A Fiorentina perdeu para o AEK na Conference League e aprofundou crise em 2025-26 | OneFootball

Pela quinta rodada da Conference League, Fiorentina e AEK entraram em campo com objetivos claros, mas com pesos distintos nas costas. A Viola, abalada pela derrota para o Mainz na jornada anterior, precisava vencer para reencontrar o prumo e não se complicar na competição; o time ateniense, confortável no recorte recente do torneio e terceiro colocado no Campeonato Grego, buscava explorar um rival fragilizado e, quem sabe, ultrapassá-lo na tabela. O jogo, que marcou a estreia europeia de Paolo Vanoli no comando dos gigliati, terminou por confirmar o retrato de um momento turbulento: dominada durante grande parte do confronto, a equipe italiana perdeu por 1 a 0, teve gols anulados, bolas na trave e algumas chances pontuais, mas esbarrou na solidez de Strakosha e na eficiência dos visitantes, que saíram justos vencedores e a empurraram para a zona de playoffs.

Vanoli precisou remontar o time para o seu primeiro compromisso continental. O treinador não teve Dodô e Gosens à disposição, e trocou seis peças em relação à última escalação pela Serie A: colocou Gudmundsson e Dzeko no ataque, Nicolussi Caviglia como organizador e deu a Comuzzo o comando da defesa. O AEK, por sua vez, também carregava desfalques de peso. Sem Kaloskamis e João Mário, ex-Inter, Marko Nikolic armou o time com Jovic – ex-Viola e Milan – como referência e Marin, ex-Cagliari e Empoli, na sustentação. A equipe grega, aliás, contava com outros rostos conhecidos do futebol italiano, como o já citado Strakosha e Pereyra – além de Brignoli no banco.

O ritmo inicial já deixou claro que a Fiorentina teria de suar. Aos 16 minutos, Pilios finalizou cruzado e obrigou De Gea a se esticar para evitar o primeiro gol grego. Em resposta, Parisi cruzou na medida para Dzeko, que apareceu livre para cabecear, mas hesitou na conclusão e permitiu que Strakosha desviasse para escanteio – era uma chance cristalina, desperdiçada com tempo e espaço para decidir.

Chance perdida e bola na trave: não foi feliz a noite de Dzeko (Getty)

A pressão italiana seguiu firme no lance subsequente. No corner, Ndour testou firme e arrancou defesa espetacular de Strakosha. Na sobra, Ranieri serviu Gudmundsson para o gol, mas a alegria durou pouco: o zagueiro estava em posição irregular e a arbitragem anulou o lance, esfriando o impulso ofensivo da Viola.

O castigo veio aos 35. Piñeda levantou da esquerda, Jovic desviou de cabeça e deixou Gacinovic livre para empurrar para dentro, à queima-roupa, decretando 1 a 0 para os visitantes. O tento abalou o time italiano, que viu o AEK crescer em confiança. Um minuto depois, novo cruzamento de Pilios encontrou Jovic em acrobacia, mas o chute saiu por cima.

A Fiorentina – que chegou a balançar as redes no fim do primeiro tempo, num outro lance invalidado por posição irregular de Dzeko – tentou se recompor na volta do intervalo, ainda que com pouca inventividade. Aos 56, Nicolussi Caviglia cobrou escanteio, a defesa grega afastou e Parisi bateu de fora. A bola desviou em Gudmundsson e sobrou para Ranieri empurrar para as redes, mas de novo o impedimento frustrou a reação violeta.

Traduzindo o cenário em escolhas, Vanoli lançou Kean para aumentar o peso ofensivo da equipe. Porém, quem rondou o segundo gol foi o AEK: aos 73, Jovic puxou o contra-ataque e abriu para Zini, que acertou o pé da trave em diagonal. Três minutos depois, o centroavante sérvio recebeu novamente e tentou o toque por cobertura, mas De Gea salvou, jogando a bola para escanteio.

O poço não parece ter fundo para a Fiorentina: mesmo após esboçar reação com troca de técnico, a equipe perdeu para o AEK (Getty)

Se a Fiorentina encontrava dificuldades para criar, coube a Dzeko oferecer a melhor oportunidade italiana no segundo tempo. Aos 77, o bósnio subiu alto e carimbou o travessão, num lampejo de esperança que não encontrou continuidade. Pouco depois, Viti arrastou a marcação e serviu Mandragora, que finalizou por cima em bom lance trabalhado.

O AEK controlava o tempo, administrava espaços e ainda assustou nos acréscimos, quando Piñeda arriscou e obrigou De Gea a intervir com os punhos. A Viola empurrou o jogo para o campo rival nos minutos finais, mas faltaram clareza, precisão e sobretudo profundidade para quebrar as linhas gregas.

Ao apito final, restou à Fiorentina o incômodo resumo das suas próprias fragilidades: segundo revés consecutivo na Conference League, queda para a zona de playoffs, na 17ª posição, e sinais de que a equipe ainda busca identidade sob Vanoli, apesar dos bons momentos mostrados contra a Juventus. A pressão cresce, e o teste seguinte não promete trégua – o fim de semana reserva duelo duro com a Atalanta de Raffaele Palladino, treinador violeta na temporada passada, fora de casa. Na próxima rodada continental, o adversário será o Dynamo Kyiv, que ainda espera se recuperar e conseguir um lugar entre os 24 que avançam ao mata-mata. O AEK, que ultrapassou os italianos e chegou aos 7 pontos, na 10ª colocação, encara o líder Samsunspor, da Turquia, em confronto que promete ferver pela rivalidade e pela importância no torneio.