Calciopédia
·06 de novembro de 2025
A Fiorentina tomou virada do Mainz no fim e estendeu sua crise à Conference League

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·06 de novembro de 2025

Era o jogo para reacender a esperança. Depois de semanas de turbulência, da queda livre na Serie A e da demissão de Stefano Pioli, a Fiorentina, última colocada no Italiano, viajou à Alemanha tentando respirar no único território em que ainda se mantinha com 100% de aproveitamento: a Conference League. O Mainz, adversário da noite, vivia um drama semelhante, já que está atolado nas derradeiras posições da Bundesliga, compartilhando a lanterna com o Heidenheim, mas brigava pela ponta no torneio continental. O encontro entre dois times que aliavam a crise doméstica ao alívio em âmbito internacional se desenhava como um empate aceitável. Entretanto, terminou em frustração toscana nos acréscimos, com a virada por 2 a 1 dos alemães na Mewa Arena.
Daniele Galloppa, técnico da Primavera alçado interinamente ao comando da Fiorentina, manteve o 3-5-2, mas promoveu mudanças de peso. O veterano De Gea foi poupado, abrindo espaço para o jovem Martinelli, titular pela primeira vez na temporada. Pablo Marí retornou à zaga, Fortini ocupou o lado esquerdo e Fazzini ganhou liberdade para apoiar Piccoli no ataque. Algumas ausências limitaram suas escolhas: Sabiri e Gosens, lesionados, ficaram de fora. Já Gudmundsson foi liberado para resolver questões judiciais na Islândia.
No Mainz, Bo Henriksen também mexeu bastante em busca de respostas. Entraram Potulski, Da Costa, Kawasaki e Weiper, numa tentativa de equilibrar o 3-4-3 que vinha oscilando. E foi o time da casa quem começou mais intenso. Aos 10 minutos, Nebel recuperou alto e cruzou com precisão para Weiper, que cabeceou firme, mas parou em grande defesa de Martinelli. Pouco depois, Sieb atravessou a área com velocidade, driblou Pongracic e Dodô, mas falhou na conclusão.
A Fiorentina abriu o placar no início e teve chance de ampliar, mas acabou sendo surpreendida pelo Mainz (Getty)
A Fiorentina, acuada nos primeiros minutos, respondeu com contundência. Aos 16, Da Costa errou na saída, Nicolussi Caviglia recuperou e acionou Piccoli, que, de primeira, ajeitou para Sohm. O suíço bateu rasteiro, sem chances para Zentner. O gol deu leveza ao time, que se soltou. Aos 19, o garçom do tento violeta teve boa oportunidade, e três minutos depois perdeu o que seria o segundo: Fortini arrancou em contra-ataque e serviu o centroavante, que estava bem posicionado, mas finalizou mal, permitindo a defesa do goleiro com os pés.
A Viola controlava o jogo e empilhava chances. Ranieri quase ampliou de cabeça após escanteio e Fazzini, aos 39, perdeu chance claríssima após bela jogada entre Sohm e Dodô. A equipe italiana parecia, enfim, reencontrar sua identidade. O intervalo chegou com a vantagem mínima, mas com sensação de domínio.
O segundo tempo começou no mesmo tom. Aos 53, Dodô novamente serviu Fazzini, que finalizou forte – e foi bloqueado, ironicamente, por Piccoli, posicionado na frente da bola. Um minuto depois, o centroavante teve nova chance após passe de Sohm, mas chutou cruzado e para fora. O desperdício começava a passar a impressão de que cobraria seu preço. O futebol não costuma perdoar quem esbanja.
E assim foi: aos 68, a noite mudou de figura. Pablo Marí efetuou um passe na fogueira na saída de bola, Ranieri hesitou na recomposição após perder a posse e o Mainz recuperou a bola com Jae-Sung Lee. Mesmo pressionado, o sul-coreano encontrou espaço e enfiou para Hollerbach, que só colocou no canto oposto ao de Martinelli, completamente vendido. Tudo igual, e a Fiorentina, que até então parecia segura, desmontou.
No apagar das luzes, a defesa violeta se desligou e o Mainz virou o placar (Getty)
Os minutos seguintes foram de ansiedade e passes errados. A Viola não conseguia mais sair do campo de defesa. Ainda assim, teve mais chances de ouro: aos 77, Dodô cruzou com precisão e Kean, livre, cabeceou para fora. Aos 82, o mesmo centroavante, que substituíra o pouco calibrado Piccoli, balançou as redes após lançamento milimétrico de Nicolussi Caviglia. Porém, o lance foi invalidado por impedimento.
A frustração se tornou drama nos acréscimos, quando o empate já parecia desenhado. Aos 94, Weiper quase marcou, exigindo nova defesa de Martinelli num chute à queima-roupa. A Fiorentina não foi capaz de mandar a bola para longe e, no lance seguinte, Sano cruzou da esquerda para Jae-Sung Lee, que se antecipou a um Comuzzo tétrico desde que substituíra Pablo Marí, na casa dos 69, e cabeceou para vencer o goleiro gigliata. Estava sacramentada a virada do Mainz, que celebrou o terceiro triunfo seguido na competição.
Foi o golpe final numa noite que poderia ter sido de reconstrução para a Fiorentina. Galloppa, estreante no banco, amargou derrota em sua primeira partida à frente de uma equipe profissional e deve ceder o cargo a Paolo Vanoli nos próximos dias. O time perdeu a marca de 100% de aproveitamento na Conference League, mas mais grave é o modo como o resultado escapou: depois de abrir o placar e dominar o primeiro tempo, além de somar novas chances na etapa complementar, a Viola sucumbiu aos próprios erros. As mesmas falhas que se acumulam há anos e que fazem a sua retaguarda passar longe de ser confiável.
Com seis pontos, a Fiorentina ainda se mantém bem colocada na briga pela classificação, mas precisa reagir rapidamente. O próximo compromisso será em Florença, diante do grego AEK Atenas, enquanto o Mainz – agora com nove – viaja à Romênia para enfrentar o Universitatea Craiova. Para os toscanos, a meta é clara: voltar a vencer antes que a temporada se torne um labirinto sem saída.









































