço na bola na origem da jogada. O Diavolo tentava bastante e era superior na partida, mas não conseguia acertar o último passe, por méritos da defesa gialloblù, ou parava nas ótimas defesas de Silvestri. Quando não havia oposição, o azar falava mais alto: como quando Ibrahimovic teve pênalti para cobrar e isolou, perdendo sua quarta penalidade seguida. Zlatan não parecia mesmo em seu dia de sorte e ainda acertou o travessão na reta final do jogo. Porém, aos 93, o sueco fez valer sua imposição nas jogadas aéreas – estava ganhando todas – e empatou o jogo com uma cabeçada no cantinho.
Gols e assistências: Caicedo (Correa); Ronaldo (Cuadrado) Tops: Caicedo (Lazio) e Ronaldo (Juventus) Flops: Marusic (Lazio) e Dybala (Juventus)
Caicedo, o atacante que marca tarde. Trocadilhos à parte, o atacante salvou a Lazio no apagar das luzes pelo terceiro jogo seguido – e, desta vez, no último lance, jogando um balde de água fria na Juventus. Sem Immobile, Strakosha e Lucas Leiva, com covid-19, o time celeste foi guerreiro e conseguiu buscar o empate numa partida em que a Velha Senhora teve o domínio e ficou a um fio de vencer.
A Juventus começou muito bem e logo marcou, depois que Cuadrado cruzou e Cristiano Ronaldo completou para as redes – o português tem seis gols em 230 minutos nessa temporada, uma média de um a cada 38. Depois de abrir o placar, o time de Turim viu CR7 acertar a trave, mas acabou por relaxar. Aos poucos, a equipe capitolina foi tomando conta do jogo, mas sem criar alguma chance de perigo. Aos 54, Simone Inzaghi fez três substituições de uma vez, colocando Caicedo, Hoedt e Lazzari nas vagas de Muriqi, Radu e Fares, respectivamente. Com isso, a partida ficou mais equilibrada e a Velha Senhora cedia mais território para os adversários.
O equilíbrio se consolidou depois que Ronaldo tomou um chute no pé em uma dividida e teve de ser substituído. Em seu lugar entrou Dybala, que ainda não está 100% fisicamente e vem jogando no sacrifício. Aos 95 de jogo, o argentino deixou a bola sair pela lateral. O lance parecia pouco perigoso, mas Correa recebeu a bola, passou por dois marcadores e achou Caicedo, que enganou Bonucci e girou para deixar tudo igual. Os bianconeri seguem invictos no campeonato, mas já somam quatro empates. A Lazio, por sua vez, se recupera de um início negativo e já têm 11 pontos – dois a menos que a Juve.
Gols e assistências: Miranchuk (Muriel); Martínez (Young) Tops: Sportiello (Atalanta) e Martínez (Inter) Flops: Zapata (Atalanta) e Handanovic (Inter)
Expectativas frustradas. O duelo entre Atalanta e Inter prometia muitos gols, mas ficou apenas num empate magro, que não serviu verdadeiramente para nenhuma das equipes. Os bergamascos puderam sorrir um pouco mais pelo fato de que conseguiram reagir e somar um pontinho para ficarem logo à dos interistas – 13 a 12 pontos, respectivamente.
Depois de um primeiro tempo bem ruim, o placar se movimentou aos 58 minutos. Young recebeu pela esquerda, fintou Hateboer e cruzou no primeiro pau para Martínez escorar de cabeça e colocar o time de Milão na frente. Assim que a Atalanta sofreu o gol, Gasperini colocou Miranchuk em campo – o que se provaria um acerto. Antes disso, Vidal teve a chance de ouro para marcar o segundo, mas Sportiello defendeu a sua finalização à queima-roupa e ainda foi eficiente ante Barella, no rebote.
O empate da Dea veio aos 79, depois de Muriel achar Miranchuk na entrada da área. Bastoni, ao invés de tentar desarmá-lo, apenas cercou, mas acabou permitindo que o russo girasse e finalizasse rasteiro, no canto de Handanovic – que pulou atrasado. Conte ainda colocou Perisic e Lukaku (longe das melhores condições físicas) em campo, mas a boa atuação defensiva da Atalanta e a falta de criatividade da Inter mantiveram o placar inalterado.
Gols e assistências: Pjaca (Scamacca); Mkhitaryan (Veretout), Mkhitaryan (Bruno Peres) e Mkhitaryan (Pedro) Tops: Mkhitaryan e Pedro (Roma) Flops: Biraschi e Bani (Genoa)
A primeira tripletta da Serie A teve um autor surpreendente: o meia-atacante Mkhitaryan, transformado em homem-gol pela ausência de Dzeko, infectado pelo novo coronavírus. A tarde magistral do armeno da Roma empurrou o Genoa para a zona de rebaixamento e, mais importante, catapultou a Loba para a terceira posição do campeonato, com os mesmos 14 pontos do Napoli. Até agora, a equipe capitolina vem surpreendendo e somou apenas uma derrota – fora dos gramados, pela escalação irregular de Diawara. Méritos para Paulo Fonseca, que tem conseguido fazer seu time atuar de maneira bastante sólida.
Em campo, os dois times arriscaram muito desde o apito inicial. Mkhitaryan deu uma amostra do que estava por vir ao finalizar de fora da área e ver Perin espalmar a bola para o travessão. O goleiro, porém, não teve como evitar a cabeçada do armeno nos acréscimos da primeira etapa. No segundo tempo, o Genoa agiu rápido, quebrou a marcação da Roma com uma troca de passes inteligente e empatou com chute colocado de. Na metade do período complementar, o brasileiro Bruno Peres achou Mkhitaryan livre na área para desempatar. O terceiro, que garantiu a bola do jogo para Henrikh, veio depois de cruzamento preciso de Pedro e um belo voleio do meio-campista.
Gols e assistências: Osimhen (Lozano) Tops: Lozano e Osimhen (Napoli) Flops: Soriano e Denswil (Bologna)
O Napoli aproveitou os tropeços dos adversários, venceu pelo placar mínimo e agora está em terceiro lugar no Italiano. O time de Gattuso tem uma das defesas mais sólidas do campeonato e também tem sido consistente no setor de ataque, onde Lozano e Osimhen têm se destacado mais do que os já consolidados Mertens e Insigne. Dessa vez, foi justamente a dupla formada pelo mexicano e pelo nigeriano que garantiu a vitória no Renato Dall’Ara.
O Bologna dava muita liberdade pelos lados do campo e fazer isso contra Lozano e Insigne é um erro flagrante. Foi com esse espaço que Lozano aproveitou o erro na saída de bola rifada dos rossoblù para cruzar bonito e ver Osimhen fazer o seu primeiro gol de cabeça como profissional. No segundo tempo, o Napoli chegou a ter um belo gol de Koulibaly anulado por um fortuito toque de mão de Osimhen e parecia ter a partida sob controle, mesmo depois de recuar. A pressão bolonhesa quase resultou em gol num lance de três chances: Ospina defendeu chute de Orsolini e, na sobra, Palacio e Svanberg não conseguiram aproveitar.
Gols e assistências: João Pedro (pênalti) e Nández (Simeone) Tops: Nández e João Pedro (Cagliari) Flops: Augello e Tonelli (Sampdoria)
O Cagliari conseguiu sua terceira vitória em quatro jogos numa partida em que foi muito superior à Sampdoria e ainda contou com a ajuda de Augello. O lateral-esquerdo doriano perdeu a bola no meio-campo, ao tentar recuar para Audero, e fez falta sobre Nández quando o uruguaio partia livre para marcar o gol – por isso, acabou expulso depois de consulta ao VAR. Com um a mais, ficou fácil para os sardos administrarem o jogo e determinarem a revanche do técnico Di Francesco sobre o clube que o demitiu na última temporada.
A primeira etapa não foi das melhores e, antes da expulsão de Augello, aos 40 minutos, só tivemos de relevante uma chance de João Pedro, que acertou a trave. Logo após o intervalo, o brasileiro João Pedro viria a abrir o placar cobrando um pênalti que ele mesmo sofreu. Com isso, o camisa 10 – que já é o segundo maior artilheiro do clube em partidas da Serie A –, se tornou o primeiro jogador a marcar cinco gols nas primeiras sete partidas do campeonato desde o lendário Luigi Riva. Curiosamente, o mineiro alcançou o feito justamente no dia do aniversário de 76 anos da lenda.
No segundo tempo, o Cagliari ainda ampliou sua vantagem com Nández, que recebeu de Simeone em profundidade e, com um toque só, tirou Candreva e Yoshida da jogada: depois, só tocou na saída de Audero. Sottil até marcou o terceiro, mas Ounas estava em posição de impedimento, o que invalidou a jogada. Mesmo assim, o sábado foi de alegria para Di Francesco e de reflexões para Ranieri, que viu a sequência de quatro jogos de invencibilidade do seu time ir por água abaixo.
Gols e assistências: Pobega (Ferrer), Nzola (Gyasi) e Nzola (Estévez) Tops: Nzola e Ricci (Spezia) Flops: Schiattarella e Letizia (Benevento)
O primeiro duelo da temporada entre times promovidos para a primeira divisão foi um bálsamo para o novato Spezia, que conseguiu seu sétimo ponto como visitante – a equipe somou oito, até então. Por sua vez, o Benevento de Pippo Inzaghi deixou para trás o ótimo início de temporada e vem de cinco derrotas seguidas, sendo quatro na Serie A e uma na Coppa Italia, que significou a eliminação precoce da equipe ante o Empoli, da segundona. A sequência ruim fez os stregoni serem ultrapassados pelos spezzini e irem para a pausa da data Fifa com a pior defesa do campeonato, com 20 gols sofridos.
Em pleno Vigorito, o Spezia do treinador Italiano dominou os mandantes. Um dos grandes responsáveis por isso foi o regista Ricci, que contribuiu para os bianchi terminarem a peleja com 63% de posse de bola. Justificando o controle territorial, Pobega abriu o placar depois de se infiltrar na área e, aproveitando o espaço concedido por Letizia, completar o cruzamento de Ferrer. O Benevento tentou reagir ainda no primeiro tempo, com Lapadula e Sau, mas parou na trave e no goleiro Provedel.
A segunda etapa foi um show de Nzola – e um filme de terror para Schiattarella. Em cinco minutos, o atacante francês marcou dois gols, aproveitando os cruzamentos de Gyasi e Estévez e dois erros bobos do adversário. O Spezia ainda poderia ter marcado mais vezes, mas Agudelo acertou o travessão e Estévez não conseguiu superar Montipò. Já no final da partida, o brasileiro Léo Sena entrou em campo e fez sua primeira partida pela Serie A. Ele havia estreado na vitória sobre o Cittadella, pela Coppa Italia.
Tops: Marlon (Sassuolo) e Rodrigo Becão (Udinese) Flops: Traorè (Sassuolo) e Pussetto (Udinese)
A rodada foi aberta com a pior partida do campeonato, até então. Quem gostou do resultado foi o Milan, que viu o segundo colocado Sassuolo passar longe de repetir sua atuação contra o Napoli e apenas empatar em casa contra a Udinese, que segue na zona de rebaixamento. No único chute a gol de todo o jogo, Musso teve que fazer uma defesa tranquila. De resto, tivemos muitas trocas de passes laterais e o sucesso dos visitantes em impedir que os donos da casa conseguissem penetrar em sua área.
As duas defesas estavam bem postadas – tanto é que, no segundo tempo, só foram registrados um chute para fora do Sassuolo e uma finalização travada a favor da Udinese. Na próxima rodada, os neroverdi viajam para enfrentar o Verona, enquanto os friulanos recebem o Genoa para um duelo entre times que visam deixar a zona de rebaixamento.
Tops: Bruno Alves (Parma) e Milenkovic (Fiorentina) Flops: Gervinho (Parma) e Kouamé (Fiorentina)
Encerrando o sábado, tivemos outro jogo ruim – mas, à diferença de Sassuolo e Udinese, ao menos as equipes chutaram algumas vezes a gol. Apesar de estar em casa, o Parma mal ficou com a pelota. A posse de bola dos mandantes não passou de 36% e nenhuma das finalizações tentadas pelos crociati foram na direção da meta defendida por Dragowski. Além disso, Gervinho e Inglese tiveram dificuldades de passar pela zaga da Viola.
Por outro lado, os visitantes também não conseguiam finalizar com perigo: a melhor chance ocorreu com Biraghi, que parou em Sepe. Com Callejón vetado, por conta da covid-19, Kouamé entrou em seu lugar e foi muito mal. O time tem sentido falta de um camisa 9 – como Pedro, emprestado pela Viola ao Flamengo – e, com a escassez de gols marcados, já empatou 15 vezes de 2019 para cá. Iachini balança a cada rodada que passa e o nome de Prandelli começa a circular nos bastidores. O ex-técnico da seleção italiana faria um retorno a Florença, cidade em que foi ídolo.
Tops: Bremer (Torino) e Magallán (Crotone) Flops: Verdi (Torino) e Pedro Pereira (Crotone)
No Olímpico Grande Torino, o empate foi ruim para os dois lados da peleja. Lanterna do campeonato, o Crotone é o único time que ainda não venceu, enquanto o Torino só celebrou uma vez, já que triunfou na partida adiada contra o Genoa, no meio de semana. A paridade caseira não serviu para afastar o Toro da zona de rebaixamento, mas pelo menos o tirou de lá pelo saldo de gols.
O pobre primeiro tempo teve apenas um lance mais agudo, que resultou em defesa de Sirigu num chute de fora da área. Na segunda etapa, Gojak tentou cruzar na área e quase enganou o goleiro Cordaz: a bola bateu na trave. Ainda houve tempo de Luperto tomar dois amarelos em 30 minutos e ser expulso, mas – mesmo com um a mais – o Torino não conseguiu aproveitar.
Silvestri (Verona); Romero (Atalanta), Koulibaly (Napoli), Rodrigo Becão (Udinese); Nández (Cagliari), Ricci (Spezia), Mkhitaryan (Roma), Zaccagni (Verona); Lozano (Napoli), Nzola (Spezia), João Pedro (Cagliari). Técnico: Paulo Fonseca (Roma).
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