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Trivela

·27 de outubro de 2021

A demissão de Koeman era uma questão de tempo e o Barcelona decidiu que não podia esperar mais

Imagem do artigo:A demissão de Koeman era uma questão de tempo e o Barcelona decidiu que não podia esperar mais

O Barcelona decidiu demitir o técnico Ronald Koeman nesta quarta-feira, depois de mais um resultado ruim, a derrota para o Rayo Vallecano por 1 a 0. Era uma demissão já esperada. O trabalho vinha apresentando problemas desde a temporada passada e a falta de ideias em campo já tinha causado muitas críticas em jogos recentes. A sequência de derrota para o Real Madrid no clássico no último domingo e mais uma derrota neste meio de semana fez com que a diretoria do clube decidisse pela demissão.

Desde que assumiu o posto de presidente do Barcelona, em março, Laporta tinha dúvidas em relação a Koeman. A temporada terminou dando a sensação que o holandês seria demitido. A falta de confiança do presidente no treinador era evidente. Diante de um cenário que parecia não ter um substituto que confiasse, Laporta decidiu manter Koeman, já em junho.


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Diante de uma situação catastrófica nas finanças, a falta de confiança de Laporta em Koeman aumentou no começo da temporada. Os dois começaram a trocar farpas públicas e ficou claro que não havia um ambiente positivo entre os dois. A situação chegou ao ponto da demissão do treinador só não ter sido definida antes pela multa de € 12 milhões que Koeman tinha em seu contrato.

Escolha contestável já na contratação

A contratação de Ronald Koeman em 2020 tinha uma só razão: o seu passado pelo clube. Ele defendeu o clube na época do Dream Team de Johan Cruyff e foi o autor do gol do título da Copa Europeia, predecessora da Champions League, na temporada 1991/92. Tudo isso, porém, já parecia pouco diante do desafio que o esperava.

Koeman assumiu logo depois do Barcelona ter sido demolido pelo Bayern de Munique na Champions League e tomando 8 a 2. Ele deixou um bom trabalho que fazia na seleção holandesa para assumir o clube, que tinha o sonho de dirigir, até pelo seu passado por lá nos tempos de jogador.

A primeira temporada teve altos e baixos. O bom início fez com que o Barcelona tivesse uma boa sequência de vitórias e se tornasse até o favorito ao título. No segundo turno, porém, as coisas desandaram, o desempenho caiu e o clube acabou sequer entre os dois primeiros, longe da disputa do título, que ficou com o Atlético de Madrid.

O time taticamente parecia pouco elaborado, com muitos jogos sendo decidido por Lionel Messi – um problema que já se via em técnicos anteriores. Quique Setién, que foi o seu antecessor, jamais conseguiu montar um time consistente. Ernesto Valverde, por sua vez, sempre montou times bastante seguros sob o seu comando, mas era criticado por falta de ofensividade.

As dúvidas sobre o seu trabalho eram grandes. O trabalho por clubes não convencia, especialmente a passagem mais recente pelo Everton. Com um bom time, não conseguiu manter o bom trabalho que tinha feito no Southampton. No Barcelona, seus desafios eram maiores, porque o clube tinha um elenco mais forte e ambições mais altas. Não conseguiu alcançar o nível que se esperava dele.

Um time sem ideias

Desde o começo da temporada as coisas ficaram piores. Sem Lionel Messi, que foi para o PSG, em meio a uma crise grave financeira e política, Koeman não foi capaz de montar um time minimamente competitivo. Diante do rival Real Madrid, ficou evidente que Carlo Ancelotti, que chegou nesta temporada, já conseguiu montar um time consistente, enquanto Koeman, com um ano a mais no cargo, parecia ainda tatear na busca por um time, um jeito de jogar, uma ideia que fosse.

A animosidade com a torcida já era grande, a ponto de alguns imbecis acharem que tinham o direito de atacar o carro do treinador na saída do Camp Nou, após a derrota para o Real Madrid. Uma atitude injustificável da torcida, que parecia já ter perdido a paciência de vez com o treinador.

Houve outros atritos que deixaram marcas. A saída mal gerida de Luis Suárez foi uma delas, a ponto do jogador ter guardado mágoa pela forma que o clube e o treinador o trataram. A escolha de contratações também não ajudou. Contratar Luuk de Jong pareceu quase uma provocação para quem tinha perdido Suárez – ainda mais porque o uruguaio se tornou destaque e campeão espanhol pelo Atlético.

Nos últimos jogos, Koeman parecia começar a tomar decisões aleatórias, talvez que ele nem mesmo acreditasse. Voltou a colocar o time em um 4-3-3 mal armado, sem conseguir ter predominância no meio-campo, nem ter um jeito de ataque eficiente, que aproveitasse os bons jogadores que tem. Longe de um supertime, o Barcelona também está longe de ter uma equipe fraca. Dentro dos padrões espanhóis, o Barcelona tem um time que deveria competir pelo título. E passa longe disso: atualmente é o nono colocado.

Com tudo isso, a demissão do Koeman não é surpreendente. O treinador nunca pareceu uma boa escolha e não conseguiu mostrar que poderia fazer algo que recuperasse a equipe no seu tempo no cargo. Mais do que isso: sem Messi, a impressão que deixou é que as coisas só não foram piores porque o argentino salvou muitos pontos na temporada anterior. Agora, sem ter esse super trunfo nas suas cartas, restava tentar criar um time eficiente. Mas isso o Barcelona de Koeman jamais foi.

Se o jogador Ronald Koeman deixou o Barcelona marcando a história, o treinador não deixará qualquer saudade. Seu trabalho foi ruim e deixa pouco a ser aproveitado. O clube ainda busca um substituto. O nome mais falado é Xavi Hernández, ex-jogador do clube, que marcou época e atualmente treina o Al Sadd, do Catar. Joan Laporta, porém, era relutante na eleição a contratar o ex-jogador. Poderá ser convencido por pares.

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